dezembro 06, 2010

Desligada

As horas passaram voando. E as não muitas cervejas restantes no apartamento – depois da passagem da Lê – desceram todas garganta abaixo, enquanto eu humilhava o meu pobre melhor amigo repetidas vezes na corrida. , deixando meu ego de lado, foram pouco mais de metade. Mas ainda assim. Lá pelas tantas, me levantei para ver se achava mais alguma latinha escondida na nossa geladeira.

_Acabou mesmo, meu! – gritei, ao abrir a porta das últimas esperanças.
_Tô com puta sede, mano... – o Fer berrou de volta da sala – Não tem nada?!
_Vejamos, vejamos... – murmurei para mim mesma e olhei, sem querer, para aquela Bacardi, ali, num canto esquecido e com o vidro já embaçado de tanto passar frio na geladeira.

É você mesma, baby.

Animada com a minha escolha, comecei a vasculhar nossa cesta mal frequentada de frutas. Sem sucesso. Então, busquei na gaveta de verduras – nada de limões. Inferno. Quando estava prestes a desistir, localizei os malditos escondidos no lugar onde supostamente deveriam estar os ovos. Cinco deles... e meio. Vai ter que ser o suficiente, calculei, empilhando-os na mão enquanto alcançava o açúcar. Estava feliz de passar algum tempo com o Fer. Cada vez menos tínhamos tardes como aquela – desde que eu passei a evitá-lo no apartamento por ciúmes, isto é. Ou culpa.

E assim, tão logo o meu pensamento cruzou as redondezas da Mia, me lembrei que o meu celular tinha descarregado horas antes. Merda, mil vezes merda, pus-me a xingar mentalmente, com as mãos imobilizadas por toda aquela sujeira de limão-com-açúcar-e-rum, impossibilitada de ir colocá-lo para carregar. Saco. Já eram quase sete da noite e o céu escurecia à minha frente, através das frestas do vitrô da cozinha. Acelerei o processo, concluindo meia panela de caipiríssima, onde despejei duas travessas de gelo. Lavei minhas mãos em seguida e voltei para a sala, ligando o telefone na tomada.
 
Sentei novamente no sofá, deixando a panela gelada na mesinha de centro e o celular ao meu lado numa almofada. O Fer já tinha tirado a camisa e acendido um cigarro – do qual eu me aproveitei, assim que vi.

_Cê mudou o jogo, porra?! – olhei a tela da TV, desapontada.
_Ah, meu, faz horas que a gente tá jogando o mesmo...
_Mau-perdedor.

Quando a panela já estava acabando, nós dois nos encontrávamos na quarta ou quinta disputa – e eu enfrentava uma onda de má-sorte infeliz, perdendo de lavada. Argh. Só então que percebi, numa olhada de canto de olho pro celular ao meu lado, que eu tinha uma mensagem não lida. Observei melhor o nome abaixo da notificação e, ah, a Marina pode esperar. Só que o que era para ser só mais uma rodada, obviamente viraram duas, três, quatro... ou seis, para ser mais precisa. E aí, quando finalmente fui ler a mensagem, percebi que talvez ela não pudesse, de fato, esperar.
 
A Marina estava mal. Merda.

4 comentários:

  1. Beber é sempre o melhor remédio,oaksaoska

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  2. jogar video-game bebado é oq há hahaha
    E tardes q nem essa sao legais, tipo deixar os problemas de lado e simplesmente curtir :)

    E e qaconteceu com a marina? E pq a mia nao respondeu? .-.
    Fiquei preocupada agora :/

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  3. "a garota em q meu coração escolheu encanar", ñ tinha jeito pior pra dizer q está apaixonada?! haushaus

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