_Nossa, isso foi... intenso... – suspirou a Roberta, enquanto eu retomava
o fôlego – Cê não costuma ser tão... Ahm...
Egoísta?
_...sei lá. Tão “intensa” – ela riu, se repetindo, sem achar outra
palavra.
_Hum... – hesitei, olhando para ela do meu lado.
Sorri rapidamente de volta, sem conseguir disfarçar bem. A verdade
é que aquilo não tinha adiantado de nada. Porra nenhuma. Eu tentei,
tentei mesmo, tentei ao máximo tirar a Mia da minha cabeça. Tentei por horas
seguidas arrancá-la, à força, de dentro de mim. À exaustão – mas ela
simplesmente não foi embora. Alheia ao meu tormento, a Roberta se sentou no
colchão e alcançou o dichavador que estava no chão do quarto, perto da cama.
_Ei... – me olhou de canto de olho e brincou, enquanto bolava um
baseado – Até que a gente não é nada mal juntas, hein?
_É – forcei outro meio sorriso, com a cabeça cheia.
_Hum, e quando você vai me fazer sua namorada?
_E por que eu que tenho que fazer alguma coisa?
Me arrependi assim que falei.
Merda. A Roberta desviou o olhar, aborrecida – por
aquela minha atitude estúpida de quem não tem nada a ver com o assunto. E eu me
senti péssima. Deitada ali na sua cama, sem sequer conseguir a dignar com uma
resposta melhor. O que diabos eu tô fazendo?, esfreguei a mão no rosto, arrependida.
Talvez eu devesse ter percebido mesmo, talvez eu devesse ter me importado mais.
E talvez não fôssemos só duas pessoas que se ligam para transar. Mas que merda.
É. No fim das contas, fingir amor
com boas intenções é mais íntegro do que ser sinceramente filha-da-puta?
Não importa. A verdade é que eu tinha que aprender a deixar
as pessoas em paz. Longe da minha confusão. Da minha grosseria. Beijei-a carinhosamente no rosto. E
suspirei, sentindo o meu amor por outra entalado na garganta. Então
deitei de novo no travesseiro, encarando o teto. Mas, de repente, não conseguia
mais ficar ao seu lado. Eu tinha feito tudo errado. Tudo aquilo – cada
movimento, cada palavra. E a culpa era minha. Inteira minha. Droga.
_Desculpa. E-eu... – me inquietei, subitamente – Isso tá errado, e-eu...
– levantei da cama, me vestindo – ...eu não devia ter vindo aqui hoje, m-me... desculpa,
Rô.
_Hum... – hesitei, olhando para ela do meu lado.
_É – forcei outro meio sorriso, com a cabeça cheia.
_Hum, e quando você vai me fazer sua namorada?
_E por que eu que tenho que fazer alguma coisa?
5 comentários:
Noites lendo.........
Está perfeito!
Bju
Já viciei..
ansiosa por maissss..
;)
To ficando viciada..
;)
ADORANDO!
To viciando também *--*
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