Uma vez que o sofá ficou livre de todas as intermináveis peças de
roupa, que ela provavelmente tinha jogado ali enquanto se arrumava para o seu encontro,
horas antes, eu me sentei e coloquei um dos pés em cima da mesinha. A Marina me
reprovou com o olhar. “Estava com saudade?”, eu ri e ela balançou a cabeça.
Perguntou então se eu não queria alguma coisa para beber. Pedi cerveja e ela
disse que só tinha chá verde. Eca. Resolvi me contentar com um
cigarro e a boa companhia.
A Marina foi na cozinha buscar um copo daquele líquido-gelado-zen-intomável e sentou ao meu lado na volta, dobrando os joelhos perto do corpo, com os pés descalços em cima do sofá. Olhei o vestido dela descendo delicadamente pelas suas coxas e, por um instante, me senti realmente nada confiável.
_Não me lembro de você assim quando a gente saía...
_Assim como?
_Assim de vestido, cabelo preso, toda bonitinha aí... – olhei para ela.
_Cê tá querendo dizer que eu era um horror antes, é isso? – ela riu.
_Cala a boca. Cê sempre foi gata, meu! Não quis dizer isso!
_Olha, eu não tenho tanta certeza do que cê quis dizer... – ela brincou, tomando um gole do chá.
_Não é isso, Má, só tô falando q-que... sei lá, meu, cê tá diferente – expliquei – E cê parece feliz, acho que essa tal de Bia aí tá te fazendo bem.
_É, acho que sim...
_Hum, então a Bia é mesmo a sua nova namorada – concluí – E não só “uma menina” aí?
_Para – ela riu – A gente não tá namorando ainda.
_Ainda?
_Ai, como você é chata... Meu deeeus...
_Desculpa. Parei.
_Besta.
_Hum... – hesitei – Mas e-eu... Eu te fiz feliz, não? Por um tempo pelo menos?
_Fez – ela respondeu – Mas é diferente, cê foi minha primeira namorada.
_Que tem?
_Tem q-que é difícil pra mim separar o nosso relacionamento desse, sei lá, d-desse momento na minha vida, de como foi importante. Sabe? Acaba tudo meio junto: aquela época, você, o processo todo de me entender lésbica, não sei. E-eu acabei completamente apaixonada por você e você...
_...e-eu sempre fui uma idiota, né?
_É, algumas vezes – ela riu.
Abaixei a cabeça, meio envergonhada, e ela segurou a minha mão.
_Eu fui muito trouxa, cê sabe, né? – a olhei carinhosamente, com o cigarro aceso na outra mão – Eu me arrependo pra caralho, Má.
_É. Eu sei – ela sorriu – Talvez a gente devesse ter sido amigas desde o começo.
_Acho que ia dar mais certo mesmo... – concordei e aí arqueei as sobrancelhas, brincando – ...quer dizer, amigas com alguns “benefícios”.
_Não, sem benefícios para você – fez graça.
A Marina foi na cozinha buscar um copo daquele líquido-gelado-zen-intomável e sentou ao meu lado na volta, dobrando os joelhos perto do corpo, com os pés descalços em cima do sofá. Olhei o vestido dela descendo delicadamente pelas suas coxas e, por um instante, me senti realmente nada confiável.
_Não me lembro de você assim quando a gente saía...
_Assim como?
_Assim de vestido, cabelo preso, toda bonitinha aí... – olhei para ela.
_Cê tá querendo dizer que eu era um horror antes, é isso? – ela riu.
_Cala a boca. Cê sempre foi gata, meu! Não quis dizer isso!
_Olha, eu não tenho tanta certeza do que cê quis dizer... – ela brincou, tomando um gole do chá.
_Não é isso, Má, só tô falando q-que... sei lá, meu, cê tá diferente – expliquei – E cê parece feliz, acho que essa tal de Bia aí tá te fazendo bem.
_É, acho que sim...
_Hum, então a Bia é mesmo a sua nova namorada – concluí – E não só “uma menina” aí?
_Para – ela riu – A gente não tá namorando ainda.
_Ainda?
_Ai, como você é chata... Meu deeeus...
_Desculpa. Parei.
_Besta.
_Hum... – hesitei – Mas e-eu... Eu te fiz feliz, não? Por um tempo pelo menos?
_Fez – ela respondeu – Mas é diferente, cê foi minha primeira namorada.
_Que tem?
_Tem q-que é difícil pra mim separar o nosso relacionamento desse, sei lá, d-desse momento na minha vida, de como foi importante. Sabe? Acaba tudo meio junto: aquela época, você, o processo todo de me entender lésbica, não sei. E-eu acabei completamente apaixonada por você e você...
_...e-eu sempre fui uma idiota, né?
_É, algumas vezes – ela riu.
_Eu fui muito trouxa, cê sabe, né? – a olhei carinhosamente, com o cigarro aceso na outra mão – Eu me arrependo pra caralho, Má.
_É. Eu sei – ela sorriu – Talvez a gente devesse ter sido amigas desde o começo.
_Acho que ia dar mais certo mesmo... – concordei e aí arqueei as sobrancelhas, brincando – ...quer dizer, amigas com alguns “benefícios”.
_Não, sem benefícios para você – fez graça.
10 comentários:
Ainda bem q a F.M. se controlou ( quer dizer por enquanto)...ela precisa de alguém p desabafar se não ela explodeeee....
eu gosto de como vc constroe as narrativas
Parece um dialogo q já tive com uma ex minha! rs
Tah mtoo bom, continua aí =)
;*
Vai pegar! rs
Nossa eu ja vi essa conversa HAUHAUHA
dejavu (na a banda ékinha,talvez queen B hot³ ) total cohorror³
e mais please =] rs
Fabiana, vc tá muito confiante o dialogo tá só começando...Imagina: ela tava desesperada pra falar com a Marina sobre a Mia! Viu a Marina, linda, já acendeu o cigarro, mas nada de falar da Mia... Cara a FM faz o James Bond parecer um moleque ramelento!
"Cara a FM faz o James Bond parecer um moleque ramelento!"
Maano, esse é meu comentário favorito de todos os tempos ;P hahahahahahaha
"Nada de benefícios" é o pior!!!kkkkk
eu não quero que elas se peguem.. talvez eu seja a única.. hehe
tá tudo tão ótimo por aqui..
aww! RrRRrr! ;*
adorei a marina, mel! *.*
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