_Posso dizer?
A Marina mordeu a boca, contendo certa felicidade, e eu a encarei de
volta, sem entender, apoiada no balcão.
_Dizer o quê?
_Que... “Eu te disse”?! – ela sorriu, satisfeita.
_Disse o quê? – eu me repeti, sem saber a que ela se referia.
_Como o quê? O que eu te disse quando você começou com essa história toda?!
_Não sei... O que cê disse?
_Meu, alguma coisa do que eu falo entra nessa sua cabeça? – ela riu – Quando a gente foi almoçar aquele dia, boba, que você me contou da Mia... o que eu te disse? Não falei que ela estava saindo do armário? Pois olha aí.
_É, espertinha... Mas você também me disse, uns dias atrás, que ela não me amava. Não é? Que as mulheeeres e as héééteros sentem as coisas de forma diferente e o caralho a quatro e que eu tava me enganando e blá blá blá... – revirei os olhos, evidentemente irritando a Marina – ...não foi o que cê disse? Hein, ô Einstein?!
Eu ri, arqueando a sobrancelha de volta para ela. E a Marina deu
de ombros, como se aquilo não tivesse importância, como se não diminuísse a
porcentagem de acertos dos seus palpites sobre minha vida amorosa.
_Disse... – resmungou – Mas eu tava certa para começo de conversa.
E outra, você não sabe se a Mia te ama!
_Se não ama, vai amar...
_Jesus – riu – Cê é tão convencida que chega a ser ingenuidade.
_Mas é que foi tão bom, Má. Tão bom... – esfreguei as mãos no rosto, suspirando – ...cê não tá entendendo! Não é possível que a Mia não tenha sentido o mesmo que eu senti, puta merda, só pelo jeito que ela me... – interrompi a frase, lembrando de cada vez que a Mia se meteu no meio das minhas pernas – ...sabe, as coisas que a gente fez. Porra, não é possível!
_É. Assim, no mínimo, é sugestivo... – a Marina sorriu – ...e olha, até tive lá minhas dúvidas, achei que talvez pudesse ser só curiosidade, mas pelo que cê contou parece realmente ter sido bem intenso...
_Nossa, muito. Acho que nunca tive uma primeira vez tão intensa com alguém, Má, não assim... – respondi – Parecia que encaixava, sabe? O beijo encaixava, as nossas pernas, puta que pariu, as baixarias, a falta de vergonha na cara, tudo. Foi foda.
_Ai... – ela segurou a minha mão – Mas eu me preocupo, linda. Não quero que você se enrole nessa confusão.
_Olha, depois dessa noite, a Mia por me enrolar onde ela quiser.
_Sei... – a Marina riu.
_Sério. Eu casava com essa mina amanhã. Amanhã! – fiz graça, apaixonada – E meu, cê pode escrever aí, a gente ainda vai ficar juntas. Eu sei que vamos.
_Ah, é? E seu amigo Fernando já foi informado sobre isso?
Engoli seco. Inferno. Esperei uns segundos antes de retomar
a conversa, levemente contrariada pela minha ex-namorada, que agora já chegava
ao fim do seu gim tônica.
_Porra... – resmunguei – Não precisava dessa, né, Má.
_O quê? Você esqueceu com quem cê mora? Hum?! E com quem ele dorme quase todo dia naquele apartamento?
_Não, não esqueci – a fuzilei com os olhos, emburrada – Mas hoje, só hoje, eu queria aproveitar e ficar feliz por tudo que aconteceu sem pensar nessa merda toda – continuei – Só por um dia. Pode ser? Cê deixa?
_Deixo, deixo... – ela riu, soando genuinamente arrependida.
_Caralho, viu. Já não basta eu ter que lidar com essa droga todo santo dia...
_Eu sei. Desculpa, linda.
Mostrei a língua rapidamente para ela, fazendo graça, e me virei
para pedir uma água ao cara do bar. Ainda estava de ressaca e todo aquele tempo
contando cada detalhe da minha noite com a Mia tinha me deixado com uma sede
desgraçada. E tá – no fundo eu sabia que, em algum momento, ia ter que sair
do meu estado bobo-alegre depois do encontro e encarar a realidade da qual a minha
ex-namorada tão inapropriadamente me relembrara.
Só que, não, não agora.
_Que... “Eu te disse”?! – ela sorriu, satisfeita.
_Disse o quê? – eu me repeti, sem saber a que ela se referia.
_Como o quê? O que eu te disse quando você começou com essa história toda?!
_Não sei... O que cê disse?
_Meu, alguma coisa do que eu falo entra nessa sua cabeça? – ela riu – Quando a gente foi almoçar aquele dia, boba, que você me contou da Mia... o que eu te disse? Não falei que ela estava saindo do armário? Pois olha aí.
_É, espertinha... Mas você também me disse, uns dias atrás, que ela não me amava. Não é? Que as mulheeeres e as héééteros sentem as coisas de forma diferente e o caralho a quatro e que eu tava me enganando e blá blá blá... – revirei os olhos, evidentemente irritando a Marina – ...não foi o que cê disse? Hein, ô Einstein?!
_Se não ama, vai amar...
_Jesus – riu – Cê é tão convencida que chega a ser ingenuidade.
_Mas é que foi tão bom, Má. Tão bom... – esfreguei as mãos no rosto, suspirando – ...cê não tá entendendo! Não é possível que a Mia não tenha sentido o mesmo que eu senti, puta merda, só pelo jeito que ela me... – interrompi a frase, lembrando de cada vez que a Mia se meteu no meio das minhas pernas – ...sabe, as coisas que a gente fez. Porra, não é possível!
_É. Assim, no mínimo, é sugestivo... – a Marina sorriu – ...e olha, até tive lá minhas dúvidas, achei que talvez pudesse ser só curiosidade, mas pelo que cê contou parece realmente ter sido bem intenso...
_Nossa, muito. Acho que nunca tive uma primeira vez tão intensa com alguém, Má, não assim... – respondi – Parecia que encaixava, sabe? O beijo encaixava, as nossas pernas, puta que pariu, as baixarias, a falta de vergonha na cara, tudo. Foi foda.
_Ai... – ela segurou a minha mão – Mas eu me preocupo, linda. Não quero que você se enrole nessa confusão.
_Olha, depois dessa noite, a Mia por me enrolar onde ela quiser.
_Sei... – a Marina riu.
_Sério. Eu casava com essa mina amanhã. Amanhã! – fiz graça, apaixonada – E meu, cê pode escrever aí, a gente ainda vai ficar juntas. Eu sei que vamos.
_Ah, é? E seu amigo Fernando já foi informado sobre isso?
_O quê? Você esqueceu com quem cê mora? Hum?! E com quem ele dorme quase todo dia naquele apartamento?
_Não, não esqueci – a fuzilei com os olhos, emburrada – Mas hoje, só hoje, eu queria aproveitar e ficar feliz por tudo que aconteceu sem pensar nessa merda toda – continuei – Só por um dia. Pode ser? Cê deixa?
_Deixo, deixo... – ela riu, soando genuinamente arrependida.
_Caralho, viu. Já não basta eu ter que lidar com essa droga todo santo dia...
_Eu sei. Desculpa, linda.
Ha,ha,ha, Marina tem um jeito todo especial de mostrar a realidade pra coitada da Devassa!! Ué, parece até alguém aqui do comments?! ;)
ResponderExcluirTinha me esquecido do Fer também. D:
ResponderExcluirrealmente, tem que curtir o momento porque ele infelizmente não vai durar muito :/
ResponderExcluir"Fantástico mundo de bobby" a protagonista vive, não vwjo a hora do Fernando saber sobre essa história! O que seria do doce se não existisse o amargo?
ResponderExcluirO blog é demais.
Beijos.
afs, oque será que vai acontecer ?
ResponderExcluiráah, odeio esperas ;@
se tem uma coisa que eu aprendi "por aí", há um tempinho é: deixa pra se preocupar depois.
ResponderExcluiracho que a Devassa sabe muito bem disso.
e, ai, Marina!! ♥ #TeamMarina
Concordo, eu quero só ver a reação do Fernando quando ele souber... Ele master vai levar um pé na bunda.... vai não vai? (espero =x)
ResponderExcluirGosto da idéia da FM aproveitar essa coisa boa de "ah foi incrível"... Mas quando a ficha cair, vai ser foda "/
pow, coitadinha da devassa D:
ResponderExcluirmas ela meio que 'cavou' isso, né...escolhendo seguir em frente com a Mia, e não tentar esquecer e talz (mesmo que fosse impossível)
Aaaaahhhh, eu tava com TANTA saudade de post novo! *-*
ResponderExcluirLindinhos, como sempre. Adoro a Devassa toda boba apaixonada.. =)
Ai que quando o Fer descobrir vai ser tenso =°
ResponderExcluira Marina faz/fez psicologia? tou começando a gostar muito dela! (L) não só pela psicologia, é claro, mas é que ela é tão fofa!
ResponderExcluirNossa, me senti conversando com ela no lugar da Marina. Tentando trazê-la para a realidade de que antes de fazer a Mia cair de amores por ela vai ter que pensar como serão as coisas com o Fer.
ResponderExcluirEla parece tentar ignorar a existência do Fer (muita gente que lê também) porque, por enquanto, desta forma mesmo que não seja a mais correta ainda tá tudo bem. A questão é: até quando vai ficar?
O fato é que o Fer nunca desconfiou do que há entre elas porque acredita que a Mia é muito hetero e que talvez a protagonista não daria em cima da namorada dele. Mas e se surgir um motivo mínimo pra desconfiar, ele vai conseguir perceber? A Dani mostrou por duas vezes (no Santa Augusta e depois na sala do apartamento) elas não conseguem disfarçar muito bem. Rs. Ooou de repente, mesmo com sinais ele pode não desconfiar de nada, afinal o amigo do Gabriel mostrou lá no bar (show Peixoto & Maxado) que às vezes demora um pouco pra cair à ficha (tá, no caso dele demorou tanto que precisou de uma ajuda da protagonista). Será que o Fer é desse tipo?
Existem tantas possibilidades que não dá pra saber o que vai acontecer e é justamente isso que eu adoro, posso viajar nas possibilidades e quando chega na hora acontece de uma outra forma e me surpreende.
E sei lá, acho que esse comentário ficou maior do que todos que já foram feitos acima juntos. hahahaha