março 09, 2010

"Pode vir quente, que eu estou..."

O Fer passou pelo corredor, assim que entrou em casa, e nos viu dando bandeira. Paradas em frente à porta do meu quarto. Ele me encarou. E a Mia foi cumprimentá-lo – com um beijo, argh. Fiquei observando os dois ali, me limitando à minha insignificância. O Fer ainda me observava, por trás da Mia. Que triângulozinho de merda, eu revirei os olhos e encostei na parede, olhando para o chão, na tentativa de ignorar a cena toda.
 
O casalzinho começou a conversar, num tom introspectivo. E me excluíram totalmente. Então resolvi dar início ao consumo das cervejas, antes que elas acabassem ou que aquela situação me sufocasse ainda mais. Passei pelos dois, me virando contra a parede do corredor. E a Mia me olhou com um nítido pesar na consciência. Essa vai ser uma noite longa, pensei, já me conformando com o decorrer das próximas horas. Entrei na cozinha e peguei a primeira de muitas cervejas que eu pretendia enfiar goela abaixo, voltando em seguida para o meu quarto.
 
O “Casal Ternura” ficou lá, no sofá da sala, se amando. Inferno.
 
De alguma forma, o meu quarto agora parecia pequeno demais para todos os meus pensamentos. Era como se as paredes não fossem suportar todo aquele tráfego mental e emocional – nuns surtos autodepreciativos. Dá para enrolar uns 100 baseados com esse papel todo de trouxa que tô fazendo, puta merda. A sensação me causava claustrofobia. Indisposta a cruzar com a Mia pelo apartamento e sem outra opção, acendi um cigarro e me sentei na frente do computador. Liguei o MSN entre um gole e outro. E fui surpreendida com várias mensagens antigas da Roberta.
 
Àquela altura do campeonato, eu já havia esquecido da noite de quinta. E por um momento, me ocupar com alguma garota me pareceu uma boa ideia. Não. Chega. Preciso aprender a não fazer mais isso, raciocinei. E me contive. Eu não queria realmente submeter a Roberta ou qualquer outra garota à minha confusão – não de novo. Não era justo. Já basta eu aqui, me fodendo.
 
Foi quando alguém bateu forte na porta. Fiquei sem reagir por um instante. Não sabia o que era pior: o Fer ou a Mia. Respirei fundo, indisposta. E fui abrir, sem curiosidade alguma de descobrir quem estava do outro lado e por quê. Que inferno, pensei e virei a maçaneta.
 
Era o Fer, com cara de poucos amigos.

8 comentários:

  1. Apesar de não ter demorado desta vez, não refrescou muito a situção... Continuo aguardando o próximo post. Ta´ótimo!

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  2. xiii...o bixo vai pegar! kkkkk

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  3. Aaaahh :(
    Fiquei curiosa agora...

    Beijo.

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  4. Assistiu um filme canadense lindo chamado "Quando a Noite Cai"? Numa das últimas cenas o namorado abandonado topa com uma garota nova que, a platéia adivinha, vai acabar sendo o amor da vida dele... a vida continua e todos ficam felizes... completamente fora da realidade, claro, mas dá uma sensação tão boa, rsss...

    É esse o final que estou imaginando para o Fer. ;)

    Beijo...

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  5. Aposto q a Amanda vai matar o Fer de novo! :)
    Mel, não mata ele não...

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  6. Dona moça... faça isso não!!! é sofrimento demais pra essa leitora aqui... ai meu Deus!!
    Demore não!!!

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  7. Ain posso falar? ADOREI a ideia do Rodrigo e tipo como sou uma boa pessoa,dona de um lindo coração e tal T1
    Eu faço esse humilde sacrifício de ser essa garota pro fer =)
    (EU viu dona #noellyhot EUzinha(: )
    HAUHAUHAUAHUHAUHAUHUAHUAHHAUH
    e ah, tadinha da Roberta meu, ala se quiser e pah, pode passar meu msn pra Rô 8-)

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