Bati a porta sem olhar para trás. E caminhei até o elevador, alcançando
os fones no meu bolso para ouvir qualquer coisa no iPod velho que comprei do Gui.
Bowie? L7? Arctic Monkeys? Isso. Antes que desse
por mim, já estava na rua e o Alex Turner cantava nos meus ouvidos. Desci a
Augusta quase inteira e o corre foi tranquilo. Pouco depois das quatro e meia e
eu já me encontrava completamente desocupada nas redondezas.
Tá. E
agora, o quê?
Não queria ficar andando pelos cantos com 60g de maconha nos
bolsos – não é mesmo? –, mas também não fazia muita questão de
voltar para o apê e ver a cara da porra da Mia. Então mandei uma mensagem para
a Thaís e colei lá. Salve, salve. A porta do seu apartamento estava
destrancada quando cheguei. Assim que abri, fui recepcionada aos pulos pelo
Bruce, que quase me derrubou no chão naquela animação vira-lata.
Minha amiga estava largada no piso, em frente ao sofá, tomando uma
cerveja e assistindo “Pingu” na TV. Era até engraçado ver uma caminhão daquele
tamanho, cheia das tatuagens, se entretendo com um pinguim de massinha que fica
gritando “NÚT-NÚT”. Me juntei a ela no chão e nos atualizamos das últimas
novidades – que, no meu caso, se resumia à audácia da Mia meia hora antes.
_Nem sei. Na boa, não sei mesmo... – comentei, depois de contar
toda a história, deitando de costas no chão da sala enquanto a Thaís enrolava
um do meu lado – Não entendo qual é a dela, meu...
_Ah, ela quer atenção... – a Thaís riu, lambendo a seda em seguida – ...é isso.
_É, né, agora que não tem mais...
_Foda, velho... Sem noção essa mina aí... – colocou o baseado entre os lábios e o acendeu, dando um trago – ...meu, vir com esses papinhos aí depois de te dar o maior fora?! Nem a pau. Num vem querer ser amiguinha, não!
Pois é. Dobrei um
dos meus braços atrás da cabeça, apoiada no piso de madeira, e encarei a faixa
de luz que o entardecer projetava da janela até o teto.
_Ei, e deixa eu te falar... – me chamou, passando o baseado – ...falei
com aquela minha amiga lá, a Renata.
_Ah! E aí?!
_Ela disse que tá rolando ainda lá, passei seu número. Deve te ligar essa semana...
_Sério?! – sorri, empolgada, equilibrando o baseado na boca – Porra, que massa!
_É. Mas agora vê se num me faz passar vergonha, hein, meu, falei mil maravilhas de você, a Rê ficou animada pra caralho. Num me vai cagar na entrevista...
_Cala a boca, trouxa! – traguei demoradamente e ri – Claro que não, vou fazer certinho. Porra, mano, valeu mesmo...
Fiquei feliz. Aquilo me enchia de novas perspectivas, não sei
– fazia tempo que não me sentia assim. Uns dias antes a Thaís tinha comentado
sobre uma amiga que trabalhava numa produtora quase só de minas na Brigadeiro,
que estava com vaga para assistente de produção. Não era exatamente o que eu fazia, mas pagava
bem mais – e né, eu já estava de saco cheio de ficar rodeada de fotógrafo
escroto o dia todo, organizando álbum de casamento e fazendo corre de produção pruns
shoot de formatura. Credo. Tédio mortal.
Bati o baseado num cinzeiro no chão, com esperança de conseguir
sair do estúdio. Já era fim de fevereiro e o ventilador do apartamento da Thaís
movimentava o ar quente inutilmente, de um lado para outro. A cidade inteira
parecia estar enfiada numa porra dum microondas. Cacete. A Thaís resmungou
do calor, tirando a camiseta. Ficou só de cueca e passou a camiseta na testa e
na nuca, secando o suor. Faltava uma semana pro Carnaval.
_Meu, e cê já decidiu se vai no rolê da Lê semana que vem?
_Se pá vou... – pegou o baseado de volta e tragou mais uma vez, apoiando a cabeça no sofá atrás de nós, agora com os peitos de fora – ...preciso ver se a grana vai dar, janeiro foi fraco. Ninguém tatua no começo do ano, meu.
_Velho, não, cê tem que ir. Sério! – implorei – Cê não pode me largar sozinha com a Marina e a porra da Bia num carro por sei lá quantas horas, mano. Puta morte lenta e horrível.
A Thaís soltou a fumaça no ar e riu, achando graça do meu drama.
Vai rindo, vai, desgraça.
_Ah, ela quer atenção... – a Thaís riu, lambendo a seda em seguida – ...é isso.
_É, né, agora que não tem mais...
_Foda, velho... Sem noção essa mina aí... – colocou o baseado entre os lábios e o acendeu, dando um trago – ...meu, vir com esses papinhos aí depois de te dar o maior fora?! Nem a pau. Num vem querer ser amiguinha, não!
_Ah! E aí?!
_Ela disse que tá rolando ainda lá, passei seu número. Deve te ligar essa semana...
_Sério?! – sorri, empolgada, equilibrando o baseado na boca – Porra, que massa!
_É. Mas agora vê se num me faz passar vergonha, hein, meu, falei mil maravilhas de você, a Rê ficou animada pra caralho. Num me vai cagar na entrevista...
_Cala a boca, trouxa! – traguei demoradamente e ri – Claro que não, vou fazer certinho. Porra, mano, valeu mesmo...
_Se pá vou... – pegou o baseado de volta e tragou mais uma vez, apoiando a cabeça no sofá atrás de nós, agora com os peitos de fora – ...preciso ver se a grana vai dar, janeiro foi fraco. Ninguém tatua no começo do ano, meu.
_Velho, não, cê tem que ir. Sério! – implorei – Cê não pode me largar sozinha com a Marina e a porra da Bia num carro por sei lá quantas horas, mano. Puta morte lenta e horrível.
7 comentários:
Que momento inútil.
Eu curto a relação dela com o Fer haha
Mel sua lindaaa, cada dia melhor isso aqui!!! Qdo acho que vc não supera, vc vem e se supera!! hahah mto amor cara XD
Adooooooooooro esse Gui!
os namorados do gui parecem todos uns gatos! ar-ra-sa!! e da um gostinho bom qdo vc posta a rotina dela, ñ soh problemas e crises e surtos! rs esse blog eh demais!
Aahh, nada melhor que "queimar" o tempo de forma bem prazerosa...Salve o hedonismo, salve FM*! =P
*salve Mel
A Mia merece desprezo z.z hahahahahahaha
Adorando essa nova fase ♥
Só eu que tenho dó da Mia?! =x
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