Marchei apartamento adentro, indo o mais longe que conseguia do
Fernando. Folgado! Vem agora me pedir um
tostão que seja, vem, larguei minhas tralhas sobre a mesa da cozinha, com
ódio, você vai ver só. Desviei das latinhas e garrafas vazias
espalhadas no chão, odiando o meu colega de apartamento inútil por não ter
arrumado nada naquela tarde.
Busquei na geladeira uma cerveja e abri a long neck desajeitadamente com a mão, machucando de leve a minha
palma. Olhei para o relógio na parede. Eram
23:21. A real é que todo mundo tinha pavio curto naquela casa – aqueles bons
modos e a nossa incapacidade de medir as palavras que saíam da nossa boca eram
nossa pior característica. Era sempre assim. Toda vez. Toda maldita vez. Nos irritávamos e nos ofendíamos, aí baixávamos o
nível – fosse pelo aluguel ou por uma louça suja esquecida por três dias no meio
da sala. Eu perdia o controle, ele saía soltando fumaça. E quem não nos
conhecia podia até se espantar, achar que nunca mais falaríamos um com o outro,
mas a verdade é que nunca durava muito.
_Vocês parecem duas crianças, cara, na
boa... – a Clara riu.
_Que se foda! – resmunguei, equilibrando o celular no ouvido, enquanto trocava de camiseta – Eu vou sair. Você vem?
_Quê?! Agora?!?
_É! Vou lá na casa da Lê... – terminei de vestir a regata, alcançando uma jaqueta e a minha cerveja no armário – ...já tinha recusado o convite mais cedo, mas se o idiota do Fernando acha que pode sair, então eu também posso. Cê vem ou não?
_Vou, vou...
A Clara murmurou, rindo. E combinamos de nos encontrar no metrô. Em
menos de 10 minutos, já estava saindo de casa de novo. Antes de deixar o apartamento,
todavia, escrevi um bilhete “bem educado” pro Fernando e grudei com uma fita na
porta de entrada. Bem madura. Subi a rua até a estação Consolação e
esperei pela Clara na plataforma.
23:47, ela
chegou. Numa meia-calça preta grossa, com uma blusa do Billy Idol e uma
jaquetona larga por cima. Sorri na mesma hora. A estação abrigava animados grupos
de 20-e-tantos anos, como nós, que apanhavam os últimos trens da noite. A gente
tinha que ir até a República e depois até a Barra Funda. Já dentro do vagão, sentamos
com os nossos pés apoiados nos bancos da frente e dividimos os fones do iPod dela
durante o breve percurso.
Descemos na primeira baldeação e esperamos o segundo trem da noite.
A Clara fazia graça sobre a linha no chão e eu a assistia, na minha, sorrindo. Quando
subimos no próximo vagão, resolvemos ficar em pé, apesar do trecho ser mais longo.
Estávamos segurando no cano imundo, no meio do corredor. E a Clara fazia sutis
movimentos, dançando discreta ao som da música que escutávamos nos fones. Eu
achava graça. Podia assistir ela dançar assim para sempre.
“Jolene,
jolene, jolene”. As suas mãos escorregavam pelo cilindro de metal e ela me olhava
com sua melhor cara de imprestável. Eu ria. “I’m begging of you”, o Jack White gritava nos nossos ouvidos, numa
trilha sonora suja, “please, don't take
my man!”. Apoiou-se contra o cano, pelo ombro, chegando perto o suficiente
da minha boca. Num beijo, ou quase. Hum, volta
aqui... Tornou a deslizar, no entanto, fazendo graça, antes que eu
recebesse o meu beijo. Suas curvas desciam tentadoras no ar. “Jolene, joleeene...”, cantei junto, entrando
na brincadeira. E ela fez então que virava, meio de repente, esquecendo-se dos
fones.
Acabou toda enrolada.
Presa na própria falta de atenção, a Clara riu, sem se envergonhar.
E eu a ajudei a se desenroscar. Que besta
você, hein, fui tirando os cabelos
dela do meio do fone. Os outros passageiros ignoravam as nossas risadas.
E por precaução, guardamos os fones no bolso até chegarmos na estação Barra
Funda. Saímos na rua já depois da meia-noite e pegamos um táxi até a casa da
Lê, o que me custou mais alguns bons reais. Quem
foi o infeliz que inventou a bandeira dois?
Batemos na porta da modesta e um tanto acabada casa da
Letícia. Podíamos ouvir a música alta vinda lá de dentro e eu reconheci a moto
da Ju e o carro da Marina, estacionado na garagem junto com outro que não sabia
de quem era. Comentei com a Clara e ela teve um frio na barriga – ia finalmente
conhecer o resto das minhas amigas.
_Que se foda! – resmunguei, equilibrando o celular no ouvido, enquanto trocava de camiseta – Eu vou sair. Você vem?
_Quê?! Agora?!?
_É! Vou lá na casa da Lê... – terminei de vestir a regata, alcançando uma jaqueta e a minha cerveja no armário – ...já tinha recusado o convite mais cedo, mas se o idiota do Fernando acha que pode sair, então eu também posso. Cê vem ou não?
_Vou, vou...
fernando, seu fdp!!!
ResponderExcluirAmei a musica!! Não conhecia e li o post ouvindo... amei ameeei, tambem as duas juntas. CADA VEZ MELHOR.
ResponderExcluircada vez mais fofas, essas duas! e o Fer, maior manézão!
ResponderExcluirEita que o lance delas tá sério! A Clara vai até conhecer as amigas da FM, sinto que (a) proprietária desse ultimo carro desconhecido tem alguma coisa rsrsrsr Alguma ex problemática da FM será?! Supondo isso só pelo quê de mistério que eu senti entorno desse carro rsrsrs Enfim curti muito esse post. Quero só ver no que vai dar o próximo ;) Continua ae meu!
ResponderExcluirMe explica como a FM e o Fer ainda não se mataram!?
ResponderExcluirE a Marina tá vindo aí! :D
Marina, Clara, FM ♥ tudo junto no próximo! Chega logoo!!
ResponderExcluiro tal carro podia ser da menina que a mia pegou e isso podia ser mencionado sem querer na festa! hahahaha
ResponderExcluirConhecer as amigas é um passo importante... Kkk! E olha...até eu q sou #TeamMia to achando elas mt fofas! <3
ResponderExcluirDe quem sera o outro carro? Mano eu gosto da Clara, massss toda complicacao da FM e Mia é instigante
ResponderExcluirQue coisa mais linda, a Clara indo conhecer as amigas da Fm :3
ResponderExcluirmarina =D
ResponderExcluirJoleeeeeeeeeene... Joleeeeeene.. Joleene.. Joleeeene............. ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh vc é foda!!
ResponderExcluirEsse post foi da ora!!Mas sinto uma "desculpa" aiiii no ar.... rsrs
♫ Your beauty is beyond compare
With flaming locks of auburn hair
With ivory skin and eyes of emerald green ♪ uhuuuuuulll \o/ =]
meu, o fernando é muito sem noção, sério. otário! aiii que raivinha! hahahaha
ResponderExcluire esse outro carro desconhecido hein? vai dar babado! hahahaha
Lá vem coisa boa por ae.. hihi
ResponderExcluirMarina, meu amorrrrrr ♥
Eu ri da briga, só faltou o "belém, belém, nunca mais eu tô de bem!".
ResponderExcluirE essa Clara é uma linda mesmo, hem! *sigh*
#Claranoelencofixo apoiadíssimo! hahaha
A Clara me encanta tanto mesmo torcendo pela Mia :)
ResponderExcluirTodas juntas no mesmo lugar muahauahmau quero só ver..
Todo desprezo ao Fernando e todo amor à Clara. É isso.
ResponderExcluirhehehehe
Fernando seu troxa! u.u
ResponderExcluirSinto que muuuita coisa acontecerá ainda nessa festa....
Fer babaca, Marina? liiiiiiiiinda
ResponderExcluirCeis ficam muito contra o fer e defendendo a fm, mas eles são mto parecidos!! Td bem que ele estourou, mas os dois estoraram. Deve ser um saco uma pessoa falar "ce nao vai sair!" se vc nao vai nem gastar nada... os dois brigam, mas eles se gostam!! Os dois foram grossos. Parem de xingar só o fer ou achar que foi tao absurdo! nem foi...
ResponderExcluirEsse seu blog vicia, sabia? é como uma série de tv... mais e mais e mais...
ResponderExcluirVc escreve muito bem! Adoro1
Beijos
Po... cena mais lindinha das duas no metro mais que imaginada na minha cabeça!
ResponderExcluirAmei a música!
own *-----* que lindas
ResponderExcluirJolene, amo mas não sou LOL