Num impulso, tirei o celular do bolso mais uma vez. Pois é.
Tem vezes em que a gente escolhe pisar na jaca – ir lá e meter o pé bem de
propósito. E essa começava a se tornar uma delas. Num misto de amargura e
orgulho. Eu não precisava sequer transar. Que se foda. Só queria sair de
perto daquele inferno de apartamento e ocupar a cabeça com qualquer coisa que
não fosse a presença do Fer.
Ou a ausência da Mia.
Onde cê se meteu, porra?, observei a tela por um instante,
sentindo uma rejeição incômoda, sem entender onde tinha errado. Tudo o que me
passava pela cabeça, depois de me despedir dela na porta do Mackenzie, era
quando a veria de novo. Ou quando nos falaríamos mais uma vez. E quanto mais
horas se passavam sem qualquer sinal dela, que aparentemente não podia digitar
nem cinco ou seis palavras na porra do telefone, mais eu me sentia
insignificante. Sem saber, de repente, o que fazer com o quão perdidamente
apaixonada eu me sentia depois de tudo o que aconteceu entre nós. Caralho.
Meu coração doeu no peito, incorrespondido. E eu encarava obsessivamente a
droga daquela caixa de mensagem. Ainda vazia. Como você consegue, Mia?
Passar a noite comigo e ir encontrar ele assim?, senti uma angústia apertar
minha garganta. Voltar para os braços dele enquanto a sua pele ainda tem as
marcas das minhas mãos? Por todas as horas que passamos contra os tacos de
madeira no chão do seu quarto, com o gosto da minha boca na sua? Como se não
tivesse sido nada?
E sim, parte de mim queria se vingar. Eu só não sabia ao certo
qual – se era a autodestrutiva ou a que desesperadamente tentava me preservar. Que
se dane. Fechei a caixa de mensagens, numa decisão amarga, e comecei a
rodar a minha lista de contatos.
O problema é que eu estava sem um puto no bolso e isso reduzia
consideravelmente as minhas possibilidades. Passei nome por nome, sentada na
calçada em frente ao prédio. Que
situação. Por mais que eu estivesse magoada, outro lado de mim não queria
cometer os mesmos erros do passado. Não podia mais atropelar os sentimentos dos
outros como fiz com a Roberta. Ou a Dani. E achar alguém que não fosse uma
completa má escolha naquela lista não era assim tão fácil. Sem contar a famigerada
e gigantesca chance de desligarem bem na minha cara.
Não. Não.
Não. Não. Definitivamente não. Não. Não. Não. Talvez.
Foi quando os meus olhos pararam sobre a Thaís, uma amiga que morava a poucos quarteirões dali e
que eu não via desde a última festa do apartamento. Era a companhia ideal para
aquele sábado. Ela morava perto dum boteco de sinuca na Peixoto Gomide. E não –
nós nunca tínhamos ficado. Apesar de às vezes, sim, darmos em cima uma da
outra. Era tudo sempre meio que na brincadeira. A Thaís gostava de flertar com
todo mundo e eu nunca sabia se ela estava levando a sério. Então fazia o mesmo.
E os nossos rolês geralmente acabavam com nós duas tropeçando de bêbadas numa
sarjeta ou pegando outras pessoas – era descomplicado.
Quatro toques do telefone e ela atendeu, como se tivesse acabado
de acordar.
_Fala, sapatão... – achei graça, rindo da sua voz de sono – ...que
cê tá fazendo?
_Velho, nem sei... Tava capotada aqui no sofá.
_Não quer ir jogar umas aí embaixo?
_Opa – ela riu – Agora?
_Já tô na calçada, mano. A hora que cê quiser.
_Vamos.
Ótimo. Levantei na mesma hora, já me sentindo
automaticamente melhor. E antes de devolver o celular ao bolso, sem pensar
direito, digitei um “qria te ver, meu...” sincero para a Mia.
_Velho, nem sei... Tava capotada aqui no sofá.
_Não quer ir jogar umas aí embaixo?
_Opa – ela riu – Agora?
_Já tô na calçada, mano. A hora que cê quiser.
_Vamos.
ahammm a primeiraaa.....
ResponderExcluirMeu, muito garota-macho-comedora-abaladora esse post....
gAMEI
Bastard
aaah. non acredito. a ação ainda fica pro próximo??? sacanagem.
ResponderExcluirporque, né, tô rindo desesperadamente com "Oi, tô afim de comer alguém e você é o que tem pra hoje!"
ResponderExcluir(me recuso a comentar o começo do post, rhum! hahaha)
to na lista >>venimimGFM<< shaushaushausasuaus qqr dia ,qqr hr..... adro ver como ela pensa!!!
ResponderExcluirMel muito foda to rindo aqui sozinha,não prestar tbm é digno neh..rs
ResponderExcluirHahahahahahahahahahahahahahahaha
ResponderExcluirvc é a pessoa mais imprestável do brasil..... olha o post........ perfeitoo
Hum, adoro a praticidade que a Fm tem pra resolver os seus problemas... o foda é que nem sempre o jeito mais fácil é o melhor, mas bora lá viver pq o que importa mesmo é o momento hahahahahaha, pena que depois sempre bate o medo, a insegurança e a angústia de estar sozinho mas pra FM isso nem faz diferença, pq o seu lado filha da puta e o seu alter ego mais filha da puta ainda sempre falarão mais alto. Ótimo post Mel, como sempre...
ResponderExcluirta complicado ler esse blog no dia de hoje! estou literalmente no papel da protagonista deus!
ResponderExcluirNossa, tava sentindo saudades disso. FM TEM MAIS É QUE SAIR DA FOSSA! HAHAHHA. <33
ResponderExcluirachei uma vibe muito Gabriel Pensador,sabe?
ResponderExcluir'2345Meia78!
Tá na hora de molhar o biscoito!
Eu tô no osso mas eu não me canso!
Tá na hora de afogar o ganso!' (NotaMusical)
tipo,ele passa pelo alfabeto todo
HAUAHHAUHA viso que só lendo aqui dnovo pra comentar que entendi a resposta da Mia HAUAHUA ain dells
"Sempre tem uma Mia na história"
ResponderExcluirMeu, antes ela já não consegui pegar outras meninas sem pensar na Mia imagine agora, mas sei lá né... não custa nada tentar. ;)
PS.: SMSs hahaha
O que seria mais cobiçado: ser um no. no telefone da Devassa ou o próprio celular da Devassa? Só por curiosidade ... :)
ResponderExcluirpuuts, post foda !
ResponderExcluirDevassa faz jus ao ''nome''. ;D
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