abril 08, 2011

O ato em si

É. Era estranho beijá-la. Metidas no banco de trás do carro, parado ali no meio da rua, às quase seis da manhã de um domingo. Sentia alguma coisa fora de lugar na minha cabeça, como quando se tem a impressão de estar esquecendo algo – as chaves ou a porra da consciência. Mas a beijava de novo, e de novo, me forçando por cima do seu corpo, apertando as suas coxas e erguendo o vestido até a sua cintura, como se tivesse que continuar até terminar o que aceitei fazer naquele carro.
 
A verdade é que eu já nem sabia o que estava acontecendo. Quando se está tão bêbada quanto eu realmente estava, suas ações assumem um estado arriscado de inércia. Disparam em linha reta. Pensar a respeito, uma vez que se começa a fazer merda, e de fato mover-se no sentido contrário requer muito, muito mais do que um mero “incômodo” lá no fundo da sua mente. Então eu continuava ali, como se machucasse a mim mesma. Silenciosamente. Em cada beijo que dava naquela boca que eu não queria, naquele pescoço que eu não queria – definitivamente não queria.
 
Cacete.

Abertas, as pernas dela se apertavam contra o meu joelho, apoiado ali no banco, enquanto eu subia em cima da Isa. Minha coxa se forçava contra ela e os seus lábios se apertavam nos meus em resposta, mordendo a minha boca e me puxando pela nuca, com ambas as mãos, enroscando os dedos no meu cabelo. Podia sentir o ar se tornando abafado, úmido, conforme os minutos se passavam, trancadas ali dentro. E antes que pudesse me dar conta, eu já estava suando, me enroscando cada vez mais intensamente nela no banco de trás.
 
Todas as janelas estavam fechadas. E eu podia sentir a tequila fervendo no meu cérebro, nas minhas veias, beijo atrás de beijo. Cada vez mais molhados. Entrava e saía de mim, nuns lapsos de consciência, como se me sufocassem a realidade. Com a minha... minha mão metida na... é, entre as pernas dela. Aí a tirei, de repente, sem pensar, e arranquei a minha camiseta – passando o tecido de qualquer jeito no rosto, secando o suor. Joguei-o no chão do carro e voltei para cima dela, sem ideia do que estava fazendo.
 
Os vidros começavam a embaçar e a temperatura subia progressivamente. As mãos dela deslizavam pelas minhas costas suadas e as minhas terminavam de tirar a calcinha enrolada no meio das suas coxas. Os meus dedos entraram nela e ela me pegou pelo pulso, como se me obrigasse mais para dentro. Fechou os olhos lentamente, com a boca entreaberta – se contorcendo enquanto eu a fodia. Puta merda, mano. Senti minha cabeça latejar, naquele calor desesperador.

Ergui os olhos e vi o céu clarear pela janela. Caralho, eu vou... acabar... s-sendo pega... aqui, fiz certo esforço para concluir o pensamento, tentando me manter minimamente sóbria. Não conseguia. Sua mão me puxou o rosto de volta e a beijei, nuns apagões violentos que me doíam a cabeça. O meu braço se movia entre nossos corpos, quase automaticamente, a comendo sem qualquer vontade. A sua boca machucava o meu pescoço, me enchendo de marcas roxas. E eu pensava na Mia, me torturando – mas continuava.
 
Numa estupidez contraditória irremediável, me movia em cima dela. Merda. E ela me puxava para si, com uma das pernas ao redor da minha cintura, descendo as mãos pelas minhas costas, arranhando a minha pele deliberadamente. Seus dedos encontraram caminho pela linha do meu jeans até o zíper. Nem pensar, garota. A segurei, na mesma hora. Ela riu e me olhou, intrigada. E sem tirar os olhos dos meus, num atrevimento que era para ser provocante, se soltou de mim. Aí insinuou o corpo para frente, me beijando, e veio mais uma vez. Insistindo.
 
Parei de beijá-la, de novo. Inferno. E olhei para baixo, para a sua mão sobre o zíper da minha calça – a centímetros de onde ela realmente queria chegar. A Isa sorriu, meio sem graça, notando a minha expressão séria, e tirou as mãos de cima de mim. Desviou o olhar por um instante, depois tornou a me encarar. E aí perdi, de repente, toda a pouca vontade que ainda tinha de estar ali com ela. Escorreguei minha mão para cima de novo, para fora dela. E me inclinei para trás.

_E-eu fiz alguma coisa?
_Não... – respondi, sem paciência, procurando a minha camiseta no chão do carro.

18 comentários:

  1. O H M Y D E A R G O D. QQISO

    E esse final que não consuma as paradas? Tinha que ser pecado ler esse tipo de coisa, uma horas dessas, e não ter ninguém ao lado para... É.

    Vou dormir triste hoje. Ou não.

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  2. Grande balde de agua fria! Uma pessoa aqui já ferver por conseguires puxar agente para dentro da cena e depois no fim uma banhada gelada?! Até doí! rssssss

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  3. E a vontade ?como é que faz? haha

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  4. Vou dormir triste hoje (2)
    E a vontade ?como é que faz (2)


    porra ...

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  5. Veste a roupa e vai para casa agora F.M, guria sem juizo û.û

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  6. FM brochou mesmo? hauhauhau
    Mas de brinde ficaram os chupões. Agora só falta a Mia vir atrás p/ conversar sobre o Eu Te Amo da FM e de quebra ver os chupões. Aí ela diz: WTF! É assim que você diz me amar?

    Hipóteses, hipóteses e hipóteses.

    Mel, você é demais! =*

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  7. E a vontade?como é que faz?[3]
    Forever Alone aqui :(

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  8. Eu queria mais que essa loura conquistasse a FM e que a Mia se ferrasse. Peguei birra da Mia.
    Tô dando um votinho de confiança ppra essa loura. Louras costumam dar sorte.
    Mel. Demais, sou fã
    Bjs
    Ju T

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  9. Até eu broxei com a FM --'
    Garota fresca.. Qnd uma loirinha bonitinha como essa parece ser, quer colocar as mãos dentro das nossas calças, não podemos dizer não. =P

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  10. Não quer comer, nem liga, agora ficar zoando a loirinha é foda,né, FM?!
    *Desabafei. rsrs
    Adoro a história!

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  11. FM bochou, eu ri kkkkkkkkkkk
    Mó climão pow, nem creio, lamento (f)

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  12. FM broxou foi ótimo hahaha

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  13. OMG... a FM tah broxa

    isso explica!

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