A madrugada se desenrolou complicada, numas brigas e
reconciliações regadas a álcool. Nos perdoamos contra a parede suja do
banheiro. E nos desentendemos na saída, numa calçada cheia de garotas e
moleques de uns 20 anos, que não entendiam uma palavra do que dizíamos. Durou
dez minutos. Fizemos as pazes no táxi de volta. A sua mão entrou na minha calça,
no escuro do banco de trás. Ainda assim, a Clara se deprimiu ao chegar no
quarto, fumando um baseado que descolara com um dos amigos. Estava silencioso
demais. Entrou numa brisa errada, numa paranoia embriagada, numa dessas crises
de ansiedade – e me culpava, falando irracionalidades induzidas por toda a
bebida e aquela bad trip.
_Não, vem – eu sussurrava, a segurando em meus braços.
Sentia-a se desvencilhar e a Clara levantava da cama, em um
desespero alcoolizado de fazer algo. “Senta aqui, vai”, eu tentava argumentar.
Lutando contra o sono e a minha própria bebedeira. Sequer sabíamos por que
discutíamos – não se tratava mais da Mia. A Clara sequer se lembrava do
ocorrido. Se agitava. Por outros motivos, mais abstratos. Eram frustrações,
pequenos instantes transformados em angústias, desacordos; amplificados pelos
arredores e bem desproporcionalmente pelas substâncias em nossas veias. E cada
curva que a madrugava dava parecia assumir uma forma completamente nova, nuns
dimorfismos carregados. O sol quase nascia e ainda estávamos alucinadas,
acordadas em plenas 6 da manhã naquele quarto claustrofóbico.
_Vem pra cama, linda.
_Eu não m-me, me sinto bem – choramingava, ofegante, curvada em pé contra a parede.
_Cê tá bêbada, vai, vem. Cê vai se sentir melhor amanhã! Eu prometo.
_Eu n-não... quero.
_Não quer o quê? – eu perguntava, sentada no colchão; os meus olhos quase fechando de tão pesados.
_Me sentir melhor, eu... e-eu não quero.
_Não fala assim, Bi. Vamos!
_...
_Bi... – me levantei também e a abracei pelas costas – ...vamos, vai. Não faz assim.
_E O QUE VOCÊ SABE?! – se irritou.
_Clara...
_VOCÊ NÃO SABE DE NADA! DE NADA, PORRA!
_Clara, para... – ela se agitava e eu a segurava ainda mais forte, tentando fazer com que se acalmasse – ...eu tô aqui, vamos lá. Não começa com isso de novo.
_TÁ TUDO ERRADO. TUDO. Eu sou uma estúpida!
_Não é. E não é assim. Vamos, vai... cê tem que deixar a brisa passar, meu. Cê já sabe como funciona, linda, vai passar. É só a gente dormir... vai ficar tudo bem.
_Eu n... e-eu não quero, Bo. Eu não posso. EU NÃO QUERO FICAR AQUI! ME TIRA DESTE QUARTO! POR FAVOR! Eu não consigo ficar aqui...
_Consegue, sim. Vem. Deita comigo, a gente conversa até o sono chegar.
_EU NÃO QUERO! Eu não q... – começou a chorar, bêbada.
_Não pensa nisso, linda. Tá tudo bem, vem.
_...
_Eu não m-me, me sinto bem – choramingava, ofegante, curvada em pé contra a parede.
_Cê tá bêbada, vai, vem. Cê vai se sentir melhor amanhã! Eu prometo.
_Eu n-não... quero.
_Não quer o quê? – eu perguntava, sentada no colchão; os meus olhos quase fechando de tão pesados.
_Me sentir melhor, eu... e-eu não quero.
_Não fala assim, Bi. Vamos!
_...
_Bi... – me levantei também e a abracei pelas costas – ...vamos, vai. Não faz assim.
_E O QUE VOCÊ SABE?! – se irritou.
_Clara...
_VOCÊ NÃO SABE DE NADA! DE NADA, PORRA!
_Clara, para... – ela se agitava e eu a segurava ainda mais forte, tentando fazer com que se acalmasse – ...eu tô aqui, vamos lá. Não começa com isso de novo.
_TÁ TUDO ERRADO. TUDO. Eu sou uma estúpida!
_Não é. E não é assim. Vamos, vai... cê tem que deixar a brisa passar, meu. Cê já sabe como funciona, linda, vai passar. É só a gente dormir... vai ficar tudo bem.
_Eu n... e-eu não quero, Bo. Eu não posso. EU NÃO QUERO FICAR AQUI! ME TIRA DESTE QUARTO! POR FAVOR! Eu não consigo ficar aqui...
_Consegue, sim. Vem. Deita comigo, a gente conversa até o sono chegar.
_EU NÃO QUERO! Eu não q... – começou a chorar, bêbada.
_Não pensa nisso, linda. Tá tudo bem, vem.
_...
Um instante de silêncio se seguiu. E eu lhe tirei aos poucos a
blusa, os shorts, os largando no chão. Aí a coloquei debaixo do lençol, com todo
cuidado que a minha falta de sobriedade permitia. E deitei então ao seu lado,
virada na sua direção. “Você me acha louca?”, ela indagou num cochichar
baixinho, quase constrangida. “Nem um pouco”, garanti. E me pus a contar todos os
meus surtos de outras madrugadas, pela Augusta afora em São Paulo. A Clara
esboçou um sorriso.
Se divertia com as minhas histórias, com o mais podre de mim.
Porres homéricos, brigas alucinadas. Horas e horas de autopiedade na cozinha
vazia, entornando um copo de rum atrás do outro. Contei da vez em que impedi
que a Dani tomasse remédios demais, depois de uma madrugada bêbada,
completamente deprimida e fora de si. A Clara segurou o meu rosto, com carinho.
E em seguida, descrevi a noite em que eu mesma misturei mais do que devia,
alguns anos antes. Tive a certeza de que ia morrer, gritei e chorei incansavelmente;
o Fernando ficou horas acordado ao meu lado, no chão do apartamento.
_Sempre passa. E aí cê jura que nunca mais vai beber... fumar,
fazer porra nenhuma.
_Até a semana seguinte... – ela sorriu, por um instante.
_É.
_Até a semana seguinte... – ela sorriu, por um instante.
_É.
O clima agora estava mais calmo, mais sóbrio – em todos os
sentidos. O seu nariz tocava desavisadamente a ponta do meu. Numa lentidão
cansada. Um milímetro mais para cá. E outro milímetro para lá, num deslizar
bobo. Nuns vai-e-véns inconscientes. Sonolentos. Aquelas nossas conversas e o
toque da sua pele me faziam sentir em casa. Havia uma cumplicidade genuína
entre nós, um ser e falar absolutamente livre de julgamentos.
De certa forma, o relacionamento que tinha com a Clara era o mais sincero que
eu já tinha tido. Mas de outras formas, não. Sabia que aquele era meu mundo – ali, com ela. E
havia conforto em saber disso. Na certeza de que nos encaixávamos. Movi o meu
corpo mais para frente e a encontrei adiante, num beijo instintivo. Num
desencadear.
Estávamos exaustas.
É. Momentos tensos estão por vir. :S
ResponderExcluirNÃO!!!!!!! ELAS NÃO PODEM SE SEPARAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! =( =( =( =(
ResponderExcluirviiiiiiiiiiiiiiiiiish
ResponderExcluirNoooss , que neura, gente ?! Porra, esquece a Mia, pelo menos em Buenos Aires!
ResponderExcluirmewww, foi tao lindo a fm cuidado dela. não faz isso, mel!! nao faz elas brigarem!!!! elas sao perfeitas juntas :///
ResponderExcluirA cumplicidade delas é linda <3 vão superar a boca grande da FM!
ResponderExcluirElas são perfeitas juntas *-*
ResponderExcluirFM, pelo amor de qualquer coisa, nao consiga estragar tudo!!!
ResponderExcluirFM cuidando ao invés de ser cuidada.. novidade isso!
ResponderExcluirE elas são bonitinhas juntas, mas ainda prefiro os lances com a Mia! :X
Ah não! :(((((((( a Clara é perfeita demais pra sofrer, pfvr não!
ResponderExcluirEla vai falar né ? A Clara não vai aceitar essa acho.
ResponderExcluir1, 2, 3... FIGHT!
ResponderExcluirA FM vai falar e a Clara não vai aceitar isso, uma pena acho que Buenos Aires será o fim dessa história, a Clara vai superar o fato de todo tempo a Mia ter feito parte do relacionamento das duas. Mas a FM e tipo eu bocuda. posta logo Mel.
ResponderExcluirgame over! conta tudo agora, mulher!
ResponderExcluirOMG!! Coração doendo de ver a Clara assim...
ResponderExcluirAnsiedade em 100% pelo proximo post!!
Mel como sempre perfeita!! Obg!!
(ANA CURI)
Geente, briga pela Mia de novo não.
ResponderExcluirTá. OK. Agora FM fala e pronto, acho que Clara não vai aceitar. Ou vai mentir e se enrolar MUITO...mas acho que não consegue.
ResponderExcluirE me perdoem, porque estou gostando de ver FM na posição que era - ou é, ja nem sei mais - da Mia, de estar entre dois amores.
Não é fácil...
TeamMia forever :))
Viiiiiiiiiiiishhh agora o pau come!!!
ResponderExcluiraté que enfim se tocou ehn!!! putsquelamerda!!!shaushuahsuah
ps: aiii acho tão opressivo esse "tão minha..." sei la... só foi um sentimento!
Qual "tão minha"? :O
ExcluirMelissa de Miranda, tu já vai acabar com o romance da Clara e FM?! SACANAGEM! se isso acontecer, eu vou chorar :'(
ResponderExcluirIsso! Dá tchau p/ Clara. Quero a MIA p/ ontem!!!
ResponderExcluirNão, gente, não!
ResponderExcluirEu ainda to com raivinha da FM pela merda q ela falou, mas não significa q quero ela longe da Clara!
Sério, se elas se deixarem eu vou chorar muitoooo!!
Por favor!
Essa FM é, como ela se define, UMA FILHA DA PUTA IDIOTA!!
Por favooooor....
Seja boa com a Clarinhaaa!!!
QUE PERGUNTA FOI ESSA? NO QUE ELA ANDOU PENSANDO?
ResponderExcluirMomentos de tensão... Posta URGENTE, MEL!
Não, por favor, não. Preciso delas juntas <3 rs
ResponderExcluirPô, separar as duas vai ser uma sacanagem da porra...
ResponderExcluirTenso... enfim, parece que elas terão uma conversa "adulta" e séria... Diz logo que vc ama a Mia...
ResponderExcluirGente, acho que não tem saída. Tava se estendendo demais toda essa situação. Uma hora a FM tinha que falar de verdade todo esse lance com a Mia. Acho super necessário entrar nessa fase da história.
ResponderExcluirApesar de gostar da Clara, é pela Mia que torço! rs
ResponderExcluirE creio que vai ser bem mais tenso quando o Fê souber! Aí sim!
Ae, porra! Team Mia always!
ResponderExcluirMia, Mia, Mia!
ResponderExcluirLove you forever <3
De volta a São Paulo e à Mia,FM! go,go,go!
q momento =s
ResponderExcluircompletamente empática com o sentimento doído de deixar a Clara ir embora, Mel. tou triste, rs!
ResponderExcluir"-O que... tem entre você e a Mia?"
ResponderExcluirSó a Clara que não percebe o que tem entre elas... tem tudoooo...
Mia.. Love, love, love.. always!
(By: R.R.)