Por 20 minutos. Uns 20 minutos, é. Um beijo atrás do outro,
no maior silêncio que conseguíamos manter. E com dificuldade – cada vez mais
intensas. Aí outros 20. 30. 40. Meu deus,
eu perdia a cabeça e sentia os nossos lábios se encostando de novo. Nos
perdíamos no escuro e nos encontrávamos, mais uma vez, como se nossas bocas soubessem
o caminho uma até a outra. Instintivamente. E repetidas vezes.
O meu coração doía com o que os meus lábios não eram capazes de
dizer – como eu te amo, garota.
Para a Mia, eu provavelmente não passava de uma aventura que ela
curtia pelos cantos do meu apartamento com o Fer. Uma brincadeira boba em uma
festa de pijama. E eu sei, tá. Mas naquele momento, eu não me importava.
Beijava-a com toda vontade que tinha dentro de mim. E nessas, tentava trazê-la
para cima do meu corpo – vez atrás de outra –, mas ela relutava. Mais alguns
beijos. Fazia um movimento para cima do seu e ela me empurrava de volta para o colchão,
rindo. Puxava-a contra mim e tentava
virar de novo, mas caía sozinha encostada na cama. Droga. Ela persistia ali, do meu lado. Com a sua boca invariavelmente
na minha.
_Vem aqui... – eu sussurrava e a beijava de novo, pressionando-a
contra o lençol, subindo em cima dela com as mãos na sua cintura, nas suas
pernas ou no meio delas, tanto faz.
_As meninas vão ver... – ela ria e me empurrava de volta.
_Elas tão dormindo, Mia... – eu achava graça – ...vem cá.
_Não, não... Não.
Cada beijo fazia as minhas coxas se contorcerem. Acho que não
passava tanta vontade assim do lado de uma garota desde o ensino médio.
Encostei as costas no colchão, respirando fundo, e passei as mãos no rosto.
Tentando recuperar o fôlego. Isso vai
acabar comigo, suspirei. Aí a mão da Mia tocava a pele entre a minha cueca
e a camiseta, deslizando os dedos lentamente, e o meu corpo todo tremia. Caralho.
Ela me abraçava pela cintura e voltava a me beijar. Caralho. Caralho. Os nossos beijos ficavam cada vez mais molhados; mas
ela me afastava. Toda vez. Puta merda. Para depois encostar a boca no
meu pescoço e começar de novo.
_Meu, n-não dá. Não dá mais – levantei de repente, numa tentativa
esfriar a cabeça – Olha, eu... e-eu vou pra sala. Eu vou dormir lá, tá?
A Mia se apoiou na cama, me olhando surpresa. E eu saí, deixando-a
no quarto. Cacete, fechei a porta atrás de mim, vou enlouquecer
assim. O corredor estava ainda mais escuro e a casa estava morta, vazia. O
silêncio dominava todos os cômodos. Deitei no maior sofá da sala e esperei,
completamente sozinha. Nada se movia. Pelo
amor de deus, eu desejava, só vem.
A ansiedade me consumia violentamente. Não
me deixa aqui sozinha aqui, garota. As minhas mãos judiavam do meu cabelo rosto
corpo todo. Com aquele fogo desgraçado correndo dentro de mim, tentando em
vão esfriar os ânimos.
A Mia não aparecia e eu estava prestes a me arrepender. Devia ter ficado lá, raciocinei. Do que diabos eu tô reclamando? Eu devia estar de joelhos por essa menina,
só por ela estar me beijando assim. E logo toda minha razão momentânea
sucumbia à ideia de estar efetivamente de joelhos. Entre as pernas da Mia. Meu deus, eu ri, sozinha. Decidi então que
precisava mesmo era de um cigarro. O único problema é que eu havia deixado o
meu maço no quarto.
Junto com as minhas calças e a vergonha na cara.
E eu não queria voltar para pegar. Afinal, se a Mia não ia mesmo
vir para a sala, eu não queria encontrar com ela de novo. Vai parecer que eu fui lá fazer uma ceninha, pensei, isso não. Não ia pegar bem. Ela tinha
todo direito de não vir e eu não queria que ela se sentisse pressionada. Por
outro lado, eu realmente precisava de um cigarro naquele momento. Argh.
Após alguns segundos de indecisão, me levantei. Melhor ir agora do que depois. Andei na
direção do corredor e, no meio do caminho, do nada, trombei subitamente com a
Mia. Literalmente nos trombamos. O meu corpo esbarrou no dela desajeitadamente –
não a vi parada ali e nem poderia, estava escuro demais para enxergar qualquer
coisa.
_O que cê tá fazendo?!? – ela cochichou para mim.
_E-eu ia pegar um cigarro... O que você tá fazendo?!
_Eu... e-eu ia te encontrar – ela disse, relutante, como se tivesse feito algo errado – ...não era p-pra eu te, t-te encontrar?
_Sim – sorri, aliviada – Claro que sim.
Ela veio.
_As meninas vão ver... – ela ria e me empurrava de volta.
_Elas tão dormindo, Mia... – eu achava graça – ...vem cá.
_Não, não... Não.
_E-eu ia pegar um cigarro... O que você tá fazendo?!
_Eu... e-eu ia te encontrar – ela disse, relutante, como se tivesse feito algo errado – ...não era p-pra eu te, t-te encontrar?
_Sim – sorri, aliviada – Claro que sim.
Mais, mais, mais!
ResponderExcluir;*
Café, mor?! Demorou! Caféééé hahahahahahaha
ResponderExcluirMas que enrolaçãããooo, meu deus. Exijo um novo post logo!
This just get better and betteeeer ;)
garota dificil....rs....assim q é gostoso! =)
ResponderExcluirAin, que lindas ^^
ResponderExcluirMais, mais, mais!
ResponderExcluir;*
Aaaaaiiiii q ódiooo qdo acaba!!!
ResponderExcluirMto mto mtooooo bom!!!
posta mais gata!!!! ta arrebentando
ResponderExcluirAi que ódio quando acaba 2!
ResponderExcluir[deixa eu ler o resto! *.*]
Velho, eu queria expressar meus sentimentos especialmente por esse post, ele consegue provocar um turbilhão de sensações e arrepios múltiplos, tá de parabéns, não me canso de lê-lo e relê-lo!
ResponderExcluirMel, me ensina cara :P
Beijoos
;**