Me esforcei para suportar as últimas horas de labuta e, na volta
para casa, o metrô estava absolutamente lotado. E eu, estressada. Argh. Por que eu não saio uma horinha mais
tarde?, pensei enquanto olhava a multidão das 18h-e-pouco se apertando
vagão adentro, ou uma horinha mais cedo?
Revirei os olhos, esmagada contra uma das paredes próximas à porta, ainda com a
roupa da noite anterior e desesperada para tomar um banho assim que chegasse em
casa.
_A superlotação do transporte público paulistano tem uma
influência direta na minha dependência de nicotina... – resmunguei ao telefone,
conforme acendia um cigarro na saída do metrô Consolação – ...sério, cara, como
é que eu vou parar de fumar um dia se eu continuar me locomovendo por aí com
uma média de trinta pessoas por metro quadrado?!
_E você quer parar de fumar? – o Gui riu – Você?!
_Não, Guilherme, tô falando hipoteticamente.
_Ahh...
_Olha, eu preciso de um carro – continuei, irritada – Não, melhor. Preciso dum helicóptero.
_E um heliporto...
_É. Na cobertura de casa – disse, tragando mais uma vez, enquanto descia a Frei Caneca – Não, é sério, Gui. Eu preciso achar um jeito de ficar rica. Mas ficar, tipo, podre de rica!
_Não só você, né, gata...
_Eu... odeio... minha... vida.
_Não odeia, não...
_Um infeliz foi ouvindo pregação hoje no trem, mano, juro!
_Tá. Cê odeia sua vida.
_Obrigada... – o agradeci pela compreensão.
_Escuta, vamos quinta no Vegas comigo?
_Gui, assim cê não colabora com o meu plano de ficar rica.
_Por favor?!
_Meu, não sei por que cê gosta tanto do Vegas...
_Cala a boca, cê sempre adorou aquela porra! Só pegou birrinha de lá...
_É lógico que eu peguei birra!
_Faz um milhão de anos isso, vai... É do lado da sua casa, vagabunda, que custa?!
_Dinheiro.
_Então cê prefere ser rica-e-sem-amigos do que pobre-mas-feliz?
_Eu te odeio – resmunguei, sem argumentos.
_Combinado, então. Quinta! – concluiu, contente.
_Tá – concordei, rabugenta, jogando a bituca do cigarro entre a calçada e o começo do asfalto – Deixa eu ir que cheguei aqui na minha mansão...
Desliguei o telefone e subi pelo elevador, sequer notando os
passos que dava de tão cansada. Entrei no apartamento, vazio e completamente
apagado – e o fato do Fer não estar lá me incomodou. Toda vez essa merda.
Fui direto para o chuveiro, larguei minhas coisas todas em cima da
pia, as roupas pelo chão, e deixei a sujeira acumulada de dois dias pesados
escorrer ralo abaixo. Saí dez minutos depois, vesti uma boxer, uma camiseta
qualquer e me enfiei no travesseiro. Que
sono do cão, mano. Não eram nem sete da noite e eu já estava pronta para
dormir.
Apaguei os olhos por cinco segundos e acordei com o meu celular apitando.
Inferno, me levantei e caminhei de
volta até o banheiro para resgatar o maldito. Duas mensagens não lidas. Arrastei
meus pés lentamente pelo corredor, retornando à minha cama, enquanto lia o SMS
da Marina, dizendo que havia combinado de encontrar a Bia naquela noite para
conversar. Sabia. Me joguei na cama
e, com a cabeça afundada no travesseiro, os meus olhos cansados leram uma
mensagem da Mia – “qria te ver esses dias... vms?”.
Suspirei e reli, pouco antes de apagar, fechando os olhos de novo.
_E você quer parar de fumar? – o Gui riu – Você?!
_Não, Guilherme, tô falando hipoteticamente.
_Ahh...
_Olha, eu preciso de um carro – continuei, irritada – Não, melhor. Preciso dum helicóptero.
_E um heliporto...
_É. Na cobertura de casa – disse, tragando mais uma vez, enquanto descia a Frei Caneca – Não, é sério, Gui. Eu preciso achar um jeito de ficar rica. Mas ficar, tipo, podre de rica!
_Não só você, né, gata...
_Eu... odeio... minha... vida.
_Não odeia, não...
_Um infeliz foi ouvindo pregação hoje no trem, mano, juro!
_Tá. Cê odeia sua vida.
_Obrigada... – o agradeci pela compreensão.
_Escuta, vamos quinta no Vegas comigo?
_Gui, assim cê não colabora com o meu plano de ficar rica.
_Por favor?!
_Meu, não sei por que cê gosta tanto do Vegas...
_Cala a boca, cê sempre adorou aquela porra! Só pegou birrinha de lá...
_É lógico que eu peguei birra!
_Faz um milhão de anos isso, vai... É do lado da sua casa, vagabunda, que custa?!
_Dinheiro.
_Então cê prefere ser rica-e-sem-amigos do que pobre-mas-feliz?
_Eu te odeio – resmunguei, sem argumentos.
_Combinado, então. Quinta! – concluiu, contente.
_Tá – concordei, rabugenta, jogando a bituca do cigarro entre a calçada e o começo do asfalto – Deixa eu ir que cheguei aqui na minha mansão...
4 comentários:
Esses sms me causam suspiros eternos, recebi um hoje *-*
aaah finalmente a mihha Mia vai reaparecer, aiai, nada melhor do que ver ela no inicio do ano :D
;*
uh huhhhh pareceendo q vaii rolar um rock... atoron!
mensagem fofinha *-*
é gostoso acordar e dormir assim :]
Veeeeeeegas T1T1T1
AHUHA sorry Devassa,Mas nhaaam Clara T1
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