_É a Mia, não é? – a Marina me perguntou, assim que entrei no seu
carro.
_É.
Ela revirou os olhos, respirando fundo. E saiu com o carro, dando
seta para entrar na avenida. Logo caímos em um leve congestionamento na saída
para a Rebouças. A Marina colocou um CD da Tulipa Ruiz para tocar baixinho e eu
agradeci pelo resgate. Ela morava nos labirintos íngremes da Lapa,
relativamente perto de onde eu trabalhava na Vila Madalena, num apartamento
arrumadinho que dividia com a sua irmã e duas tartarugas d’água resgatadas – a
Bette e a Tina.
Eu não ia lá há séculos, literalmente desde que terminamos. E isso
já fazia anos. Normalmente nos víamos em algum restaurante perto do meu trabalho
ou do dela. Começou quando ainda era recente, na época em que era melhor nos encontrarmos
em lugares públicos e longe de possíveis camas nas quais pudéssemos esbarrar e
acabar caindo acidentalmente. Mas com
o tempo, virou o nosso lance. Chegamos no apê em pouco menos de meia hora. Continuava
o mesmo, exceto por uns quadros e uma mesinha nova no centro da sala. A Marina
acendeu as luzes e deixou as chaves em cima da tal mesa.
Só então pude vê-la direito – estava diferente.
A Má era uma dessas nerds que
quando era criança aprendeu a tocar todo tipo de instrumento, de flauta a violão
a piano, gostava de jogo de tabuleiro e fazia ioga, essas paradas namastê. Eu
culpava a proximidade com a Vila Madalena. Ultimamente a via sempre de legging
ou com suas roupas de jornalista esquerdista – era a única repórter negra na
redação onde trabalhava, entre paredes impregnadas de testosterona em excesso. Observei-a
enquanto liberava o sofá, tirando algumas roupas jogadas ali em cima,
denunciando sua indecisão antes de sair. Usava agora um vestido soltinho e lentes
ao invés dos óculos, notei, certeza
que tava num encontro.
_Cê tá bonita, Má.
_Olha, nem começa... – ela riu, tirando a última blusa de cima de uma almofada.
_Ihh, que foi? Eu, hein. Não fiz nada!
_Sei... sei bem como você é quando tá com problema com alguma mina.
_Nossa! Não posso fazer um comentáriozinho inofensivo?
_Nenhum comentário seu é inofensivo.
Ela riu e me olhou, bancando a engraçadinha.
_É.
_Olha, nem começa... – ela riu, tirando a última blusa de cima de uma almofada.
_Ihh, que foi? Eu, hein. Não fiz nada!
_Sei... sei bem como você é quando tá com problema com alguma mina.
_Nossa! Não posso fazer um comentáriozinho inofensivo?
_Nenhum comentário seu é inofensivo.
13 comentários:
Olha lá... postou mais cedo hoje! A comunidade agradece! :)
Marina é esperta, mas gosta de viver perigosamente! Isso vai dar encrenca, hein?
Marina é esperta, mas gosta de viver perigosamente! Isso vai dar encrenca, hein? [2]
nhaaaaa....posta mais 1zinho hj vai? rs
ADOROOOO
BJS
Até que enfim consegui colocar seu blog em dia :)
Muito foda essa história...
Será que vai dar encrenca? (A)
Pow sempre na melhor parte acaba...
post mais lá vai.....
nhaaaaa....posta mais 1zinho hj vai? rs
ADOROOOO
BJS [2]
Uma Marina tb passou pela minha vida, o ERRO TOTAL!
Ja até vi onde vai dar...pela olhada que a FM deu na Marina...hauhauha!
=)
Continuaaa ;) Tá ótima !
Acho q eu gosto dessa marina viu!
Bjaum linda!!!
Fuckin´Mia, Roberta, Clara, Claudia, Fer(no outro sentido), Marina (em todos os sentidos)... Esqueci alguém? Até onde vai essa lista?
Claudia?!
E, gente, olha a desconfiança com a protagonista hahaha quem disse que ela vai comer a Marina? Vocês são todas mentes poluídas, hein, piores que a Girl Fuckin' Mia... vou te contar... hahahahahaha
Aguardem os próximos posts, é tudo que posso dizeeer ;)
Claudia?!? Não, Aninha... Tive que voltar lá pra festa pra achar o nome da vítima... Não adianta Mel, vc. criou a FM, mas ela tem vida própria e a esta altura ela já deve tá com sintomas síndrome de abstinência sexual...
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