É simples
assim. O escuro aumenta a estática. E quanto mais escuro, maior a estática. Um
corpo busca o outro, às cegas, em constante estado de alerta – naquela
expectativa entorpecente de, enfim, se esbarrar. E encontrar. A qualquer momento, a minha respiração acelerava,
oscilando entre uma batida e outra da caixa de som. Perdidos no breu, os meus
olhos abertos encaravam a ausência completa de cor, de formas, de Mia, à minha frente. Sentia a
presença dela nas mínimas partículas de ar que separavam o seu corpo do meu.
O álcool atrapalhava o cálculo. E quanto mais álcool, maior a imprevisibilidade
do encontro. Solta ali no espaço, no vazio. Mas
ela vem, eu confiava, hoje ela vem. E o importante era que
vinha – não quando e nem de onde. Isso já não dava para calcular. Ali, sem
referência alguma, naquela pista escura. E aí, em contrapartida, minha pele era
tomada por uma ultra-sensibilidade. À espera dela. E quanto mais arriscada a
porra da situação, mais longa parecia a espera. Caralho.
O meu
coração batia inevitavelmente mais rápido e o sangue parecia deixar todo o meu
corpo. Os meus dedos frios seguravam o seu rosto morno e desenhavam-no na minha
imaginação. Pouco a pouco, cedendo espaço. Ali, no escuro, lentamente. Sentia-a
vindo cada vez mais na minha direção. Até que as suas mãos encontraram os meus
ombros. Deslizaram, escorregando pela minha camiseta e – enquanto o meu coração
disparava – subiram intimamente pelo meu pescoço, cruzando-se brevemente atrás
da minha nuca, depois continuando pele acima. Subiram, se emaranhando no meu
cabelo e, em seguida, contornaram a parte de baixo das minhas orelhas,
passeando pela lateral do meu rosto até encontrarem os meus lábios. Aí correram
pela minha boca, num toque leve, antes de voltar para a lateral do meu rosto,
me fazendo arrepiar.
Ali
parada, à mercê dela.
Me segurou,
por fim, com uma mão em cada lado do meu rosto. Podia senti-la movendo-se no breu,
mas não via nada. Absolutamente nada. Ainda assim, de alguma forma, claro,
eu sabia – ah, sabia. Numa
sintonia cega. Confiando que ela vinha, quando, de repente, antes de qualquer
outra parte do seu corpo, a sua boca tocou o canto da minha. Senti a sua blusa
amassando-se contra mim, na minha camiseta de algodão, e os seus lábios
deslizaram, se acertando nos meus.
Havia mãos
demais entre os nossos rostos – duas minhas, duas dela – e pouco espaço entre
nós. Quis dar-lhe passagem, então desci as minhas. Contornando vagarosamente a
sua silhueta, no escuro, até alcançar a sua cintura e, num só gesto, trouxe-a
para mais perto ainda. A sua boca abriu a minha e as suas curvas se moveram
sinuosamente sob os meus dedos. Porra. Eu
sentia a minha cabeça se perdendo, afundando no seu cheiro, no seu gosto, misturado
com o álcool e com aquela vontade de tê-la comigo. E tudo aquilo ia me dando um
calor desgraçado, caralho.
Sentia
toda a minha falta de controle latejar em cada célula do meu corpo. As suas
mãos me apertavam cada vez mais e as minhas a ela. Respirando juntas. O meu peito
contra o dela, abraçadas, nos movendo em sincronia, naquele vazio. Coloquei-a contra
a parede e abri caminho entre as suas pernas com o meu jeans surrado. Meus
Nikes esbarravam nos coturnos dela, as nossas coxas se enroscavam. Minhas mãos
desceram até os bolsos de trás da sua calça, segurando-a contra mim, enquanto a
beijava com força.
Anônimas,
as pessoas passavam por detrás de nós duas, trombando vez ou outra com a gente,
na escuridão absoluta da pista de cima da Sarajevo. Os braços da Mia subiam
agarrados pelas minhas costas e eu a apertava mais ainda, a cada mínimo empurrão
de corpos alheios – como se não quiséssemos nos perder uma da outra. Uma massa indistinguível
de pessoas dançava ao nosso redor. E a boca da Mia percorria a lateral do meu
rosto, descendo pela minha pele até o meu pescoço. Senti vontade de lamber o
seu corpo inteiro, o meio das suas pernas, de colocá-la de vez contra a parede.
Meu coração estava saltando pela minha boca, engasgado na minha garganta. Subi as
mãos pelas suas costas descobertas e esbarrei o meu rosto no seu, apoiando-me
contra ela, com os lábios no seu ouvido:
_“Baby, you make my heart beat faster”
– sussurrei a letra da música que roubei dela – “I know”.
As mãos da
Mia me puxaram mais ainda para si. E os nossos beijos se tornaram mais intensos,
sua boca voltou para a minha e minhas pernas, metidas entre as dela, já quase sustentavam
o seu corpo contra a parede. Minhas mãos a seguravam, firme, levantando-a no
meu colo. Puta que pariu. Que vontade de
te levar para a cama, garota.
Não sei te dizer mas acho que devassa ta perdida . A Sintonia ta dizendo isso.Cada dia mais gostando de TUDO que se diz dela e da Mia juntas.
ResponderExcluirE acho isso bom pra ela,porque eu acho que ela precisava desse 'alguém'.
Já pode morrer?
ResponderExcluirMeeeeeeeo Deeeeeeeeus
ResponderExcluirMorri
eoeiheuiheoiuehoeiueh
Cada dia mais viciada nessa história.. Mal posso esperar pelo próximo post. *-*
Parabéns, Mel!
Nossa Mel, você escreve muito bem. A forma como você descreve os lugares e as situações...
ResponderExcluirNa boa, você me fez apaixonar pela Mia (6'
isuahisahsiauhsiauhs
Parabéns, Mel!
Começar o dia com um post desses é pra inspirar qualquer um! Muito bom, Mel!
ResponderExcluirOMG
ResponderExcluirPra matar qualquer ser humano as 10:30 da manhã.
Nunca pensei que a Matemática poderia ser tão interessante hahaha.
Perfeito.
Meeeeel, valeu mto a pena esperar pelo post... super entendo q ñ tens tempo e q tu ñ tem como se dedicar exclusivamente ao blog, então sem cobranças de posts novos... tá tudo perfeito no texo, a descrição dos detalhes me fez faltar o ar umas 4x facinho, elas estão cada vez mais perfeitinhas juntas. Já posso querer viver um poliamor com elas? Hahahahaha
ResponderExcluirAaaaaaaaaah e como o bom filho à casa torna, seja bem vinda de voltaaaaa... sua lindaaaa.
Acompanho o blog desde quase o começo dele, mas fazia um tempo que não comentava nada..
ResponderExcluirEsse post merece. Caralho, fiquei sem ar quando li! hahahaha
Muito bom mesmo, Mel. Descrições envolventes. =)
Como já disse.. Não sei se te amo, ou se te odeio! xD
ResponderExcluirMorri *-*
Criss Hush
puta que pariu!
ResponderExcluirAaaah eu passando mal aqui lendo esse post e minha mãe sem entender minha aflição, sofri arrepios compulsivos inspontâneos aqui cara!
ResponderExcluirElas tem uma sintonia, nossa, se procuram, mais parece que nasceram pra ficar juntas.. morri lentamente, e que descrição é essa? Quer acabar comigo?
Valeu pela dedicação...
Aaah, como eu amo a Devassa ♥
Até o próximo ;)
Já pode morrer? +1
ResponderExcluirCaralho, a devassa só pensa em sexo. DUSAHDISHADIUHSADIUASHDIUASH. Mel, para de demorar pra postar, poxa... Eu venho aqui todo dia pra ver se tem algo novo. )))):
Sei que é impossível postar TODO DIA, mas sei lá... Oww ):
Enfim, quero logo saber o que vai acontecer. Continua, meu. Vou ficar louca. ):
Mel você é triii PHoda *---*
ResponderExcluir*-*
ResponderExcluirestou sem palavras, mesmo
sabia que no meio de tanta ecologia surgiria algo bom haha
and as I said before: welcome back ^^
noooooooossa!!! nao sei o que comentar ;S cansei de falar que a mel arrasa u_u
ResponderExcluirIPC: #NoellyHot vemk 999
Caralho, faleci.
ResponderExcluirDescrição perfeita no post, parabéns Mel *-*
Puta que pariu. Que vontade de te levar para a cama garotaque escreve bem desse jeito!
ResponderExcluirPorra Mel! MOrri!
A descrição dos detalhes foi completamente perfeita Mel..
ResponderExcluirtava com sono aqui ate acordei..rs
humm...nossa q delícia...
ResponderExcluiramei mel, vc é foda mesmo...
demais!
Que mancada Mel, nos deixou esperando por muito tempo!!!
ResponderExcluirEssa sintonia das duas, essa vontade que as envolve é contagiante. Preciso encontrar uma Mia pra prender contra a parede com meu converse.
Adoro cada vez mais esse blog. É a pura personificação de um desejo que poderia acontecer todo o tempo com a gente.
E quem lembra do Fer nessas hora, né? Nada supera duas meninas se pegando nervoso contra a parede de uma balada. haha
(Necessito de mais)=D
PUTA QUE PARIU.
ResponderExcluirJá pode morrer? +2
OMG! morri, sério!
ResponderExcluirestou completamente apaixonada pela Devassa! <3
já pode morrer? [+1
ResponderExcluirhahahahaha
demais, mel *-*
mas poxa, não demora mais tanto assim pra postar, que desespero cara! :B
beijobeijo
kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirtoh ligadaa nesse desespero da FM...
dia desses fuii eu... no portäo de ksa...
e os vizinhos viraam... tenho certezaaa :$
beijjjj
melhor do q as famosas escapadas furtivas para o banheiro
ResponderExcluir(não q eu jah tenha feito, nem q seja um bom lugar pra isso =P)
FDS sem net em casa..
ResponderExcluirAí neh, chego no trampo atrasada, do uma adiantada aqui nas coisas e venho verificar se tem post novo.. e não é qe têm?!!rs
Vim lê e Pqp, Caralho.. vc quer me matar a essa hora??!! Velho.. qe descrição perfect!! Essa mel tá me surpreendendo a cada diaa.. e sem coment's pra devassa.. sou fã dela!!hehe
P.S.: Bem vindaa de voltaaa!! \0/ \0/
Diria que é BEM familiar essa cena, hennn?!! =P
ResponderExcluirGostei!!!
Gostei de ontem tbm,até quinta! =D
bjsss
Carambaaaaa, depois de um feriadão maravilhoso, e sem net em casa. Chegar nessa quarta com cara de segunda, e me deparar com este post.
ResponderExcluirSubindo pelas paredes 8 x,kkkkkkkkkkk
mais, mais, maisssssssssssss...MEuL
Abalou as paredes,rsrsrs
@Edflavia_ems
Ui.
ResponderExcluirIa fazr um comentario no post mais essa bruna em... sortuda!!! rsrs otimo post, mel!
ResponderExcluirJá pode morrer? +4
ResponderExcluirPERFEITO!!! *-*
Post detalhadamente perfeito e envolvente!
ResponderExcluirImpossível ler menos de três vezes.Íncrivel!
olha essa Bu pagando de íntima, mano, hahahahahaha! também adorei ontem! queria ter ficado mais pra chorar junto no filme. pq eu ia ter chorado, pode ter certeza! enfim, li quatro posts de uma vez e, de novo, sem palavras. adorei o Heterofobia Alcoólica e dei umas boas risadas com a parte que você fala da república das meninas pseudo-artistas, haha. acontece na vida, acontece nos contos, acontece no Fucking Mia!
ResponderExcluirÉ...prefiro não comentar...
ResponderExcluirTAQUIPA *_*
E este tbm! Muito amor
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