Voltamos para o bar pelo mesmo lugar que entramos – por baixo da fita
amarela. Agora nos sentíamos um pouco mais dignas de estar ali, isto é, na cena
do crime. Andei na frente dela, segurando-a atrás de mim pela mão, e fui direto
para o bar no lado de dentro. Todo aquele ar fresco do Itaim havia nos deixado
ligeiramente mais sóbrias. E isso era inaceitável. Peguei o menu de bebidas e
comecei a passar o olho.
Nada de
tequila, pensei. E por sorte, a Mia concordou no segundo seguinte.
Não dissemos nada, apenas nos olhamos e rimos, conforme o nome da
diaba apareceu na lista. Preciso de um
whisky, concluí. E o meu desejo
foi rapidamente concedido, após anotarem uma taxa salgada na minha comanda.
Tomei coragem e virei meu copo de Jameson assim que ele chegou, enquanto a Mia
colocava aquela boca maravilhosa ao redor de um shot adocicado de B52. No palco, a banda ia a toda velocidade
e a pista de dança a acompanhava enlouquecida. Naquele ska gostoso, eita.
Coloquei o copo de volta no balcão e fui em direção à multidão, me
enfiando no meio das pessoas e arrastando a Mia para dançar comigo. A ausência
de espaço daquele bar lotado e a minha falta de vergonha na cara alcoólica
nos empurravam para perto uma da outra. Por outro lado, toda aquela heterossexualidade
ao nosso redor quebrava um pouco o clima – para a Mia, digo. Eu tava
pouco me fodendo. Mas, graças àquela plateia toda, eu não estava conseguindo mais
beijo nenhum. Esses tinham ficado do lado de fora do bar, lá em cima do carro.
Droga.
Ao final da terceira ou quarta música que dançamos juntas, a minha
cabeça já estava rodando. Com a movimentação, sim, e toda tequila whisky
não sei nem mais o quê dentro de mim. A Mia sorria, abraçada no meu
pescoço, e deixava a cabeça cair para trás ao som dos amplificadores. Fechando
os olhos lentamente. Eu achava graça. Ela subia o corpo de novo e me olhava, completamente
na minha. E tudo o que eu queria, naquele instante, era mais. Mais dela. Mais
de tudo. A noite inteira.
E sabe como é, se todo o charme e tequila do mundo não for
suficiente, um pouco de Peixoto & Maxado resolve o problema.
dois posts! duplamente awesome :P
ResponderExcluirPooxa eu toda orgulhosa que tinha comentado nos 2 e aki nao apreceu u.u
ResponderExcluirwooon arrasou Mel -como sempre rs- *-*
encheu o TeamMia de orgulho x3
IPC; #Noellyhot veeeeenk,senta no capô 666'
Bom, a história tá linda, perfeita, nem tem o que falar!
ResponderExcluirAgora, numa viagem total sobre esse post e os anteriores... Vendo de um ponto de vista não só sobre o envolvimento das personagens, é importante destacar como nós estamos cercados de discriminação o tempo todo. Os fumantes tendo que se espremer no curralzinho. Depois, elas se curtindo pra caramba e a Mia receosa por estar num lugar considerado ht.
Enfim, muitas pessoas dizem que estão em busca da felicidade, mas será que pra isso não é primordial o respeito às diferenças, a individualidade?
Pri, não tinha visto este comentário! Viajou legal mesmo! Concordo: o respeito à individualidade é essencial e deve prevalecer diante da fragilidade da alma que busca a afirmação em grupo ou no outro. Mas, vc. acha q elas não se beijaram pq o local é ht ou pq a Mia ainda é comprometida com o Fer? Será q em SP no ano de 2010, teria algum problema elas se beijarem num bar ht?
ResponderExcluirLu, não acho que o fato de não terem se beijar esteja ligado ao Fer, afinal no post anterior elas já tinham se beijado, fora do bar e longe de todos, e pelo que parece os amigos que foram com elas não conhecem o Fer, então quanto a isso acho que não vejo empecilhos.
ResponderExcluirNão acho que teria problema de se beijarem no bar, no geral não tem mesmo, entretanto ainda existem alguns babacas que manifestam ao verem duas mulheres juntas, só que como a Mia ainda está saindo do armário acho que rola um pouco de insegurança.
Esses HTs sempre atrapalham... ><
ResponderExcluirÉ simplesmente perfeito. *-*
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