A Mia balançou a cabeça e se desculpou, escapando da
responsabilidade, dizendo que precisava ir ao banheiro. “Isso é um não?” – o Du
insistiu, rindo, nos observando juntas no corredor enquanto tragava o cigarro.
_Isso é um “bem que ela gostaria” – a Mia me zombou.
_Vai se foder! – ri.
Engraçadinha. Entrou no banheiro. E eu me virei para terminar
de empurrar o colchão com o Du. Dormi pouco demais pra estar carregando
tanto peso assim, cacete. Meu novo colega de apartamento se pôs, então, a
organizar as suas coisas no antigo quarto do Fer e eu voltei sozinha para o
corredor. Podia ouvir a água correndo na pia do banheiro. Caminhei até a porta
entreaberta e espiei a Mia ali dentro, enquanto ela molhava o rosto. Tinha as
pernas de fora numa camiseta minha que ela sempre disse que um dia ia roubar –
com a capa do “Power Never Die”, do The Comes, estampada e uns furos de traça de
tão velha.
_Que foi? – a Mia perguntou, pelo reflexo do espelho, ao me notar
ali.
_Nada, é só que... – sorri – ...cê fica bem assim.
_Vai se foder! – ri.
_Nada, é só que... – sorri – ...cê fica bem assim.
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