Assim que entrou em casa, o Fer cruzou o corredor e nos viu ali, dando
bandeira. Paradas em frente à porta do meu quarto. Ele nos encarou. A Mia foi
cumprimentá-lo – com um beijo, argh –
e eu fiquei observando-os de longe, me limitando à minha insignificância. Por
trás da Mia, a Fer ainda me observava. Triângulozinho
de merda, eu revirei os olhos e encostei na parede, olhando para o chão, na
tentativa de ignorar a cena toda.
O casalzinho feliz começou a conversar, num tom
introspectivo. Me excluindo. E eu resolvi dar início ao consumo das cervejas,
antes que aquela situação me sufocasse ainda mais. Passei pelos dois, me
virando contra a parede do corredor. A Mia me olhava com um nítido pesar na
consciência. Essa noite vai ser longa,
pensei, já me conformando com o lento decorrer das próximas horas. Entrei na
cozinha e peguei a primeira de muitas cervejas que pretendia enfiar goela
abaixo.
Voltei para o meu quarto. E o casal “ternura” ficou lá, no sofá da
sala, se amando. Inferno. De alguma
forma, meu quarto agora parecia pequeno demais para os meus pensamentos. Era
como se as paredes não fossem capazes de suportar todo tráfego mental e emocional,
num surto autodepreciativo. Dá para
enrolar cem baseados com todo esse papel de trouxa que tô fazendo, puta merda.
A situação me causava claustrofobia. Mas eu não conseguia sair – indisposta a
cruzar com a Mia pelo apartamento. Sem outra opção, acendi um cigarro e me
sentei na frente do computador.
Liguei o MSN entre um gole resignado e outro – e fui surpreendida
com várias mensagens antigas da Roberta. Àquela altura do campeonato, já havia
esquecido da noite de quinta. Merda. Por um momento, me ocupar com outra
pessoa me pareceu uma boa ideia. Não, chega.
Preciso aprender a não fazer mais isso,
me contive. Não queria realmente submeter a Roberta ou qualquer outra garota que
fosse à minha confusão – não de novo. Não era justo. Já basta eu aqui, me fodendo. Nisso, em
meio à disputa entre a minha falta de caráter e de opção, alguém bateu na
porta. Eu não sabia o que era pior: o Fer ou a Mia. Respirei fundo, indisposta.
E fui descobrir, sem curiosidade alguma de ver quem estava do outro lado e por
quê.
Que inferno, pensei, virando
a maçaneta.
Era o Fer – com cara de poucos amigos.
8 comentários:
Apesar de não ter demorado desta vez, não refrescou muito a situção... Continuo aguardando o próximo post. Ta´ótimo!
xiii...o bixo vai pegar! kkkkk
Aaaahh :(
Fiquei curiosa agora...
Beijo.
Assistiu um filme canadense lindo chamado "Quando a Noite Cai"? Numa das últimas cenas o namorado abandonado topa com uma garota nova que, a platéia adivinha, vai acabar sendo o amor da vida dele... a vida continua e todos ficam felizes... completamente fora da realidade, claro, mas dá uma sensação tão boa, rsss...
É esse o final que estou imaginando para o Fer. ;)
Beijo...
Aposto q a Amanda vai matar o Fer de novo! :)
Mel, não mata ele não...
Dona moça... faça isso não!!! é sofrimento demais pra essa leitora aqui... ai meu Deus!!
Demore não!!!
E a tensão se instala...
Ain posso falar? ADOREI a ideia do Rodrigo e tipo como sou uma boa pessoa,dona de um lindo coração e tal T1
Eu faço esse humilde sacrifício de ser essa garota pro fer =)
(EU viu dona #noellyhot EUzinha(: )
HAUHAUHAUAHUHAUHAUHUAHUAHHAUH
e ah, tadinha da Roberta meu, ala se quiser e pah, pode passar meu msn pra Rô 8-)
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