Sabe aqueles testes bem ruins no estilo “Descubra qual o seu tipo
de homem”? Pois bem. Vez ou outra, movida pelo absoluto tédio numa sala de
espera, eu pegava umas revistas femininas e me divertia respondendo qualquer
quiz idiota desses só para discordar do resultado ao final. Não. O
meu tipo de homem não é loiro e musculoso, credo.
O meu tipo de homem era o que não falava comigo – e de
preferência, que me deixava em paz na rua. No melhor dos casos, o meu tipo de
homem eram as bichas afrontosas da Augusta ou o Fer. E ainda assim, bem longe
da minha cama.
A revista nunca acertava. E o erro não era só por presumir que
todas as mulheres gostam de homens – ou pelas respostas incrivelmente
superficiais. A verdade é que, mesmo se existisse uma versão sapatona,
provavelmente o teste fracassaria. Eu não tinha um “tipo”. Nenhum. Zero. Sempre
achei meio babaca esse lance de ter “tipo”.
O mais específica que eu podia ser sobre o que me atraía
fisicamente em garotas era, por exemplo, um joelho ralado – isto é, de tanto
tropeçar bêbada na Augusta. Eu gostava de mina sem noção. Qualquer mina. Sabe
aquelas porraloucas que saem pela rua fazendo amizade às 5 da manhã,
equilibrando a cerveja numa mão e a dignidade na outra? Pois esse era o meu
tipo. E até isso era relativo, né, bastava olhar para a Marina. A minha regra
geral era não ter regras.
Mas p u t a q u e p a r i u como eu perdia a cabeça com
mina tatuada.
E não estou me referindo àquelas três estrelinhas escondidas atrás
da orelha, nem àqueles erros em forma de golfinho – resultado lamentável de um
devaneio pós-insolação num feriado prolongado no Guarujá. Não. Para mim
e toda a água na minha boca, existia uma grande diferença entre “ter” uma
tatuagem e “ser” tatuada. E lá estava a Mia, sentada na minha frente, com o
corpo inteiro rabiscado e seminua, sem a menor inibição. Puta tesão.
Juro – eu podia passar duas, três, dez horas que fosse ali, apenas
observando enquanto a Mia era dolorosamente desenhada por aquela maquininha. Os
minutos se desdobravam lenta e deliciosamente. Era quase melhor do que sexo. Quase. De tempos em tempos, eu
e a Mia engatávamos uma conversa qualquer descontraída com a tatuadora gente
boa. Isso me animava consideravelmente. Aquela intimidade que fluía bem,
aqueles momentos espontâneos de proximidade, tudo isso me fazia sorrir mais do
que o normal. Ainda assim, sempre havia aqueles instantes de silêncio, em que
só se ouvia o barulho do motorzinho e ninguém falava nada por minutos a fio.
E esses, sim, eram complicados.
Conforme a máquina percorria o corpo da Mia, pouco a pouco as
flores iam se colorindo de tons amarelados, então a tatuadora limpava a sua
pele e ia descendo pela sua costela. E eu me obrigava a sentar ali, perto dela,
assistindo-a morder os lábios, milímetro por milímetro, ao passo que a agulha
preenchia o contorno, franzindo a sobrancelha e se mexendo sutilmente;
reposicionando o quadril para frente e para trás na cadeira; movendo a cintura,
com metade do corpo descoberto bem na minha frente, assim que a máquina pausava.
E a cada recomeço, os olhos da Mia apertavam. Já os meus não desviavam dela –
observando-a esmagar a camiseta com suas mãos, afundando os dedos no tecido, para
depois ir soltando o ar lentamente pela boca.
Pelo amor
de Deus, me dava uma saudade desgraçada de beijá-la, não faz assim, mulher.
Eu a observava ininterruptamente, numa fissura tão absurda que
logo começou a me dar calor. Uma quentura, sabe? Aquela febre interna filha-da-puta.
E aí ficar parada naquela cadeira começou a se tornar uma tarefa realmente
difícil. Bastava olhar para a Mia ali e a minha mente ia sendo tomada por todo
tipo de pensamento sujo. E eu me torturava – já estava cozinhando debaixo
daquela roupa toda e, ainda assim, não tirava os olhos dela.
Respirei fundo e arranquei o lenço do pescoço. A Mia continuava
lá, maravilhosa, se concentrando na dor, com a tatuadora já na parte de baixo da
sua costela. E toda a minha atenção continuava na sua pele. Merda. O calor não tinha ido embora. O
jeito foi tirar a jaqueta também. Daqui a
pouco eu fico pelada aqui, pensei e quis rir. Mas a intensidade daquele
metro e pouco entre a Mia e eu, inebriadas pela porra daquele zunido da
maquininha, não me permitiram. A única coisa que eu conseguia fazer era me
inquietar naquela cadeira, morrendo de tanto tesão calor.
_Que aconteceu? – a Mia me olhou e perguntou, de repente.
_O quê? – reagi, assustada, imediatamente arrependida de toda a bandeira que eu estava dando ali – Como assim?
_Aí... – ela riu, me encarando.
_Onde?! – repeti, dando uma de desentendida.
_Na sua blusa – ela sinalizou rapidamente com os olhos e riu, de novo – Tá toda suja, meu.
Ah, isso.
_E-eu... derramei café, lá no trampo – respirei aliviada, puxando
a minha camiseta com as mãos para ver melhor a mancha – Que merda, esqueci que
isso tava aí...
_Tá bonito, hein...
_É. Faz parte do meu estilo funcionária-do-mês.
_Toma, veste essa! – a Mia jogou a blusa que estava na sua mão na minha direção – Eu trouxe um moletom largo para usar depois que terminar aqui.
_Mas cê não...?
_Não, pode usar – sorriu.
Então tá. Levantei,
empurrando a cadeira levemente para trás, e tirei a camiseta num só movimento.
Depois a dobrei, tomando o meu tempo para ficar só de top na frente da Mia, e
abaixei para colocá-la junto da minha jaqueta e do lenço no chão. A tatuadora sequer
olhou na minha direção. A Mia me encarava com os seus olhos castanhos e, por
algum motivo, eu me senti vingada por toda a sessão de tortura que tinha
aguentado até então. Puxei a sua blusa do meu ombro e comecei a vestir. O seu
olhar parou numa palavra que eu tinha tatuada no canto da cintura, depois subiu
até os meus braços descobertos.
_E aí? Ficou bom? – perguntei, ainda de pé, terminando de pôr sua
camiseta.
E a Mia sorriu, deixando escapar uma malícia discreta com o canto
da boca. Aí, sim.
_O quê? – reagi, assustada, imediatamente arrependida de toda a bandeira que eu estava dando ali – Como assim?
_Aí... – ela riu, me encarando.
_Onde?! – repeti, dando uma de desentendida.
_Na sua blusa – ela sinalizou rapidamente com os olhos e riu, de novo – Tá toda suja, meu.
_Tá bonito, hein...
_É. Faz parte do meu estilo funcionária-do-mês.
_Toma, veste essa! – a Mia jogou a blusa que estava na sua mão na minha direção – Eu trouxe um moletom largo para usar depois que terminar aqui.
_Mas cê não...?
_Não, pode usar – sorriu.
FM tem seios fartos?
ResponderExcluirtem cara q não =/
"malícia discreta com o canto da boca"....... ai meu deus.. AGUEM ME DESGRUDA DO TETOOOOO!!
ResponderExcluirAinda bem que eu tô em cs, longe de "pessoas"........]
Melzita....... vou correr pra um estudio de tatto, vem comigo ajudar a escolher??
HUAHUAHUA
D-E-L-I-C-I-A!
ResponderExcluir*_________________*
Aí sim!!!!!!
ResponderExcluirmel,vc entende a cabeça das garotas de hoje!!! tatto é um TESÃO!!!!! amei!!post perfeito como sempre.
ResponderExcluiruuuuh, oq será que vai acontecer depois? *-*
ResponderExcluirAÍ SIM HEIN? ASIUDHAIUSHDIHAS
ResponderExcluirprimeiro post... q orgulho =D
ResponderExcluirlembrando q a Mel namora huashuashuas
Esse foi o primeiro post que me deixou um tantooo...EXCITADÍSSIMA!
ResponderExcluirMuito booom msm, parabéns!
Entro aqui todo dia no desespero, para ver se tem posts novos =]
Entrei no desespero agora...
ResponderExcluirFM vamos ali fazer umas flores de cerejera???
Aiii...Continua!
ResponderExcluirPelo amor de deus!
heueheueuheueh
é a vida...
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