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janeiro 23, 2010

A Festa 4

_N-não – me empurrou para trás, de repente – Para. Para!
 
E eu parei, olhando para a Mia enquanto recuperava o ar. O que aconteceu?, buscava qualquer explicação em seu rosto no escuro, a menos de um passo dos seus pés. Nossas roupas estavam bagunçadas e a sua respiração ofegante, confusa.
 
_P-por que você tá fazendo isso comigo?
_Eu?!
 
Parecia hesitar, como se de repente tivesse caído em si, recuperado a consciência. E por um breve momento, tive medo de que a culpa fosse minha. Não faz isso, garota, toquei o seu braço levemente com a mão e ela abaixou os olhos para o chão. Não se perde de mim, não agora. Ela ficou quieta. Ergui o seu rosto e ela se forçou a me encarar de volta, consternada. Tinha os olhos marejados, como na madrugada que bateu no meu quarto. Por favor, a olhei, com medo de que fosse se afastar mais uma vez e aquilo tudo não passasse de um sonho que mal começou.
 
Mas, no instante seguinte, sem qualquer explicação, a Mia me beijou.
 
Porra. Aquilo ia acabar comigo. Com a pouca sanidade que o whisky deixara para trás. Apertou o corpo contra o meu e voltamos a nos pegar, desta vez mais forte. Encostei-a contra a parede mais uma vez e ela me agarrou pela camiseta, mordendo a minha boca, nuns beijos tão intensos que, puta que pariu. Colocou a mão sob o tecido, subindo pela minha cintura, pela minha pele – e eu senti tudo arrepiar, todo o álcool que corria nas minhas veias. Sem tirar a boca da sua, deslizei as mãos pelas suas pernas e levantei o seu vestido, sentindo as suas coxas entre os meus dedos, cada centímetro que tocavam, a subindo no meu colo.
 
Nisso, as mãos dela me seguraram. E a Mia me afastou.
 
_Porra... – encostei na parede oposta do banheiro, rindo – Isso é tortura, meu.
 
As suas pernas ainda estavam descobertas e o vestido erguido até a calcinha, logo acima dumas tatuagens old school que ela tinha nas coxas. Ela cruzou os braços. À meia-luz do banheiro, era ainda mais bonita. Cacete.
 
_Sabe... v-você... – eu sorri, ofegante – ...vai me matar do coração assim. Não é justo, garota.
_O que você quer de mim?
 
Retrucou, ríspida, como se eu a tivesse ofendido. E o sorriso logo sumiu do meu rosto – espera, a olhei de volta, achei que a gente estava fazendo isso juntas. Não?
 
_Como assim?!
_Cê quer que eu seja justa? Nada disso não é "justo" – ergueu a voz, bêbada, se afligindo do nada – Não é certo. Comigo, com você, com o Fê! – se angustiou – Eu sou uma idiota, e-eu... eu nunca devia ter te falado nada!
_Mia...
_Não sei por que eu fui entrar nesse banheiro, e-eu...
_Espera. Cê tá falando sério?
_Na boa, eu não sei o que você quer de mim.
_Eu não quero nada de você, e-eu só...
_Ótimo – fechou a cara – Então vamos acabar de vez com isso antes que se torne um absurdo ainda maior.
_Do que você tá falando, meu?!
 
Perguntei, mas a Mia virou o rosto. E não respondeu, encarando o chão.
 
_Mia?
_...
_Mia.
_...
_Tá. Que seja – resmunguei.
 
E saí do banheiro, de saco cheio.

6 comentários:

Ketlen K. disse...

Aah que pena...
Mia sua Filha da mãe :x
Nao demora pra posta please
nao me deixa mais curiosa!
;*

Juliana Freitas Toque de SPA disse...

Morri!!!!!!!

Sem comentarios.

Marcella disse...

Aah babyy, quero ler maaais!
Posta mais hooje hahahaha Isso está fantásticoo! ♥

;* ;*

Friends ♥ disse...

Porra.... que garota indecisa essa Mia...

Bjos Garota do Blog!!! :D

Gehh Santos disse...

Puta que pariu!!!

Sem mais.

lu disse...

Hahaha! FM é dez, cara!
Como pode? :)