As horas
passaram voando. E as não muitas cervejas restantes no apartamento – depois da
passagem da Lê – desceram todas garganta abaixo, enquanto eu humilhava o meu
pobre melhor amigo repetidas vezes na corrida. Tá, deixando meu ego de
lado, foram pouco mais de metade. Mas ainda
assim. Lá pelas tantas, me levantei para ver se achava mais alguma latinha escondida
na nossa geladeira.
_Acabou mesmo, meu! – gritei, ao abrir a porta das últimas esperanças.
_Tô com puta sede, mano... – o Fer berrou de volta da sala – Não tem nada?!
_Vejamos, vejamos... – murmurei para mim mesma e olhei, sem querer, para aquela
Bacardi, ali, num canto esquecido e com o vidro já embaçado de tanto passar frio
na geladeira.
É você mesma, baby.
Animada com a minha escolha, comecei a vasculhar nossa cesta mal frequentada de
frutas. Sem sucesso. Então, busquei na gaveta de verduras – nada de limões. Inferno. Quando estava prestes a
desistir, localizei os malditos escondidos no lugar onde supostamente deveriam
estar os ovos. Cinco deles... e meio. Vai
ter que ser o suficiente, calculei, empilhando-os na mão enquanto alcançava
o açúcar. Estava feliz de passar algum tempo com o Fer. Cada
vez menos tínhamos tardes como aquela – desde que eu passei a evitá-lo no
apartamento por ciúmes, isto é. Ou culpa.
E assim, tão logo o meu pensamento cruzou as redondezas da Mia, me lembrei que
o meu celular tinha descarregado horas antes. Merda, mil vezes merda, pus-me a xingar mentalmente, com as mãos
imobilizadas por toda aquela sujeira de limão-com-açúcar-e-rum, impossibilitada
de ir colocá-lo para carregar. Saco.
Já eram quase sete da noite e o céu escurecia à minha frente, através das frestas
do vitrô da cozinha. Acelerei o processo, concluindo meia panela de caipiríssima,
onde despejei duas travessas de gelo. Lavei minhas mãos em seguida e voltei para
a sala, ligando o telefone na tomada.
Sentei
novamente no sofá, deixando a panela gelada na mesinha de centro e o celular ao
meu lado numa almofada. O Fer já tinha tirado a camisa e acendido um cigarro –
do qual eu me aproveitei, assim que vi.
_Cê mudou o jogo, porra?! – olhei a tela da TV, desapontada.
_Ah, meu, faz horas que a gente tá jogando o mesmo...
_Mau-perdedor.
Quando a panela já estava acabando, nós dois nos encontrávamos na quarta ou
quinta disputa – e eu enfrentava uma onda de má-sorte infeliz, perdendo de
lavada. Argh. Só então que percebi, numa olhada de canto de olho pro celular
ao meu lado, que eu tinha uma mensagem não lida. Observei melhor o nome abaixo
da notificação e, ah, a Marina pode
esperar. Só que o que era para ser só mais uma rodada, obviamente viraram duas,
três, quatro... ou seis, para ser mais precisa. E aí, quando finalmente fui ler
a mensagem, percebi que talvez ela não pudesse, de fato, esperar.
A Marina estava
mal. Merda.
4 comentários:
Eu cuidoo da Marinaa ;)
Beber é sempre o melhor remédio,oaksaoska
jogar video-game bebado é oq há hahaha
E tardes q nem essa sao legais, tipo deixar os problemas de lado e simplesmente curtir :)
E e qaconteceu com a marina? E pq a mia nao respondeu? .-.
Fiquei preocupada agora :/
"a garota em q meu coração escolheu encanar", ñ tinha jeito pior pra dizer q está apaixonada?! haushaus
Postar um comentário