dezembro 25, 2009

Sábado à noite, e daí?!

Melhor assim, tentei me convencer.
 
Sentei em frente ao computador e, por algumas horas, procurei me distrair com as mesmas coisas de sempre. Os mesmos sites, as mesmas conversas, as mesmas pessoas. Internet é mesmo uma grande bosta, né? Uma amiga tentava insistentemente me convencer a sair, afinal, segundo ela, era “sábado à noite”. E a possibilidade de eu ficar em casa sozinha parecia um grande absurdo – pelo menos para a Thaís e as pessoas que surgiam indignadas no meu MSN, perguntando o que raios eu estava fazendo online àquela hora.
 
“Contenção de danos”, eu pensava em escrever e logo desistia, achando graça na minha capacidade de fazer merda dada a mínima oportunidade. E quando eu estava prestes a ceder ao convite da minha amiga, o de acompanhá-la numa festa dumas sapatonas da USP, no Butantã, o meu celular tocou. É a Roberta, pensei. E decidi ignorar. O telefone continuou tocando até cair. Na segunda vez que começou, tirei a bunda da cadeira, já levemente irritada, e fui procurá-lo na sala. Lá estava ele, largado no sofá. Mas a tela não indicava mais nenhuma chamada da Roberta e, sim, duas chamadas perdidas do Fernando.
 
Droga.
 
Minha cabeça foi a mil. O que ele quer? Fiquei imediatamente nervosa. Não sabia o que pensar. Meu pessimismo incorrigível chegou à conclusão de que ele provavelmente tinha se embebedado e já estava disposto a me xingar pelo telefone. E nisso, o meu celular começou a chamar de novo. Era ele, mais uma vez. Merda. Atendo ou não atendo? Comecei a andar de um lado pro outro, aflita, enquanto o celular gritava na minha mão. Sem saber o que fazer. Merda, merda, merda. Mil vezes merda. Não posso atender. Não posso. Seja lá o que ele fosse falar, eu não queria ouvir. Para de tocar, por favor. Mas que merda. Para de tocar, para de tocar... Para... Argh. Mas que droga!
 
_A-alô?
_PORRA, MANO! Cê tava dormindo?!
_Não! Quer dizer... M-mais ou menos – me enrolei, um pouco nervosa – Quase. Eu tava aqui na... Na, na sala. Digo, na Roberta! Eu tô na casa da Roberta, na sala dela. Tava quase dormindo aqui no, n-no sofá. Sabe como é... E-eu vim... ficar com ela e...
_Cê tá bem, meu? – estranhou.
_Claro! – forcei um tom indignado – Por quê?
 
Ele riu, me chamando de doida. E perguntou se eu não queria encontrá-lo na balada, umas quadras para baixo da nossa casa, na Rua Augusta. Como é que é? E precisa ligar três vezes pra isso, seu estúpido? O meu coração quase infartado começou finalmente a se acalmar. Estava quase recusando, o que talvez fosse a decisão mais sensata do dia inteiro, quando o Fer mencionou que estava lá com alguns dos nossos amigos – e claro, a Mia. Aceitei na mesma hora. É, ignorando qualquer instinto de autopreservação.
 
_Massa. Tamo no Inferno, cola aí! – ele respondeu.
 
Que apropriado.

2 comentários:

Se tiver gostado do post, deixe um comentário e faça uma blogueira feliz :) obrigada, meninas!