_CÊ TÁ SAINDO COM A MIA DE NOVO?!?! É sério?!?!
_Bom dia pra você também, ô educada! – resmunguei para a Marina, ao telefone.
Mal tinha pisado pra fora do chuveiro, oito da manhã, com a água
ainda pingando das minhas pernas e a minha ex-namorada já gritava comigo do
outro lado da linha. Três dias depois da minha ida ao estúdio. Que diabos tá
acontecendo?
_Mas espera... – apoiei o telefone na pia e coloquei a chamada no
viva-voz – Quem te falou que tô saindo com a Mia?
_Ah, então, É VERDADE?!?
_Você falou com a Thaís, meu?
_Não, não, ela falou com a Lê e a Lê me contou!
_Hum, sei. E foi divertido pra vocês? – resmunguei – Falar da minha vida assim?!
_Ai, flor, a gente tá preocupada.
_Marina, não é como se...
_Meu, você não falou, no começo do ano, que AGORA TAVA COM A CLARA? – me interrompeu, indignada – COMO ASSIM VOCÊ TÁ SAINDO COM A MIA, MEU?? E POR QUE CÊ NÃO ME CONTOU??
_PORQUE SABIA QUE CÊ IA REAGIR ASSIM!
_Sinceramente... – ouvi ela respirar fundo – ...não sei nem o que falar pra você, de verdade. Cansei. Cansei de tentar entender você e essa menina!
_É isso, então? – reclamei, me enxugando com a toalha – Cê me ligou três vezes enquanto eu tava no banho pra me dar bronca?!
_Não! E-eu...
_Não?
_...eu já ia ligar para conversar de outra coisa, mas aí a Lê me mandou mensagem e eu até esqueci o que ia perguntar, meu – argumentou – Eu não acredito que você não me falou!
_Tá, tá. Mas o que cê ia perguntar?
Peguei o telefone, já seca, e fui até o quarto. Aí vesti a
primeira cueca preta que encontrei, enquanto escutava a Marina na linha.
_Era sobre o Fer. Ontem, meu chefe de redação comentou comigo que
o cara de T.I. da revista vai sair, perguntou se eu não conhecia alguém. Aí pensei
em indicar o Fer! Ele já conseguiu alguma coisa?
_Que eu sabia, não... – disse, colocando uma regata também preta – ...vou mandar uma mensagem pra ele. Mas, porra, ia ser incrível!
_Ia? Não sei... – desdenhou – ...não sei o que você quer da sua vida agora, né, já que você tá COMENDO A NAMORADA DELE DE NOVO.
_Ai, Marina. Dá pra parar?!? – revirei os olhos, irritada – E olha, nem vem, que eu sei que o que realmente tá te incomodando não sou eu, não é a Mia, não é meu relacionamento com a Clara. É eu não ter te contado!
_Não é verdade! – contestou – E não, agora sério, linda, cê tem certeza do tá fazendo?
_Não, Má. Não tenho. Não tenho certeza de porra nenhuma! – respondi, numa sinceridade exaltada – Mas eu também não sei que merda fazer, então...
_Mas você ama a Clara?
_Cê sabe que sim.
_E a Mia?
_...
_Você ama a Mia?
_E-eu...
_Céus. Cê tá apaixonada por ela, de novo, não tá?
_E-eu... – hesitei – ...eu preciso ir, Má. Tô atrasada pro trampo. Escuta, depois a gente se fala melhor, pode ser?
_Flor. Flor! – ela contestou antes que eu desligasse – Olha, cê não pode continuar com isso...
_Depois a gente conversa, tá? Beijo!
A interrompi, às pressas. Era cada vez mais difícil falar sobre os
meus sentimentos assim, em voz alta. Se sequer tinha contado para a Marina – a
Marina! – o que estava fazendo com a Mia nos últimos dois meses, que dirá
confessar o que sentia por ela. Ou pela Clara. E todo o rolo emocional em que
vinha me metendo deliberadamente. Não. Não dá. Parte de mim sabia que o
primeiro sinal de que as coisas andam realmente mal é quando se começa a
ocultar informação dos seus amigos – e era exatamente isso que eu estava
fazendo. Evitava comentar porque, no fundo, sabia o quanto a situação me destruía
por dentro.
Argh.
_Bom dia pra você também, ô educada! – resmunguei para a Marina, ao telefone.
_Ah, então, É VERDADE?!?
_Você falou com a Thaís, meu?
_Não, não, ela falou com a Lê e a Lê me contou!
_Hum, sei. E foi divertido pra vocês? – resmunguei – Falar da minha vida assim?!
_Ai, flor, a gente tá preocupada.
_Marina, não é como se...
_Meu, você não falou, no começo do ano, que AGORA TAVA COM A CLARA? – me interrompeu, indignada – COMO ASSIM VOCÊ TÁ SAINDO COM A MIA, MEU?? E POR QUE CÊ NÃO ME CONTOU??
_PORQUE SABIA QUE CÊ IA REAGIR ASSIM!
_Sinceramente... – ouvi ela respirar fundo – ...não sei nem o que falar pra você, de verdade. Cansei. Cansei de tentar entender você e essa menina!
_É isso, então? – reclamei, me enxugando com a toalha – Cê me ligou três vezes enquanto eu tava no banho pra me dar bronca?!
_Não! E-eu...
_Não?
_...eu já ia ligar para conversar de outra coisa, mas aí a Lê me mandou mensagem e eu até esqueci o que ia perguntar, meu – argumentou – Eu não acredito que você não me falou!
_Tá, tá. Mas o que cê ia perguntar?
_Que eu sabia, não... – disse, colocando uma regata também preta – ...vou mandar uma mensagem pra ele. Mas, porra, ia ser incrível!
_Ia? Não sei... – desdenhou – ...não sei o que você quer da sua vida agora, né, já que você tá COMENDO A NAMORADA DELE DE NOVO.
_Ai, Marina. Dá pra parar?!? – revirei os olhos, irritada – E olha, nem vem, que eu sei que o que realmente tá te incomodando não sou eu, não é a Mia, não é meu relacionamento com a Clara. É eu não ter te contado!
_Não é verdade! – contestou – E não, agora sério, linda, cê tem certeza do tá fazendo?
_Não, Má. Não tenho. Não tenho certeza de porra nenhuma! – respondi, numa sinceridade exaltada – Mas eu também não sei que merda fazer, então...
_Mas você ama a Clara?
_Cê sabe que sim.
_E a Mia?
_...
_Você ama a Mia?
_E-eu...
_Céus. Cê tá apaixonada por ela, de novo, não tá?
_E-eu... – hesitei – ...eu preciso ir, Má. Tô atrasada pro trampo. Escuta, depois a gente se fala melhor, pode ser?
_Flor. Flor! – ela contestou antes que eu desligasse – Olha, cê não pode continuar com isso...
_Depois a gente conversa, tá? Beijo!
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