Com o meu coração, é. Inclinei o corpo na direção da Mia, a segurando
pela cintura, num beijo inesperado. Sequer pensei. Em pé no hall de entrada do
seu prédio. Toda vez que a sua boca juntava com a minha era como se elas
tentassem compensar todos os beijos que não nos demos. Sabe? Com uma saudade
intensidade que me fodia a cabeça. Mas tão logo nos atracamos ali, a Mia se
desvencilhou das minhas mãos – com o celular nas suas.
_Obrigada... – ela deu um passo para trás e sorriu, nos
interrompendo – ...por “trazer”.
Comecei a rir.
_Cê tá tirando com a minha cara, né...
Encarei-a, achando graça. Porra,
garota. E ela arqueou as sobrancelhas, satisfeita, enquanto eu era deixada
de braços abanando. Despreparada emocionalmente. Quer dizer que você, v-você chega em mim desse jeito, do nada, e, e aí
vai embora? Assim? A Mia me olhou, confiante, e foi voltando lentamente de
costas para o elevador. Eu me diverti com a sua ceninha. Tá certo.
_Te vejo essa semana, então? – sugeri, rindo, e ela deu de ombros.
Filha da
puta.
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