_Cê vai beber ou vai só olhar a noite inteira?
_Ahn? – virei para a garota ao meu lado, uma loira de quem eu mal lembrava o nome, sem ter escutado direito.
_A tequila – ela riu – Cê vai beber ou vai só olhar?!
Ah... isso.
Tirei
o copo da mesa e o virei rapidamente, meio rabugenta, enquanto a garota me
olhava, flertando descaradamente. Tô
velha pra pegar essas minas, refleti,
conforme descia o copo de volta à mesa. E não era nem idade a questão, mas
o mais puro saco cheio. De toda aquela merda. Sempre a mesma merda. Por
aí pegando qualquer mina nada a ver dessas, essas,
com quem eu não tinha uma porra duma coisa em comum. É, você mesma, olhei para a garota ao meu lado e ela sorriu, aí tentando puxar assunto com a única pessoa
da mesa que não tá te dando bola. Para piorar, ela era irritantemente
desinibida – encostando na minha perna toda vez que começava uma porra duma
frase, erguendo a voz para o garçom que nem uma babaca. E eu não estava com
paciência.
_Cê veio sozinha? – aproveitou o embalo, agora que eu não estava
mais hipnotizada pelo meu copo.
_Tô com a Lê aí... – resmunguei, incomodada com o barulho de fundo do Vitrine, e senti o álcool correr pesado pelo meu cérebro.
Que se
foda esse lugar. Virei para o lado para chamar a minha amiga,
que se ocupava com a boca e a camiseta Polo de outra garota cujo nome eu também
não sabia. De todas ali, numa mesa com talvez quinze sapatonas, só me eram
conhecidas a Lê e mais duas – uma eu tinha pegado anos antes e sabia que ela não
queria papo com a minha cara de pau; a outra era uma conhecida dos tempos
áureos do Setentinha, mas que não estava sentada perto o suficiente para eu engatar
uma conversa saudosista. Restava, portanto, eu e a porra da mina do meu lado –
que agora não calava a boca depois dos nossos três segundos e meio de contato
visual. Inferno.
Tentei ganhar a atenção da Lê, entre um beijo e outro de puro
consolo pós-pé-na-bunda.
_Vamos?! – perguntei, sem paciência.
_Vamos pra onde, meu?! – ela riu, desligada.
Vi as mãos da garota puxando minha amiga pela camiseta, numa ânsia
de aproveitar aquela noite, e senti que não teria chance alguma de competir com
aquilo.
_Sei lá, mano... Qualquer lugar, tô de porre de ficar aqui!
“Não”,
óbvio. Sequer estava com esperanças de dar realmente o fora dali,
conforme deixei a última frase escapar da minha boca, por mero capricho. O garçom chegou com mais uma cerveja
para a mesa e fiz questão de ser exageradamente simpática – para compensar a
desagradável ao meu lado –, deixando uma Original na minha frente. Enfim. Enchi o copo e o levei à boca, me
afundando na cadeira, já de saco cheio de ficar na porcaria do Vitrine. Era
para eu já estar bem longe daqui a essa hora. O fato é que todos os rolês
andavam me entediando – assistia o resto do mundo perder a graça sem a Mia e resistia
estupidamente, sentada ali, na minha teimosia alcoólatra.
Terminei o copo o quanto antes, ainda ignorando a garota ao meu
lado, e apanhei o maço para ir fumar do lado de fora. Qualquer coisa que me
tire daqui.
_Ahn? – virei para a garota ao meu lado, uma loira de quem eu mal lembrava o nome, sem ter escutado direito.
_A tequila – ela riu – Cê vai beber ou vai só olhar?!
_Tô com a Lê aí... – resmunguei, incomodada com o barulho de fundo do Vitrine, e senti o álcool correr pesado pelo meu cérebro.
_Vamos pra onde, meu?! – ela riu, desligada.
5 comentários:
HAHAHAH, muito FM essa parada de ficar olhando pro copo e ignorando a mina.
hahahaha, posso compreender! :p
:O Dispensando uma pegação. O lance é mais sério do que imaginei, rs.
":O Dispensando uma pegação. O lance é mais sério do que imaginei, rs." rolei de rir haushuashaus
Porra...
Coitada da mina alksmalksmalksm.......
Só pq é loira? aushausha...
Brink's
O negócio ta sério com a FM!
uiui...
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