_Comeu?
Me perguntou e então apoiou as duas mãos no batente da minha
porta, agindo estranho. Não entendi a hostilidade dele. E me certifiquei
rapidamente com os olhos de que a Mia não estava ali.
_Não.
_E por que não? – retrucou, soando bem mais irritado do que a situação justificava – Cê não tava fazendo um puta drama de que tava com fome, hein? De que não tinha porra nenhuma pra comer? Que a gente precisava ir lá comprar as merdas pra casa?
_Perdi a fome, Fernando – menti, sendo grossa.
E ele me olhou, desconfiado, como se não acreditasse no que eu
estava falando. Entrou no quarto, fechando a porta atrás de si com certa
agressividade. E eu dei alguns passos para trás, o encarando de volta. Qual é o seu problema? Ele se aproximou
para falar, como quem quer evitar ser ouvido. Possesso. Parecia irritado especificamente
comigo, o que eu não entendia. Continuei olhando na sua direção, sem me
intimidar.
_O que cê falou pra ela? – ele sussurrou, visivelmente irritado.
_Nada! – cochichei de volta.
_Então por que cê está assim?
_Assim como?!
_Não se faz de idiota! Tem alguma coisa rolando! – ele disse, puto, tentando não subir o tom de voz – A Mia tá toda constrangida lá na cozinha, cês duas tão agindo estranho, porra. Qual é?!
_Eu não falei nada!
_Do que cês tavam falando quando eu cheguei?
_Não é da sua conta.
_O CARALHO QUE NÃO É!
_Fernando, eu não contei porra nenhuma. Não tem nada a ver com você!
_Então é só uma coincidência do cacete, né?
_Ah, velho. Não enche! – retruquei, brava – O que cê acha que eu ganho contando? Antes de qualquer coisa cê é meu amigo, caralho. Cê acha que eu vou te dedurar? Cê tá paranoico, porra! Vai sair me acusando??
Ele me olhou, sem resposta, e eu o encarei de volta – pelo menos nisso eu estava sendo sincera, o que me
dava bastante confiança. Aquilo estava indo longe demais. Passado algum tempo
em silêncio, ele pediu desculpa pela acusação e se acalmou. Que rolo dos infernos. O Fer saiu do
quarto e eu continuei parada ali, pior do que estava antes. Chega. Preciso sair daqui. Terminei a minha
cerveja em dois goles enormes e vesti uma jaqueta, determinada a dar o fora.
Passei na cozinha para pegar um pacote de bolachas, porque, ao
contrário do que aleguei, eu estava morrendo de fome. O Fer estava começando a cozinhar
algo no fogão. E a Mia esperava sentada, em cima da pia. Ela me olhou durante o
tempo todo em que estive no cômodo. Sem cuidado algum para que o Fer não
percebesse – você perdeu a cabeça? O
Fer estava virado para o fogão e felizmente não viu. Os olhos dela pareciam preocupados, tensos. Cada segundo dentro
daquele apartamento aumentava o meu constrangimento.
Maldito
peso na consciência.
Bati a porta, sem me despedir de nenhum dos dois, e desci até a
rua. Já estava escuro, mas ainda não era tarde o suficiente. O agito habitual
das viados e baladeiros da Augusta ainda não tinha ganhado peso para uma noite
de sábado. Subi a Frei Caneca sem saber direito para onde ir. A cada passo
tentava me livrar do peso na consciência pelo que eu fiz com a Mia e pelo que
vi o Fer fazer. Queria fugir da minha própria vida. Precisava respirar um
pouco, descansar de tudo aquilo. Desgraça.
Estava quase chegando na Avenida Paulista quando o meu celular
tocou. Era a Roberta. Não, isso não.
Ignorei e continuei subindo a rua, guardando o telefone de novo no bolso da
calça. Eu precisava de alguém neutro. Alguém que não fosse piorar o caos que eu
sentia por dentro. A minha cabeça estava a mil e eu queria escapar daquela
confusão. Mas não tinha ideia de como, estava completamente perdida.
A Marina, concluí
na última quadra. Eu preciso da Marina.
_E por que não? – retrucou, soando bem mais irritado do que a situação justificava – Cê não tava fazendo um puta drama de que tava com fome, hein? De que não tinha porra nenhuma pra comer? Que a gente precisava ir lá comprar as merdas pra casa?
_Perdi a fome, Fernando – menti, sendo grossa.
_Nada! – cochichei de volta.
_Então por que cê está assim?
_Assim como?!
_Não se faz de idiota! Tem alguma coisa rolando! – ele disse, puto, tentando não subir o tom de voz – A Mia tá toda constrangida lá na cozinha, cês duas tão agindo estranho, porra. Qual é?!
_Eu não falei nada!
_Do que cês tavam falando quando eu cheguei?
_Não é da sua conta.
_O CARALHO QUE NÃO É!
_Fernando, eu não contei porra nenhuma. Não tem nada a ver com você!
_Então é só uma coincidência do cacete, né?
_Ah, velho. Não enche! – retruquei, brava – O que cê acha que eu ganho contando? Antes de qualquer coisa cê é meu amigo, caralho. Cê acha que eu vou te dedurar? Cê tá paranoico, porra! Vai sair me acusando??
10 comentários:
A cabeça quente-pós-treta da "Girl Fucking Mia" sempre trouxe perversidade. Dessa vez num vai ser diferente né?! :p
Ahh, ela pode te surpreender ;) ou não... hahahaha
Valvula de escape!!!...Sempre......rs
GFM é uma safada mesmo...
=***
Marina?!?!? A Ex conselheira?
ahh.. tá certa a FM.. deixa ela fumar alguns cigarros e ir encontrar a Marina para relaxar.. cervejinha ela já tava tomando, né.. hehehe
otimo!
;P
Rr!
_você já comeu?- o Fer me perguntou,apoiando as duas mãos no batente da minha porta.
achei que ele tava falando da mia ;x
ah to com saudades da clara,evil clara,hot clara (6)
Não acredito que vcs. tão torcendo pra ela traçar a Marina tb.?!?!?? Cara, isso defenitivamente não está correto...Embora, não pareça errado, se em comum acordo! :)
HAahahahahahahha
é uma questão de sobrevivência interna psicologica, ela crew na marina e assim relaxa e vê as coisas de uma outra forma, parte pro óbvio de que aqui se faz aqui se paga ahahahah e pronto. Até pq ela é tá solta livre e leve pela vida, a Mia é que descobriu um atalho no meio do caminho... haahahhaha
Huahbauhauahau os comentários são ótimos tb heim kkk!Eu raxo!
The Girl F.. vc esta cd vez melhor!
Mas oq me deixa P é qdo para nas melhores partes! Mas assim q é bom hehehe dá + vontade ainda de entrar aki quase td dia p espiar
mo.om
Bjaummmmm linda!!
_Jú_
Ps: esse olhar desconfiado dos namorados dessas héteros são hilários! kkk somos a ameaça!kkk
Muito irado esse blog, estou ficando viciada nele, e essa Mia? Nao sai da minha cabeça, durmo e acordo lembrando da historia de vc's.
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