abril 29, 2010
Nós
abril 27, 2010
Me, Myself & Mia
A televisão estava desligada – mas eu continuava olhando para o
meu reflexo na tela preta, numa insistência burra. Eu sou patética. Não estava afim de voltar para o quarto ainda. E de
certa forma, ficar ali sozinha em silêncio parecia algo que eu precisava fazer
naquele momento. Me deprimindo
deliberadamente, revirei os olhos.
_Não sabe?! Você entra aqui do nada e fica parada aí, sem dizer
nada, como se...
_E você? Por acaso, sabe?! – a interrompi –Tem ideia do que tava
fazendo ontem na cozinha?
_E-eu... – a Mia baixou a guarda, se enrolando – ...n-não, não sei.
abril 26, 2010
A grama do vizinho
Água, meu corpo resmungou, sedento.
_Nada...
_Hum... – ri também – Talvez.
_Me conta, porra.
_Tá... – eu disse baixinho, sorrindo – ...mas cê não vai acreditar quem tá no meu quarto.
_A Dani – respondeu o óbvio.
_Sim, e...?
_“E” o quê?!
_“E o quê”, não... – eu ri – ...“E quem”.
_Como assim? – ele perguntou confuso e, só após alguns segundos, a ficha caiu – Sua filha-da-mãe, desgraçada. Cê tá falando sério?!
_Sentiu falta, né? – me zombou, rindo.
_Cala a boca.
_Olha... – sacudiu a cabeça – Eu bem queria me divertir que nem cês duas... Puta merda.
abril 25, 2010
Dissolved Girl
I think I kind of lost myself again…
I need a little love to ease the pain…
I need a little love to ease the pain…
I've been here before...
But I still don't go…
Say, say my name…
But I still want more…
abril 22, 2010
Mais difícil do que parece
_Fica à vontade – respondi, de costas para a Débora, enquanto colocava uma playlist de trip hop no computador.
Ergui o olhar até o da Débora e ela soltou a fumaça lentamente, me encarando de volta. Quis beijá-la ali mesmo. Insuportavelmente. Mas não, não vou fazer nada idiota. Vou esperar a Dani, procurei me convencer, sem condições de me controlar, não quero estragar isso aqui. Sorri, por fim, sem jeito. E desviei o olhar. Aos poucos, o Massive Attack que saía das caixas de som foi preenchendo todo o cômodo e cada célula do meu corpo, perigosamente. Me corrompendo. Cacete. Subi o rosto mais uma vez; e ela me observava. Ali.
Dei dois passos na sua direção e a puxei para perto, arrancando um beijo. O mal estava feito. Movidas pelas batidas graves do Tricky ao fundo, começamos uns amassos fortes. Ela me empurrou contra a porta e eu a puxei, ao mesmo tempo, na minha direção. Meu impulso era de arrancar aquela camiseta – a dela e a minha –, mas me segurava, sempre na metade do caminho, sabendo que a Dani chegaria a qualquer momento.
_Sei.
1... 2... 3...
Got one eighty degrees
And I’m caught in between
Countin’
Getting’ down with 3P
Everybody loves… uhh!
Livin’ in sin is the new thing.
abril 21, 2010
I’m a little curious…
(Massive Attack)
_Gata... – ela riu, na mesma hora.
abril 20, 2010
Incorrigível
Trinta minutos na fila, todavia, e eu já começava a ficar impaciente. Céus, essa porra vai demorar. A Dani me beijava a cada dez segundos, enquanto esperávamos do lado de fora. Apoiei os meus braços no seu ombro, mais casalzinho do que jamais estive na vida. Deus me livre de trombar a Clara aqui, torcia covardemente por trás dos meus olhos devidamente fechados, ciente até demais de que era uma noite de sábado. Não estava com vontade de sair para começo de conversa, menos ainda de me meter em problema. Abri os olhos e dei uma checada em volta. Por enquanto, pensei, tudo bem.
_Oi? Que namorada? – me virei e ela riu.
_Caramba... – ergueu as sobrancelhas e, só então, percebi o que eu tinha acabado de implicar – Isso quer dizer que ela não é sua mina?
_Não... – achei graça também – Digo, viemos juntas e tal, mas, assim... – sorri pra ela, aí sim com más intenções – ...a gente não namora.
_Hum... – ela sorriu e se aproximou – Eu tava olhando vocês, sabe, aqui de cima.
_É. E acho que... – ela continuou, arqueando as sobrancelhas – ...nós temos o mesmo gosto pra mulher.
Espera, repete.
abril 19, 2010
Lapso de coerência
_Tô ocupada – eu respondia, sentada em frente ao computador.
_Cê não tá fazendo porra nenhuma aí, mano! Vem pra cá, vai...
_Dani, caralho, já disse que tô ocupada!
_Não – retrucou – Não quero nada.
_Tá. Boa balada, então...
_Cê não vai mesmo?
_Não, tô de boa...
_Sei.
_Onde cê vai?
_Bom, nesse caso, eu vou pro Glória.
Opa, pera lá.
_Entenda o que quiser.
_Por que cê iria até o Glória e não na Augusta, meu, que é aqui do lado?
_E por que não? – perguntou, sem qualquer paciência comigo, e com razão.
_Ah, meu, sei lá... É longe e...
_Vou com o meu carro – me interrompeu.
_É, mas cê vai sozinha? Sem conhecer ninguém?
_Vou. Quem sabe eu não conheço alguém lá... – me provocou.
_Quer saber, Dani? Faz o que cê quiser – retruquei.
Oh
When I hear your body move
Through the walls
In the next room
When I hear your body move
And I'm dying to break through
To the next room
Oh, to the next room
abril 18, 2010
Siesta
Voltei ao que estava fazendo anteriormente – e o que era mesmo? – e tentei focar novamente na água, mas agora o sol refletido na corrente gelada parecia apenas um bando de pontos idiotas de luz. A presença da Mia me perturbava, inferno, me inquietando. E aquele silêncio foi me tirando do sério. Continuei me forçando a focar nos pratos na pia, e só neles, mas podia senti-la do meu lado. Ali, sem dizer nada, sentada a meio metro de mim.
Atravessei o corredor e me fechei no quarto, quase que num impulso. Me senti segura por um instante, ali. A Dani, que estava deitada na cama, levantou ao me ver e veio ao meu encontro. Escutei a porta do quarto do Fer fechando poucos segundos depois, ao fundo no corredor, e senti um incômodo familiar me revirar o estômago. Faz cena para mim só pra depois ir lá deitar na cama dele. É assim, não é, Mia? Tentei não dar bandeira, olhando a Dani caminhar na minha direção, e forcei um sorriso.
Mia... Mia... Mia... Mia.
A inquisição
_Não vou me meter... – o Fer argumentou, rindo.
_SAI DE CIMA DE MIM!! – eu gritava, rindo.
_ADMITE! ADMITE! AMANTE DE MEIA TIGELA!
_SAAAI DE CIMA DE MIM!
_Ficou me zoando, é? Agora, admite! ADMITE LOGO!
_NÃO VOU ADMITIR NADA!! – declarei e ela me amassou ainda mais.
_ADMITE!!! Vai, fala: “Eu sou uma mentirosa que não aguenta o
tranco”.
_Eu não menti! Eu tava mesmo na casa do Gui, eu falei que tava!
_DORMINDO!!!!! – ela gritou, indignada, e eu ri, incapaz de me
defender – Filha-da-mãe! Não acredito que você me trocou por uma cama!
_Não te troquei!! Só adiei um pouquinho, porra!
_Ah! Então quer dizer que você admite?!
_Não. Não disse isso.
_Só confessa. Fala de uma vez!
_Não, não... não.
_Não aguenta, né, e ainda vem me tirar depois!
_São coisas diferentes, eu não fiz nada demais. Você tava toda
enciumadinha!
_LÓGICO! Cê ficou sei-lá-quantas horas sem dar notícia!!
_Então, você admite?
_Eu não admito nada! Você que tem que admitir!
_Não vou admitir.
_E eu não vou sair de cima de você. Não até eu ouvir essa sua boca
falar com todas as letras que você me trocou por um travesseiro, sua preguiçosa
de merda!
_Não vou falar nada, SAI DE CIMA DE MIM!
_NÃO!!de casal. Podia
ver nitidamente nos seus olhos a agonia para terminar de comer e sair logo de
perto de nós duas daquela mesa.
abril 17, 2010
Sunshine, lollipops... ♫
Cinco horas de sono e eu cheguei no apartamento com a maior cara
de pau do mundo, cantarolando pela porta. Já passava da meia-noite. Olhei para
o Fer, sentado ao lado da Mia no sofá, e sorri satisfeita. Nada como uma cama de solteiro, pensei e ele riu da minha
felicidade pós-travesseiro. A Mia apenas olhou brevemente para mim e levantou
para pegar outro pedaço de pizza na mesa, ignorando a minha presença. E eu
ignorei a dela também, estava num humor fantástico.
_Na casa do meu amigo...
_Amigo? “O”? Homem?!
_É.
_Até essa hora? Desde a hora que cê saiu até agora na casa de um
amigo? – ela levantou as sobrancelhas, cheia de suspeitas – De um cara?
_Sim, Dani... – eu comecei a rir.
_Por que cê tá rindo? – questionou, brava.
_Porque vocêêê... – eu ri, a levantando e puxando pela mão, na
minha direção – ...faz pose de durona, mas tá aí, com esse ciúminho ridículo
estampado na sua cara... – eu disse, a abraçando, e ela continuou me empurrando
para trás – Admite, vai. Diz que ficou horas sentada aqui, imaginando com quem eu
tava, sofrendo, pensando em cada peça de roupa que eu podia tá tirando e
bolando um monte de frases de impacto para me dizer quando eu passasse por
aquela porta... – eu me divertia.
_Não fiquei, não... – a Dani se soltou e encostou na parede, contrariada.
_Ficou, siiiim... – eu cantarolei, a pegando pela cintura de novo
e achando a maior graça.
_Admite... – ri.
_Vai se foder... – retrucou, se segurando para não rir junto e
para manter a sua pose de indiferente.
_Cê quer rir, não quer?
_Não!
_Meu, cê tá tão, tão na minha... – eu continuava, rindo – É o seu
fim! A Dani? A Dani que eu conhecia não dava dessas. Não. Fala que gosta de
mim, vai... Admite... Pode falar! Ficou com ciumiiiinho porque eu não vim para
casa depois do trabalho, não ficou? – zombei – Ficou aqui me esperando, sentadiiiinha,
bonitiiiinha e toda mordida de ciúmes, por horas e horas e eu não apareciiiia.
Ficou aqui me esperando, enquanto cê poderia simplesmente ter levantado e ido
embora, mas não foi... Não foi, né? Sabe por quê? Porque, ah, porque vocêêêê
não é mais aquela Dani de antes... Não, não... Agora você me queeeer...
_Mano, você é a pessoa mais insuportável que eu conheço! – ela
riu, indignada – Que inferno!
_Você me ama, só admite. Vai. Diz que me quer...
_Não vou admitir nada. Vai se foder!
_Vem cá, vem... – eu ri e a beijei.
abril 15, 2010
Amigos são para...
_Tô, cheguei faz um tempinho.
_E a Dani, tá aí?
_Sei lá... Se estiver, tá no quarto. Por quê?
_Fer – implorei – Cê precisa se livrar dela pra mim.
_O quê? – ele começou a rir.
_Qualquer coisa, sério, inventa qualquer merda. Mas tira ela daí, por favor! Eu não aguento mais. Por favor, por favor, por favor... Ela não pode tá aí quando eu voltar! Eu vou enlouquecer!
_Se livra dela você, meu! Por que eu tenho que fazer isso?
_Porque eu não quero soar escrota e depois... Sei lá, ela, e-ela vai ficar brava comigo... Não. Não dá. Não quero que ela dê o fora de vez, só que ela saia um pouquinho. Por favor. Tem que ser você.
_Eu?! Que desculpa eu tenho para chutar a menina daqui?!
_Fala baixo, porra, ela vai te ouvir! – adverti e ele riu – Ai, sei lá, fala que você vai trazer a Mia aí e que cê não quer ninguém no apê... Que ela tem que sair, ir dar um rolê...
_Eu não vou falar isso... – ele riu – Por que você não fala?!
_Porque ela vai sacar que eu tô mentindo.
_Então não mente, ué... Fala a real para ela ou, sei lá, deixa a mina aí, mano. Qual o problema?
_Ela não me deixa dormiiiiiiiiiiir – choraminguei – E eu quero muito... muito... muito... só... sabe, dormir um pouquinho, duas horinhas que seja...
_Ohhhhhh, nooooossa... – ouvi ele zombar, ironicamente – Como cê sofre, não? Coitada! Toda essa falta de sono, assim, dia após dia... Ô vida dura!
_Ah, vai se foder, Fernando.
_Cê é um barato... – ele riu – Por que cê simplesmente não fala com ela, mano? A casa é sua! Chega e vai dormir, porra! O que ela vai fazer? Te impedir?
_Você tá mesmo sugerindo, sem brincadeira, que eu fique no mesmo apartamento que a Dani e vá dormir? Que eu ignore aquela mina linda, insaciável e maravilhosa, como se fosse a coisa mais fácil do mundo? Que eu me vire para o outro lado e vá dormir? – me revoltei – Sério mesmo? Eu?!
_Tá, tá... Colocado dessa forma, talvez cê tenha razão.
_Você precisa se livrar dela, sério. Seja um bom amigo e faça isso por mim, vai?
_Eu não vou fazer bosta nenhuma! – ele riu – Se vira!
_Eu te odeio – resmunguei, azeda.
_Tô, por quê? – o Gui respondeu.
_Eu preciso da sua cama.
abril 13, 2010
Jogo sujo, garota
Quando foi duas da manhã, eu me encontrava deitada sobre um lençol
no chão do quarto, ao lado da minha suposta nova esposa. A Dani era a
responsável por todo o falatório no meu trabalho – e por toda a maratona de
exercícios daquela semana também. Por
um instante, desejei que o nosso relacionamento não fosse sempre tão obsessivo.
Por que não pode ser tranquilo? Nunca era. Nunca. Entre idas e vindas,
destruíamos uma à outra numa necessidade louca de estarmos juntas. Nossos
corpos pareciam querer compensar toda a ausência de uma só vez. Durava dias, às vezes semanas. E acabava –
tão rápido quanto recomeçou.
_Ihhh... – ela me zombou, desacostumada com elogios – ...acho que toda
essa erva tá começando a afetar o seu julgamento.
_Não. Você é, sim – eu ri e peguei o baseado de volta – Mas cê vai
acabar comigo, garota. Juro. Muito antes das drogas.
_Hoje eu vou dormir cedo, pilantra.
_Vai?
_É sério, não adianta fazer essa cara aí! Isso aqui, ó... – mostrei
a ponta do baseado na minha mão – ...é para eu capotar e você não ter nem chance de
me acordar. Hoje não tem essa, meu. Pode esquecer. Depois que eu terminar esse
é “boa noite”, cama, fim de papo, game over.
_Ai, que exagero... – me provocou – ...são só duas da manhã.
_É, né, porque não é você que tem que levantar cedo todo dia! – eu
ri, retrucando – Cê pode ficar aqui, descansando, numa boa, folgada... Eu tenho
que ir trabalhar amanhã de manhã, sem ter pregado o olho. Nem vem! Cê sossega
aí. Hoje não tem conversa, meu, eu não dormi a semana inteira!
_Nossa, hein... Quem diria que eu viveria para ver o dia em que cê
ia recusar?
_Não tô recusando – me ofendi – Só adiando.
_Pra mim, tá parecendo mais que cê não aguenta...
Perdendo o sono e a reputação
abril 12, 2010
Pequenas aberturas
_Sabe, você podia me ajudar... – ela resmungou.
_Não. Tô bem aqui... – eu ri – A vista tá ótima, Dani.
_Vai se foder – ela retrucou e virou o corpo um pouco mais para o lado, a fim de me privar da minha “ótima vista”, se desdobrando inteira no chão.
“Ciúmes”. A palavra por si só me perturbava. Ainda que fora de contexto, ainda que cochichada após litros de tequila e vodka barata e duas horas de sexo à beira da exaustão; de um jeito ou de outro, me perturbava. Mais de um do que do outro: a Dani sempre foi uma constante na minha vida. No entanto, ao longo dos anos, ela conseguiu – de uma forma realmente impressionante – me superar na filha-da-putice e na ausência completa de compromisso ou qualquer sentimento sincero de carinho. Ela nunca deu a mínima para nós duas. Sumia quando bem entendia. E me fazia bem saber que ela sentia alguma coisa por mim, seja lá o que fosse.
_Nada, sei lá, vou voltar pra casa dos meus pais. Por quê?
_Não quer ficar uns dias aí? – perguntei, sem pensar.
abril 09, 2010
Manhã lenta
_Hmm?!
_Do que cê tá falando... – resmunguei, com preguiça de conversar – Vem aqui... vem.
_Dani... – respondi, ainda enfiada no travesseiro – ...sem perguntas complicadas.
_Porque, assim, se alguém me perguntasse... Eu diria que cê sente alguma coisa por ela.
_Acredite... Eu não tô perguntando.
_Mas cê sente, não sente?
_Dani... – resmunguei, cansada.
_Eu entenderia, se sentisse. Digo, até que ela é gostosa – deu de ombros e eu suspirei, incomodada com a forma agressiva como a palavra “gostosa” soava em uma manhã interminável da porra – Cê comeu ela?
_Por favor... Só me deixa dormir – me irritei, submersa na fronha.
_Comeu ou não comeu?
_Me deixa dormir, mano.
_Certeza que cês já se pegaram... – ela continuou tagarelando, bêbada ou chapada, quase como se falasse sozinha, o que não estava muito longe da realidade – Foi estranho. Cê tava incomodada demais por ela ir embora e, tipo, que diferença ia fazer se ela ficasse? Ela ia dormir lá com o teu amigo de qualquer jeito e você aqui comigo... Não sei por que você insistiu – a Dani simplesmente não calava a boca e, nesse ponto, eu comecei a considerar seriamente a hipótese de chutá-la da cama – E ainda bem que ela não ficou, né? Só me faltava você me trocar para ficar com uma heterozinha que não sabe nem achar o meio das pernas de uma garota, eu te matava.
_Fica quieta, Dani. Por favor.
_Na boa, não sei como o seu amigo não percebe... – ela seguiu, me alfinetando – Sério. Tá muito na cara!
_Jesus, você não vai calar a boca...
_Cê pegou ela, não pegou?
_“Sim”, “não”... – perdi a paciência e sentei na cama – Que diferença faz, meu?!
_Nossa, calma. Só tô puxando assunto...
_Puxando assunto, Dani? Daqui a pouco são 10 da manhã e eu não dormi porra nenhuma! – reclamei, irritada, me enfiando de novo no travesseiro – Cacete, mano, tava tudo indo bem até agora. Você realmente quer começar esse blá-blá-blá todo aí e estragar o clima, meu? Vamos dormir, velho, por favor. Eu tô cansada... – implorei – Vem cá, vai...
_Hmm? – ela murmurou de volta, já quase dormindo.
_Você... v-você tá com ciúmes?
_Acho q-que... – hesitou, baixinho – ...que sim.