julho 29, 2010
2:44
julho 28, 2010
Então, passou
#FAIL
julho 26, 2010
Pequena trégua
julho 23, 2010
Marasmo
_Velho, sou nada, cê que é muito intensona... – resmungou – Sossega aí.
_Hum – soltou a fumaça e sorriu, me passando o baseado – Pode ser.
_Sabe quando cê pensa “num dá mais” e aí dá?
_Sei – ela riu, enquanto eu dava um pega – Mas eu ainda preciso dar uns 10...
_O quê? – perguntei, soltando a fumaça para cima.
_Isso. Eu e você, aqui.
_Né?
_Se alguém me perguntasse hoje de manhã como ia ser minha tarde... – achou graça – ...eu nunca ia ter adivinhado.
_Olha... – me espreguicei mais uma vez – Por outro lado, sei lá, eu meio que sempre soube que ia acontecer um dia. Cê não?
_Pode crer.
_Rolava uma curiosidade...
_Mano, muito fogo no rabo – ela riu – Era só questão de tempo...
_Falei... – ela riu – ...eu perguntei... – repetiu, colocando o braço atrás da cabeça – ...quando que cê vai me deixar tatuar essa sua pele aí.
_É? – ela sorriu de volta, como se falássemos de outra coisa – Tá faltando uns rabiscos meus aí.
_Tá. Tá sobrando muito espaço... – eu ri.
_Meu... Eu não ia dizer nada, mas tá mesmo, velho – mudou o tom, me zombando – Tá vergonhoso isso aí. Porra! Já num basta o vexame que cê é na sinuca, nem para compensar em tatuagem...
_Ah! Vai se foder, mano!
_Quê?!
_Num ouvi ninguém reclamando meia hora atrás.
_Que foi?
_Achei que cê tinha falado alguma coisa...
_Não – ela riu – É o Bruce que tá fazendo escândalo na porta.
_Agora?
_É – peguei a cueca no chão e vesti, rindo – A gente desce rapidinho.
_Bora então.
julho 20, 2010
Timing
Botequinho
Boa vizinhança
_Velho, nem sei... Tava capotada aqui no sofá.
_Não quer ir jogar umas aí embaixo?
_Opa – ela riu – Agora?
_Já tô na calçada, mano. A hora que cê quiser.
_Vamos.
julho 19, 2010
Déjà-vu
julho 16, 2010
Birra
_Nada... – eu voltei ao meu prato, irritada – Foi só uma pergunta, Fernando.
_“Fernando”?
_“Fer”, tá, que diferença faz?
_Meu, cê tá estranha, na boa... – ele continuou rindo.
_Que seja... – respondi, soando rancorosa, e enfiei o macarrão na boca, tentando encerrar a conversa logo e sair dali antes que a minha estupidez fizesse um mal maior a mim mesma e à minha amizade.
_Ihhh... que foi? – ele zombou a minha irritação – Comeu e não gostou?
_Quer conversar, meu?
_Não, de boa.
_Beleza... – ele pegou na minha mão, como se me apoiasse silenciosamente, e aquilo simplesmente acabou comigo.
_Hum... – a primeira menção à Mia embrulhou meu estômago na mesma hora.
_Foda é que é caro – riu – Preciso ver quanto tenho de grana ainda. Manja qual caneta que é, né?
_Vou onde?
_No aniversário.
_Não sei – abaixei a cabeça, me resumindo à minha insignificância – Não tô sabendo de nada.
_Hum... – ele desviou o olhar para o lado, como se pensasse em outra coisa, mas depois voltou ao papo de elevador – Foi legal ontem... tava maior galera lá.
_É? – murmurei, sem muito interesse.
_Não te chamaram, meu?
_Chamaram. Acho que sim... Eu é que esqueci, sei lá. O Vini me mandou um lance no Facebook semana passada, mas eu nem vi... Não me toquei que era ontem.
_A Mia me perguntou se cê não ia... – meu interior se contorceu de novo – ...os caras também, a Bruna...
_Perguntou? – retruquei sem pensar, interessada no interesse da Mia.
_Perguntou o quê?
_Se eu ia?!
_Quem?
_Não... – caí em mim – ...nada, esquece.
_Mano, espera... você pegou a Bruna?? – o Fer riu.
_O quê?! Não!!
_Não entendi, então...
_Não entendeu o que?!
_Do que você tava falando – ele sorriu, achando graça.
_Do que você tá falando?? – eu forcei um tom de indignada – E meu, por que cê sempre acha que eu peguei as minas que a gente conhece, mano?!
_Não, só presumi... – ele riu, mais uma vez – Achei que cê tava aí curiosa dela ter perguntado sobre você.
_Pois presumiu errado.
_Tá, é só que... – o Fer continuou de gracinha e aquilo me irritou de verdade – Cê sabe, né...
_Não, não sei.
_Vai, concorda comigo que era no mínimo “possível”.
_Eu?! – olhei para ele, puta da vida – E a Bruna? Eu e a Bruna?! Tá.
_O que? É possível!
_Vai se foder, meu.
_O que foi?! – ele riu.
_Ela sequer pega mina, porra... O que tem a ver??
_Ah! Como se isso te impedisse! – ele tornou a rir.
_Olha... Eu não peguei ninguém, Fernando.
_Tá, tá mesmo – resmunguei e saí.
julho 13, 2010
Saturday, wait
Abri os olhos lentamente, ainda me sentindo cansada apesar das
horas dormidas. Bem mal dormidas.
Rolei centímetro por centímetro do meu corpo na cama, aos poucos, me enrolando
confusamente no lençol, na tentativa de chegar até a beirada e recuperar meu
celular em algum lugar. Mia, foi meu
primeiro pensamento. E me estiquei ali, na esperança de encontrar uma mensagem
dela. Me sentia exausta. Meu corpo pesava mais do que o normal na cama – talvez
por todo aquele trânsito mental – e eu não conseguia, de forma alguma, achar a
porra do celular no meio daquela bagunça.
_É... sei lá, a gente se desencontrou, eu acho – respondi,
encarando com insistência a panela, o fogão ou qualquer coisa que não fosse o
meu colega de anos e anos.
_E o show lá que cê ia? Foi bom?
_Aham...
_Você foi com quem mesmo? O Gabriel?
_É...
_No Itaim?
_Hmm-hum...
_E ontem, saiu? – ele continuou com o papo de elevador, como se
não tivesse nada melhor para fazer a não ser sentar ali e me assistir
cozinhando.
_Encontrei a Marina, depois do trampo.
_Ahhh... a Mariiina... Pô, anda vendo bastante ela, hein? Dormindo
lá, saindo juntas... Praticamente um namoro já – ele riu, animado com a
primeira informação não-onomatopéica que eu lhe dava – Tá rolando um remember
aí?
_É. Sei lá... – eu murmurei, soando indiferente, enquanto na
realidade eu não queria era prolongar a conversa.
julho 12, 2010
It's just the price I pay
julho 09, 2010
Subjetividade
Espera. Fácil demais.
julho 08, 2010
Saída de incêndio
julho 07, 2010
julho 05, 2010
Happy Hour
_Que... “Eu te disse”?! – ela sorriu, satisfeita.
_Disse o quê? – eu me repeti, sem saber a que ela se referia.
_Como o quê? O que eu te disse quando você começou com essa história toda?!
_Não sei... O que cê disse?
_Meu, alguma coisa do que eu falo entra nessa sua cabeça? – ela riu – Quando a gente foi almoçar aquele dia, boba, que você me contou da Mia... o que eu te disse? Não falei que ela estava saindo do armário? Pois olha aí.
_É, espertinha... Mas você também me disse, uns dias atrás, que ela não me amava. Não é? Que as mulheeeres e as héééteros sentem as coisas de forma diferente e o caralho a quatro e que eu tava me enganando e blá blá blá... – revirei os olhos, evidentemente irritando a Marina – ...não foi o que cê disse? Hein, ô Einstein?!
_Se não ama, vai amar...
_Jesus – riu – Cê é tão convencida que chega a ser ingenuidade.
_Mas é que foi tão bom, Má. Tão bom... – esfreguei as mãos no rosto, suspirando – ...cê não tá entendendo! Não é possível que a Mia não tenha sentido o mesmo que eu senti, puta merda, só pelo jeito que ela me... – interrompi a frase, lembrando de cada vez que a Mia se meteu no meio das minhas pernas – ...sabe, as coisas que a gente fez. Porra, não é possível!
_É. Assim, no mínimo, é sugestivo... – a Marina sorriu – ...e olha, até tive lá minhas dúvidas, achei que talvez pudesse ser só curiosidade, mas pelo que cê contou parece realmente ter sido bem intenso...
_Nossa, muito. Acho que nunca tive uma primeira vez tão intensa com alguém, Má, não assim... – respondi – Parecia que encaixava, sabe? O beijo encaixava, as nossas pernas, puta que pariu, as baixarias, a falta de vergonha na cara, tudo. Foi foda.
_Ai... – ela segurou a minha mão – Mas eu me preocupo, linda. Não quero que você se enrole nessa confusão.
_Olha, depois dessa noite, a Mia por me enrolar onde ela quiser.
_Sei... – a Marina riu.
_Sério. Eu casava com essa mina amanhã. Amanhã! – fiz graça, apaixonada – E meu, cê pode escrever aí, a gente ainda vai ficar juntas. Eu sei que vamos.
_Ah, é? E seu amigo Fernando já foi informado sobre isso?
_O quê? Você esqueceu com quem cê mora? Hum?! E com quem ele dorme quase todo dia naquele apartamento?
_Não, não esqueci – a fuzilei com os olhos, emburrada – Mas hoje, só hoje, eu queria aproveitar e ficar feliz por tudo que aconteceu sem pensar nessa merda toda – continuei – Só por um dia. Pode ser? Cê deixa?
_Deixo, deixo... – ela riu, soando genuinamente arrependida.
_Caralho, viu. Já não basta eu ter que lidar com essa droga todo santo dia...
_Eu sei. Desculpa, linda.