Só mencionar comida e meu estômago já estava roncando como se eu
não me alimentasse há dias. Em dez minutos de certo caos na cozinha, montamos
dois sanduíches dignos da BR 116 – a Mia tinha umas caminhoneirices que eu
adorava. Era terrível cozinhando, mas excepcional em empilhar uma quantidade excessiva e quase
obscena de recheio entre dois pães. Fomos metendo tudo de gostoso e
superfaturado que encontramos na geladeira dos pais dela nos nossos lanches,
rindo, como se tivéssemos fumado um. Ou dois. E comemos com a mesma
delicadeza, digamos, sentadas sobre a pia da cozinha com metade dos nossos
molhos escorrendo pelos nossos queixos ou "enxugados" na parte de
trás das nossas mãos.
De repente, quando já estávamos prestes a acabar, escutamos uma porta se fechando ao longe.
_Ixi... – a Mia me olhou, assustada – ...acho que minha mãe
chegou.
_E essa cara aí é por quê? – eu ri, ouvindo alguém de salto dar passos pelo apartamento.
_Ah, meu, acho que minha mãe não gosta muito de você...
_Nossa, mano, mas por quê?!
_Hum... – arqueou as sobrancelhas, imprestável – Por que será, né?
_Sei. I wear my jeans too tight… – cantei baixinho, brincando – …and I stay out all night.
_Porra, mano. Essa música é demais!
_Num é? – desci para o chão, esticando as pernas, largando o meu sanduíche na bancada – So don’t take me home, baby... – pisquei para a Mia, fazendo graça – ...’cause your mama won’t like me.
Ela se divertia comigo, ali, dando uma de Suzi Quatro no meio da
sua cozinha, sem noção. Estiquei o braço até onde ela estava sentada, pegando o
último pedaço do meu sanduíche e o coloquei inteiro na boca. “Agora sim, hein,
ficou sexy...”, ela me disse, rindo, assistindo a cada gesto meu em pé. E eu me
esforcei para terminar de mastigar logo, me segurando para não rir também – ou
engasgar.
_Oi, meninas... – de repente, a mãe dela apareceu na cozinha –
...ah, olha você aqui de novo.
_E aí... – respondi, ainda rindo, com um pedaço imenso de pão na boca – ...tudo certo?
_E o que vocês tão fazendo? – ela nos olhou ali, com certa reprovação.
_Comendo, mãe...
_Hum. E seu pai, não chegou? Ele ligou?
_Não.
_Tá bem – senti seu olhar demorar em mim, me analisando de cima a baixo – Bom, então eu vou tomar um banho... Vocês lavam aí, né, Mia? Não vai largar tudo de qualquer jeito...
_Tá, tá... – a interrompeu – Tchau, mãe!
Antes de sair da cozinha, nos encarou mais uma vez e, então, se
virou para ir em direção aos quartos. Àquela altura, eu já tinha mastigado e
engolido a porcaria do sanduíche. A Mia desceu da pia, ficando em pé ao meu
lado e nos olhamos, ao mesmo tempo, rindo da situação.
_Ok – admiti – Cê tava certa. Sua mãe realmente não gosta de mim.
_É. Acho que cê é um pouco “demais” pra ela...
_Ah, é? – ri.
_Com certeza.
_Hum – me divertia – Me conta por quê.
Me aproximei da Mia, sem tirar os olhos dos seus, a provocando pela resposta que eu já sabia qual era. "Besta" – ela deu um passo para trás, encostando na esquina onde o balcão encontrava com a pia, apoiada com ambas as mãos atrás de si e me encarando de volta. "Diz. O que tem eu, hun?!". Olhei naqueles seus olhos castanhos e vi um sorriso surgir sem querer no canto daquela sua boca, aos poucos. E é, era para ser só brincadeira – mas claro, acabou sendo uma péssima ideia.
De repente, quando já estávamos prestes a acabar, escutamos uma porta se fechando ao longe.
_E essa cara aí é por quê? – eu ri, ouvindo alguém de salto dar passos pelo apartamento.
_Ah, meu, acho que minha mãe não gosta muito de você...
_Nossa, mano, mas por quê?!
_Hum... – arqueou as sobrancelhas, imprestável – Por que será, né?
_Sei. I wear my jeans too tight… – cantei baixinho, brincando – …and I stay out all night.
_Porra, mano. Essa música é demais!
_Num é? – desci para o chão, esticando as pernas, largando o meu sanduíche na bancada – So don’t take me home, baby... – pisquei para a Mia, fazendo graça – ...’cause your mama won’t like me.
_E aí... – respondi, ainda rindo, com um pedaço imenso de pão na boca – ...tudo certo?
_E o que vocês tão fazendo? – ela nos olhou ali, com certa reprovação.
_Comendo, mãe...
_Hum. E seu pai, não chegou? Ele ligou?
_Não.
_Tá bem – senti seu olhar demorar em mim, me analisando de cima a baixo – Bom, então eu vou tomar um banho... Vocês lavam aí, né, Mia? Não vai largar tudo de qualquer jeito...
_Tá, tá... – a interrompeu – Tchau, mãe!
_Ok – admiti – Cê tava certa. Sua mãe realmente não gosta de mim.
_É. Acho que cê é um pouco “demais” pra ela...
_Ah, é? – ri.
_Com certeza.
_Hum – me divertia – Me conta por quê.
Me aproximei da Mia, sem tirar os olhos dos seus, a provocando pela resposta que eu já sabia qual era. "Besta" – ela deu um passo para trás, encostando na esquina onde o balcão encontrava com a pia, apoiada com ambas as mãos atrás de si e me encarando de volta. "Diz. O que tem eu, hun?!". Olhei naqueles seus olhos castanhos e vi um sorriso surgir sem querer no canto daquela sua boca, aos poucos. E é, era para ser só brincadeira – mas claro, acabou sendo uma péssima ideia.
9 comentários:
vai ter sacanagem ... rsrsrs
vixe, que perigon.
FM bem cara de pau falando da mãe da Mia uehuehuehuehuheuehu chorei.
nossa, mas nem a mãe da Mia escapa da FM xD
hahahahaa
por isso q eu amo essa parada akii
a mäe da mia naaum gosta da FM... a mäe de um monte de gente naaum gosta de miim tbm...
#SIGNIFICA?
bgss
AUYHSAYUSHAYSHAYSYAA as mães tem um radar mais potente que as filhas, se duvidar. Ou pelo menos eu tenho o azar de ter uma mãe ninja demais.
E a FM não deixa mesmo nada passar, nem é um espanto.
Lindas elas, tá faltando a sacanagem desse dia, né? (Adorei o brinde!)
=*
Semi-pedreirice HAHAHAHAHAHA !
Eu entendo a FM, mesmo tando sem fome só de falar em comida meu estomgo ja da uma acordada
E eu mto imagineo a FM imitando a Suzi Q. em plena cozinha com a mae da mia assistindo hehe.
E nao creio q elas vao fazer isso com a mae da mia em casa o.o
HAUHAUHAUHAUHAUHUA putz a sogra tbm?HAUHAUHAUHAUHAUHA
eu tbm amo a minha sogra bem muito, mas prefiro a filha dela kkkkkkkkkkkkkkk
gente, vai dar merda, tô sentindo
*-*
por isso adoooro :P
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