(...)
O seu rosto escorregou no meu ombro descoberto. Minha regata já tava
completamente puxada fora de lugar, suja e amarrotada contra a porta de ferro
de uma loja fechada. Já não era mais branca – não desde aquela madrugada,
rolando na imundice do centro de São Paulo. Amassou o rosto contra o pouco de
tecido que havia no alto das minhas costas e eu comecei a rir de novo, junto
com ela, a Clara, que me abraçava por trás. Traguei mais uma vez o cigarro,
roubado, tossindo em seguida, numa respiração atropelada pelo riso. Os olhos
dela me acompanhavam, com uns ares latinos, me vendo dali de baixo. Apoiada no
meu ombro, o peso largado em mim. Balancei a cabeça, tentando manter certa
sobriedade – ou o que me restava dela.
Zero dignidade.
Sequer lembrava onde estava tamanha graça. Meu deus, eu ria. E continuava. Sentadas na porta de um comércio qualquer nas redondezas da Hot Hot, já meio perdidas naquelas ruas confusas. O céu ainda estava escuro e a noite seguia sem fim, irreal e agradável. Numa brisa morna – apenas o chão estava frio, cimento áspero. Mas a rispidez da calçada não parecia ter impacto algum em nossas pernas, revirando sobre o concreto, nos ajeitando, incessantes, inquietas e animadas. Com os joelhos cruzados uma sobre a outra, bêbadas, a Clara me abraçava e nós caíamos. Aí ríamos, muito.
E eu a beijava, com vontade. Numa ausência de lucidez, de tempo e
espaço, nuns instantes espontâneos. A todo momento. Ela tentava tirar os meus
tênis, à força, dizendo que os adorava e exigindo que os desse de presente pra
ela. De jeito nenhum, eu brigava
fisicamente com o seu corpo e nos pegávamos loucamente, como se não pudéssemos
evitar. É. E então, como se precisássemos de algo além das nossas comandas
estourando de tão cheias, pagas vinte minutos antes, decidimos investir o
restante das nossas malgastas economias numa garrafa inteira de
sabe-se-lá-o-quê que aquele cara tava vendendo na porta. Tomei posse da tal garrafa,
que a Clara até então segurava com apego, e dei mais um gole. Coloquei o
gargalo na boca, olhando-a sujar suas pernas
naquele chão imundo, sem dar a mínima – e a admirei genuinamente. A
minha cabeça começou a rodar, puta merda.
(...)
Cercando o meu corpo, suas coxas forçavam o shortinhos verde-musgo
cada vez mais para cima. Arregaçando a borda rasgada e a fazendo enrolar. Até o
meio das suas pernas. No seu ouvido, eu dizia as mais baixas obscenidades. O
taxista tentava nos ignorar, ou não. E eu tentava me controlar, manter a
porra da calma. Prestes a comer ela
ali mesmo. A Clara metia a mão entre a minha calça e os
seus shorts, sentada em cima de mim.
Mordia a minha boca e eu subia as mãos por baixo da sua regata, sem nada
por baixo, cacete. Ela ficava realmente, realmente linda com os
fios bagunçados assim. Observava-a ali, me olhando de volta. E sentia me apertar
os pulmões, numa ausência filha-da-puta de
paciência para tê-la logo.
(...)
Entramos barulhentas no apartamento, nos anunciando. Eram quase
cinco da manhã. Nos pegamos pelas paredes, quase caindo entre um beijo e outro,
rindo. Completamente bêbadas. A quietude da sala escura era interrompida apenas
pela TV ligada – e agora, por nós. O Fer assistia qualquer programa com o volume
quase no mínimo, enquanto a Mia dormia com a cabeça apoiada no seu colo, apenas
de blusão sobre o sofá. Não notei se nos ouviu entrar. Mantive as minhas mãos
ocupadas com a regata preta da Clara, que tirei e larguei no meio do corredor,
a despeito da possível plateia.
A joguei na minha cama. E subi por cima dela, entre suas pernas, a
beijando inteira. Deslizando meus dentes na sua pele, a mordendo. Numa fome que
só a saudade pode causar. Nos movíamos num ritmo alucinado, fora de nós mesmas.
O peso do seu corpo contra o meu. Num ato justo, perdi também a minha regata e logo
perdemos todo o resto. Sentia as suas mãos me puxarem, me machucando,
insensíveis, apertando minhas costelas recém-tatuadas sem dar a mínima. E eu a machucava
de volta – com as mãos, com a boca, com
toda a vontade que eu tinha dela, a segurando pela sua cintura, pelos quadris. Meti
os dedos entre suas pernas e os escorreguei para cima. Perturbando o silêncio
do quarto e, tão logo, de todos os cômodos do apartamento e da porcaria do
prédio inteiro. Que se foda.
(...)
Sem escrúpulos, por duas, três vezes seguidas. Um baseado aceso e,
depois, mais uma. Pode vir, maldita.
Sequer lembrava onde estava tamanha graça. Meu deus, eu ria. E continuava. Sentadas na porta de um comércio qualquer nas redondezas da Hot Hot, já meio perdidas naquelas ruas confusas. O céu ainda estava escuro e a noite seguia sem fim, irreal e agradável. Numa brisa morna – apenas o chão estava frio, cimento áspero. Mas a rispidez da calçada não parecia ter impacto algum em nossas pernas, revirando sobre o concreto, nos ajeitando, incessantes, inquietas e animadas. Com os joelhos cruzados uma sobre a outra, bêbadas, a Clara me abraçava e nós caíamos. Aí ríamos, muito.
35 comentários:
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Depois dessa ate já esqueci da Patti sozinha, largada em algum canto.
UAU.
Ja posso dormir, ou não.
mto mto mto bom Mel!
Minha senhora, se eu já tava com insônia, agora que eu não durmo mesmo! *___*
PODE VIR MALDITA MESMO, HAHAHAHAHHAHAAH adorei.
Foda ter de ler um post desse e ir dormir... forever alone. Pelo menos eu posso fumar um beck pra me acalmar. hahaha Mel, é demais pedir uma cena com a Mia? ):
Ela já vem, ela já vem... calma! :)
CARALHO. Faltou ar!
QUERO ESSE PENÚLTIMO PARÁGRAFO NA MINHA VIDA!! ta de parabéns Mel, perfeito demais ♥
Ok. Esse post foi... arrasador, terminei de lê-lo absolutamente sem ar. Sempre tive uma quedinha pela Clara. ♥
DEMAAAAAAIISS!
;)
E ta aí a pegação que a FM sentia falta....
The bitch is back! \o/
Ok esse "Pode vir, maldita" foi pra acabar com meu sono iauhsiuahaiu
Que poost sensacional *-*
Qm vai qrer ficar ensinando 1 hetero qdo se pode ter ISSO?? NA BOA!
Arrazou *-*
meu deeeeus, que fogaréu, gente hahahahahahaa mas só eu que ainda to em semi depressão me perguntando 'e a patti?'? :~~~~~~
acho que to muito sensivel nesses ultimos dias hahahahaha
socorrrrrrroooooooo!!! n consigo respirar rrsrsrsrs o que foi esse post? kkkkkkk
Nossa.. até perdi o ar agora!
Mas ainda to com um pouquinho de dó da Paty largada na porta do cinema.
Numa hora dessas a Patti já deve ter ido pra casa né! FM, minha heroina!!! Um dia eu serei como ela! :D
Delicia!
Delíiiicia!!! Quero as duas pra mim. Hahahaha
Wooooow Mel me diz como vc consegue fazer isso? Me senti ali naquele quarto assistindo a tudo.
So excited!
E pera ai, quem é Patti mesmo heim? rsrssr
Posta maaaaaaais! ~
Ok, este post me deixou totalmente sem ar UAHSUHASUHAUHSUAHS'
eu não vou me render a essa cena de sexo incrível: CADÊ A PATTI? dá um final feliz pra ela, tá, Mel? ah, e qnd vc quer dizer a botinha fofa? é que a marca tem um monte de modelos e eu tou tentando descobrir qual é, hahahaha! a botinha tem tudo a ver com o que eu imagino da Clara... <3
Pode vir, maldita MEEEEEEEEESMO ! Morri agora, ao ler o post! O que que é isso!
Mel, você é linda! Obrigada por me salvar do tédio dessas férias!
MEU DEUS??????
Mas mesmo assim, to preocupada com a Patti =\
Cara, que post tão...FM
Oh, o pau quebrando!
Depois de um post desse...
Ainda bem que a SEXta feira tah chegando...(6)
Esses posts da madruga são totalmente mal(?) intencionados...
assim como a girl FM, assim como a Clara, assim como a Mel, assim como a gente!!
WOOOOOOWWWW!!!
Alguém traz o O2 por favor!?
Pode viiiir malditaa!!!
Oq foi isso?! Post incrivelmente foda, sempre preferi a Clara por isso <3
Mas ta faltando a Mia dando piti de ciumes hsuahuahuhsa
Uau, Santos nunca esteve tão quente. Vou até a praia dar um mergulho depois desse post.
J-E-S-U-S quero mais uma cena dessas, só que com a Mia e o Fer de plateia, elas muito louconas hahahaha
"Pode vir, maldita." HAHAHAHAHHAHAHAHAH
Que louco manoo.. UOUUUUUU!! 66'
Eu adoro essas "cenas" de sexo selvagem, aí que delícia! :$
P.S.: e a Patti, Mel? :S
errata: quando você diz Uggs vc quer dizer a botinha fofa? :)
foda-se a Mia... to pensando na poor Patti...
poutzzz
=/
Ain clara .6. não suma nunca mais ( viu melissa) HAHAHAHAH
os melhores são sempre com ela T1 .666
Quente kkkkk Sem mais, Tadinha da FM to com dó kkkkk
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