fevereiro 26, 2010
Amigo de peixe, peixinho é?!
fevereiro 25, 2010
4:20
_Como assim?
_Ah, cê sabe... e-eu queria... – ela se constrangeu, rindo, e eu olhei para ela – ...fazer o que você fez ontem... c-comigo... – explicou desarticuladamente – ...quer dizer, eu sei o que você fez e como cê fez, em teoria, mas... e-eu, sei lá. N-não sei se saberia fazer de volta...
_...hum, e queria?
_Fazer? Em mim?
_É, sua tonta! – ela balançou a cabeça, envergonhada – Você entendeu...
_Ok – eu ri – Eu te mostro...
_Você tá tirando com a minha cara, não tá?
_Não – passei de novo para ela, sorrindo – É que cê tá uma graça aí, toda girininha...
_“Girininha”?
_É o estágio antes da sapa.
_Vai se foder! – ela sacudiu a cabeça, rindo.
_Ah. A gente chega lá, gata...
_Num sei. Incrível – ela fechou os olhos, já levemente chapada, e tragou mais uma vez antes de me olhar de volta – Num foi?
_Pra caralho.
_Meu – ela riu – Eu devo ter sido a pior trepada da sua vida!
_Ontem... – a encarei, achando graça – ...não foi uma trepada, Mia.
_Não?
_Claro que não!
_Como “claro que não”? E o que mais vocês fazem, então?
_Mano... – eu comecei a rir muito.
fevereiro 24, 2010
As velas
_E aí, bonita... – eu cochichei de volta e ela sorriu, afundando o rosto no travesseiro.
REPORTAGEM ♥
Quase dia
Busted!
_Nada, mãe... – a Mia reclamou, numa atuação brilhante de última hora – A gente foi na cozinha só...
_Já está tarde... – ela nos olhou, ambas ofegantes e descabeladas, soando desconfiada – O que aconteceu aqui?
_Como assim?
_Como “como assim”? – se irritou – O que vocês duas estavam fazendo?
_Mãe, mas que droga... Qual é a sua, porra? Não tem nada rolando!
_Não precisa ser grossa na frente da sua amiga, Mia – ela falou, educadamente, e olhou para mim, que sorri amarelo – E vocês não vão dormir, não?
_Vamos, vamos. Já estamos indo...
_Eu tô louca por você, sabia?
_Nossa. Como você é brega...
_Tô nem aí!
_Ai, que vergonha... – ela riu, cochichando – Nem me fala.
_Me sinto com 14 anos de novo, pegando meninas em banheiros, tendo que fugir de pai e mãe, dando uns beijos escondidos...
_Olha, você não tá ajudando a situação – ela riu, constrangida.
_Vem. Vamos dormir, vamos... – disse baixinho e sorri, beijando-a no rosto.
fevereiro 23, 2010
Lei de Murphy
Agora agüenta...
I was drizzle and she was hurricane"
fevereiro 22, 2010
Meia-noite
_Mia, na boa – eu ri – Cala a boca.
Metáforas
fevereiro 19, 2010
De volta ao sofá
_Olha, vai ser meio difícil...
_Não foi isso que eu quis dizer – revirei os olhos e me dobrei para frente, segurando-a com as duas mãos, o meu joelho apoiado sobre o sofá – Se bem que... – a beijei, em seguida fingindo uma cara de metida – ...veremos, né.
_Ninguém vai pegar a gente... – achei graça – ...vem cá.
_Mas os meus pais tão logo ali no quarto!
_Esse apartamento é imenso, meu, a gente vai ter tempo. E mesmo que seus pais entrassem aqui... Eles vão achar que a gente tava fazendo qualquer outra coisa, não vão suspeitar de uma amiga que você trouxe para passar a noite.
_Eles vão, sim... – ela riu – ...se a amiga for você.
_Ah, é? E o que isso quer dizer? – eu levantei as sobrancelhas, rindo – Que eu sou sapatão demais para ser só sua amiga?!
_É... – a Mia fez graça, mordendo a ponta da língua – ...mas eu gosto.
_Gosta?
Encontros e desencontros
_As meninas vão ver... – ela ria e me empurrava de volta.
_Elas tão dormindo, Mia... – eu achava graça – ...vem cá.
_Não, não... Não.
_E-eu ia pegar um cigarro... O que você tá fazendo?!
_Eu... e-eu ia te encontrar – ela disse, relutante, como se tivesse feito algo errado – ...não era p-pra eu te, t-te encontrar?
_Sim – sorri, aliviada – Claro que sim.
fevereiro 18, 2010
No escuro
_Tô... – sorri, ainda sem vê-la.
_Muito.
_Hum. Talvez você devesse vir mais vezes...
_Todas as que você quiser – respondi, descendo a mão pelo seu rosto.
_Estranha?
_É. Fico nervosa quando tô com você...
_Eu também – confessei.
_Mas é diferente. E-eu... sei lá. Me sinto como uma criança, às vezes, não sei bem o que fazer.
_Você? – ela me olhou de volta, eu conseguia ver apenas alguns de seus traços no escuro – Por quê?
_Porque eu queria segurar a sua mão e não sabia como.
_Mas agora você já tá segurando...
_Agora eu não tô mais nervosa – cochichei.
fevereiro 16, 2010
Infalível?
_Mas é claro – ela falou prolongadamente, bêbada, quase como se cantasse – O que é?
_Bom, como você sabe, o metrô já fechou...
_É.
_E também não tem ônibus...
_Não.
_E eu não tenho como voltar até a Paulista a pé, né...
_Eita, verdade! Quer que eu veja se alguma das meninas pode te dar carona?
_”Talvez”? – ela riu.
_É. Talvez.
_Sei...
_O que cê acha?
_Hum. Você pode, sim... – ela me olhou, contendo um sorriso – ...o problema é que... você não foi a primeira a pedir.
_Como assim?
_Eu e você... – ela puxou a minha camiseta, de leve, se insinuando – ...vamos ter que dividir o quarto com a Laura... e com a Gi... e com a Michelle também.
fevereiro 12, 2010
Catfight!
Foi quando uma das melhores amigas da Mia, a Michelle, comentou qualquer coisa sobre as lutadoras do UFC não terem a mesma grana e visibilidade do que os caras. “É um absurdo, né?”, concluiu e todas concordaram imediatamente. Menos uma delas. E eis que a cidadã, a mais idiota dentre as outras, me resolve argumentar que mulheres não eram capazes de lutar no mesmo nível que os caras e, por isso, a desigualdade era justificada. O meu cérebro quase doeu com o comentário.
Deu-se início então a uma gritaria absurda. Todas bêbadas e discordando entre si. Até eu – que não entendo lhufas de UFC – estava opinando aos berros, discutindo no meio das amigas da Mia, que também não se conformava.
Com o intuito de provar o seu ponto, a Michelle incitou uma briga desajeitada com uma terceira garota, uma baixinha de cabelo preto cujo nome agora não me recordo. As duas começaram a rolar pelo tapete, nos atropelando, numa demonstração bêbada de violência gratuita. Era meio de brincadeira, claro, mas elas se desequilibravam e acabavam deferindo golpes reais por acidente. E aí se xingavam de verdade.
A bagunça obrigou a maioria a levantar do tapete. E eu me encostei mais adiante no chão, ao lado da Mia, apoiando as costas contra o sofá.
_Hum – a cutuquei, com os olhos na briga – A gente devia fazer isso qualquer dia, eu e você... – sugeri, sem precisar fazer muito esforço para que soasse como sacanagem – ...que cê acha?
A Mia começou a rir. Aquilo estava uma baixaria. Com o canto do olho, reparei que ela me observava e virei o rosto na sua direção. Aí ela sorriu, meio sem jeito, e eu achei graça. Perguntei do que ela estava envergonhada e ela balançou a cabeça, como se fosse besteira – “nada”. “Sei”, eu sorri e voltei a olhar para as garotas, ainda empenhadas em imitar as lutas daquela noite.
_Tá achando interessante, então?
_Opa... – me afundei mais no encosto – ...se soubesse que ia rolar brincadeira de lutinha, nem tinha me atrasado.
_Ah! Então, quer dizer que cê veio pelas minhas amigas?
_Não – retruquei, com uma seriedade bêbada – Eu vim por você, Mia.
Ela sorriu, satisfeita. E eu me senti uma tonta apaixonada. Argh. Voltei a assistir a briga das duas amigas. A tal da Michelle conseguiu errar um chute e cair sozinha em cima do tapete – e do próprio braço. Que dor. A outra menina se enroscou com ela no chão e uma terceira entrou no bolo para ajudar. Era mão e perna para todo lado. Mas a Michelle se recusava a desistir.
_Hum. Talvez a gente devesse mesmo fazer isso... – a Mia comentou baixinho, então – ...um dia desses.
_Oi? – olhei para ela, na mesma hora – Fazer o quê?!
_Você sabe... – mordeu a pontinha da língua, flertando de leve – ...se pegar assim, eu e você, pra ver quem ganha... – sorriu – Cê é boa de luta?
_Olha, não sei... – fiz graça – ...mas vou te dizer que já treinei bastante.
_Ah, eu imagino...
_Sei – me diverti – Imagina como?
_Como você é tonta... – ela riu e me afastou dela, constrangida – Não desse jeito!
_É. Sou tonta, mas você que tá aí querendo brincar de lutinha comigo...
_QUE ABSURDO! – me deu um tapa na barriga – Foi você que começou!!
Rachei o bico e a Mia revirou os olhos, voltando a olhar para a luta das meninas à nossa frente. Então me afundei ainda mais contra o sofá, deslizando mais para baixo, já quase deitada no chão. E entre as minhas pernas abertas, continuei observando as garotas lutarem desajeitadamente. De tempos em tempos, todavia, os meus olhos voltavam sempre para a Mia.
_Se eu te chamar, um dia desses... – tomei coragem e lhe perguntei, baixinho – ...você vai?
_E-eu... – ela hesitou, respirando fundo, sem olhar na minha direção – ...eu não posso, meu.
_E se eu te chamasse hoje?
A Mia me encarou por um instante.
fevereiro 10, 2010
A casa da Mia
Na porta do estúdio
Logo concluí que era a Roberta. Quem mais poderia ser? Ela morava razoavelmente perto e algo me
dizia que eu ainda não tinha sofrido todas as consequências dos meus atos da última
noite. No entanto, ao sair na frente do estúdio, encontrei a Mia fumando na
calçada.
_Vim encontrar meu irmão na Lapa e resolvi passar por aqui para
ver como você tava... – ela deu um trago no cigarro, me observando com aqueles
olhos castanhos.
_Ah, tô bem. Trabalhando... Puta sono do cão.
_Hum. E tá tudo bem com você e o Fer? Ele pareceu irritado no
telefone, mas não me explicou o que era...
_Tá. Sei lá. Nós brigamos ontem e aí hoje de manhã o clima tava
uma merda no apê – respondi, roubando o cigarro da sua mão, sem pedir – Mas é o
Fer, né. Daqui a pouco passa.
_Vocês brigaram no aniversário ontem? O que aconteceu?
_Hum... – ela pareceu desapontada com a escassez de informações – Entendi.
_Mas você veio aqui só por isso?
_Não. Na real, eu vim te fazer um convite. Isto é, se você tiver
livre hoje...
_Ahm... – sorri na mesma hora, achando graça – Que tipo de
convite?
_É que vai rolar uma noite com as meninas lá em casa e, sei lá, achei
que talvez você podia vir.
_“Uma noite com as meninas”?
_D-desculpa – passei a mão no rosto, ainda achando graça – Parece
legal, sim. Me conta mais...
_Ah, basicamente as minhas amigas vão dormir lá em casa e a gente
vai tomar umas, ver TV. Cê gosta de luta?
_“Luta”?
_É, tipo, UFC – ela continuou, dada a minha cara de surpresa –
Sabe?
_Sei... – murmurei, confusa.
_Então, a gente costuma ver às lutas mais importantes, quando dá
para juntar todo mundo e...
_Espera – eu ri – Cê tá falando sério?
_Não faz essa cara! É divertido, juro! – ela garantiu e eu
levantei as sobrancelhas, como se não acreditasse – A gente enche a cara e fica
bem louca, enquanto um monte de homem se mata na TV. Você vai gostar!
_Que eu vou gostar, eu
sei. Já as suas amigas...
_Mano! – ela riu, ofendida – Você acha que eu só ando com umas tontas,
né?
_Ah, sei lá, você fica saindo com essas héteras aí do Mackenzie...
_Olha, pra sua informação – ela retrucou em tom indignado, ainda rindo
– Nem todo mundo que faz Mackenzie é um fresco do caralho.
_Imagina... – provoquei – Que é isso!
_Idiota.
_Tá, pode ser, mas também não te imaginava exatamente como fã de...
tipo, MMA!
_Olha, você se surpreenderia... – a Mia fez graça – ...eu sei
pegar bem pesado!
fevereiro 09, 2010
Produtividade zero
O atraso
_Só eu que não, né? – ela se aproximou para cumprimentá-lo, rindo – Quem andou tomando café com você além de mim, hein?
_Vixi... – ele riu – Isso você esclarece com aquela ali. Eu não vou me meter.
_Olha, eu não sei do que vocês estão falando... – dei de ombros – Eu nunca trago ninguém pra tomar café aqui.
_Cê sabe que sempre foi minha favorita, né, Rô? – ele a abraçou de lado e me olhou satisfeito – Que bom que vocês voltaram, meu!
_Nós não “voltamos” – respondi, rabugenta – Aliás, nós sequer “fomos”.
_Mais ou menos, não é? – a Roberta retrucou.
_Por que não?
_Não é da sua conta, Fernando, que saco.
_Meu, nem vi ela chegar ontem... Que horas a coitada veio para cá?
_Ah... Era tarde, sei lá. Meia noite e pouco.
_Na boa, olha isso, quinta-feira de madrugada... A garota te adora! – ele se exaltou – Sério, meu, sabe-se-lá por que motivo ela é completamente idiota por você e você não está nem aí...
_Eu gosto dela, Fer, não é isso... – respondi, acendendo um cigarro – ...só não quero casar com ela, porra.
_Talvez você devesse, ao invés de ficar aí pulando de galho em galho... – ele murmurou.
_Que é?! Deu pra dar palpite agora?
fevereiro 06, 2010
Devaneios
_Sempre – respondi, sincera, me virando para olhá-la.
_Hum. Senti falta disso...
_Tô brisando aqui... – murmurei de volta, enquanto sonhava acordada.
_No quê?
_Sei lá. Em gostar de mulher.
_Não – respondi, desatenta.
_Mano... – ela se irritou, de repente – ...você é tão filha-da-puta às vezes, sabia?! Porque acho que você nem percebe. Puta merda!
_Calma aí, meu. Não foi isso que eu... – vi ela levantando e colocando a calcinha, ao lado da cama; a situação saiu subitamente do controle – Caralho, viu. Volta para a cama, Rô. Não é isso!
_Em quem você tava pensando?
_Em ninguém!
_Me responde: em quem você tava pensando?!?
_Mano, só para. Peraí, vai... Porra, em ninguém, qual é!
_EU QUERO SABER A RESPOSTA!
_EM NINGUÉM, MEU!
_Você é inacreditável...
_EU?! O QUE EU FIZ? – subi de novo o tom de voz, indignada – Eu tava aqui na minha, pensando em qualquer merda, mas que inferno...
_Bom, você pode ficar “na sua” sozinha.
_CENINHA?! – ela riu, ofendida.
_Rô, desculpa. Me escuta...
_Não. Tem sempre alguém. Sempre. Eu não sei por que diabos eu continuo saindo com você! Porque tem sempre alguma garota, outra babaca melhor para você pensar CINCO MINUTOS DEPOIS DE ME COMER! PORRA! QUAL É SEU PROBLEMA?
_NÃO FOI ISSO QUE ACONTECEU!
_Olha, pensando bem, que se dane. Sinceramente eu tenho pena de quem quer que seja, porque se relacionar com você é impossível! Eu cansei dessa merda.
_Roberta... – eu levantei, abraçando-a quase à força – ...para, meu, não faz isso.
_Eu não devia ter vindo – balançou a cabeça, com os olhos marejados – Eu sou uma IDIOTA!
_Não! Claro que não. Para com isso. Porra, linda... Não tem nada a ver! Eu juro, eu não estava pensando em ninguém.
_Como você pode falar isso pra mim, mano? Depois de me chamar aqui?!
_Eu me expressei mal, e-eu não sei por que eu falei daquele jeito. Desculpa! Não era isso. É sério. Eu não quis dizer que tava pensando em outra pessoa. Meu, dois segundos antes eu tava olhando pra você sem roupa, com o corpo colado no meu, e comecei a brisar sobre como é bom estar com mulher, gostar de mulher, ser sapatão, sei lá! Pensei que é bizarro que existam minas héteros. Não sei. EU NÃO TAVA PENSANDO NADA COM NADA. Foi mal. Mesmo... Fiz merda, Rô. Me perdoa.