Quase cinco da manhã e nós persistíamos na Augusta, como quatro
gambás bêbados, sentados numa sarjeta imunda qualquer. O nosso porto seguro, o
Ibotirama, havia fechado algumas horas antes e nos expulsado educadamente junto
com alguns dos últimos clientes. O caos de sexta à noite dominava a rua em alto
e bom som.
Entre um bar superlotado e outro, os meninos cometeram a besteira
de comprar dois litros de vodka barata – e eu cometi a besteira ainda maior de
ajudar a virar toda aquela dor-de-cabeça engarrafada. Após algumas pequenas
confusões quase propositais, cambaleando pela rua, e muitos novos amigos
conhecidos no meio do caminho, sentamos acabados em frente ao Santa Augusta,
atraídos pela movimentação constante.
O convívio com a Mia até aquela altura estava sendo bastante
simples: ela me ignorava e eu engolia, calada, com o rabo entre as pernas. Algo
próximo do tolerável. Ao chegar
no Santa Augusta, ela entrou para usar o banheiro e eu fui um tempo depois para
buscar uma cerveja, munida com o dinheiro do Fer. Dei de cara com a Mia no meio
da muvuca, assim, de repente, enquanto ela voltava para o lado de fora e eu
entrava. Olhei para a cara dela e a Mia olhou imediatamente para baixo, incomodada
com a minha presença. Merda. Desviei
dela, evitando qualquer constrangimento desnecessário, e me pus a caminho do
bar. O que mais eu poderia fazer?
De volta à calçada, matei a garrafa com o Fer e começamos a
comentar sobre um amigo em comum com o Rafa, detalhando os absurdos do passado
duvidoso dele. O Fer ria tanto, mas tanto, que chegou a tombar duas ou três
vezes para trás, esbarrando no cara parado atrás dele, o irritando. Quase deu
briga. Não que o meu estado fosse tão melhor, afinal, esquecia uma de cada três
palavras e já não fazia mais sentido em nada do que eu dizia. Enquanto isso, a
Mia ficava cada vez mais soltinha e, consequentemente, cada vez mais em cima do
Fer. Literalmente em cima. Argh. Aí, sim, começou a me incomodar. Nuns beijos
empolgados, sentada no colo dele, beirando o insuportável. Desgraçada. E no auge da minha irracionalidade alcoólica, eu não
podia evitar senão ficar encarando enquanto os dois se pegavam na sarjeta,
completamente mordida de ciúmes, ignorando o que o Rafa tagarelava bêbado ao
meu lado.
Para de olhar. Para de olhar. Para de olhar.
Argh. Não dava. Quanto mais eu me esforçava para recuperar parte da minha sobriedade, virar a cabeça e encarar a porra do chão, mais indiscreta eu ficava. Olhando fixamente para as mãos do Fer, agarrando as coxas da Mia naquela meia-calça arrastão rasgada. As mesmas pernas que estiveram sob os meus dedos naquela noite no sofá da casa dos seus pais. Por sorte, meu amigo estava tão bêbado e tão ocupado em pôr as mãos nela, que não percebeu. A Mia, por outro lado, fazia questão de virar os olhos sutilmente na minha direção, de tempos em tempos, para checar se eu estava prestando atenção suficiente – e eu estava, é claro. Porcaria.
Por volta das cinco e quarenta, o meu celular tocou. Eu não
percebi logo de início, hipnotizada pela ceninha desconcertante da Mia e do
Fer. Só fui ver alguns minutos depois. Quando olhei o visor, meu telefone já
registrava duas chamadas não atendidas. Liguei de volta e, para a minha surpresa,
era a Dani.
_Seguinte, não tô afim de ir pra Lari. Quero te encontrar – soou
arrependida – Onde cê tá? Eu tô saindo daqui agora, posso ir aí?
Não. Não pode. Não pode. Não pode, nem pensar.
_Tá. Que se dane. Tô no Santa Augusta, vem aí.
Para de olhar. Para de olhar. Para de olhar.
Argh. Não dava. Quanto mais eu me esforçava para recuperar parte da minha sobriedade, virar a cabeça e encarar a porra do chão, mais indiscreta eu ficava. Olhando fixamente para as mãos do Fer, agarrando as coxas da Mia naquela meia-calça arrastão rasgada. As mesmas pernas que estiveram sob os meus dedos naquela noite no sofá da casa dos seus pais. Por sorte, meu amigo estava tão bêbado e tão ocupado em pôr as mãos nela, que não percebeu. A Mia, por outro lado, fazia questão de virar os olhos sutilmente na minha direção, de tempos em tempos, para checar se eu estava prestando atenção suficiente – e eu estava, é claro. Porcaria.
Não. Não pode. Não pode. Não pode, nem pensar.
14 comentários:
Nesse estado etílico, não existe autocontrole...
Se bem que a moça não parece ter nascido com essa função mesmo :P
ADOROOO!! A MIA VAI FIK PRA ESCANTEIO ESSA NOITE!!
Morre de ciúme, Mia. Morre! Prova o veneno! {Acho que é isso que ta faltando.}
Aliás, sempre o que faz "efeito" é aquela crise de ciúme. IN-CRÍ-VEL! >.<
aii.. agora sim, nada de deixar a FM dormir sozinha na sexta a noite, né!?
>)
'-'
vontade de enxer a cara master q deu agora
\o\
issae GFM
coma a dani q vc ganha mais q ficar de ciuminhu com a mia /FATO
ah isso não vai prestar! mas assim q eh bom :}
o blog tah cada vez melhor!!
VINGANÇA VINGANÇA VINGANÇA!
Agora tem de pegar a Dani de jeiiiiiiiiiiiito! Na frente da Mia, claro!
êeeee...
quantos acontecimentos!
Achei que ela ia atras da mia no banheiro po hehe nao foi dessa vez!!
fucking mia animando minha chata noite de quarta feira :)
=***********
eu li o post baixando a tela de pouquinho em pouquinho, com medo que acabasse. mas se eu tô aqui é porque o inevitável aconteceu, né? hunf. meu, faz com que ela pegue a Dani, na frente da Mia, do jeito que ela pegou a Clara. NUÓÓÓÓÓÓSSA. e leva a Dani pra casa! e faz com que o Fer leve a Mia tbm. FAZ A MIA SURTAAAAAAAAAAR! AHHHHHHHHHHHH!
Putz, a Mia ficar fazendo "ciuminho" é dureza, viu. Tá vendo porque eu acho ela merece sofrer um pouquinho. Eu gosto dela, mas esse tipo de coisa é uó! rs
Ainda bem que a Dani vai pra lá. Well, considerando que a GFM "Devassa" tá com o ego ferido será que vai ficar tudo bem? Oo
Pqp!!!!!!
O bixo vai pegar agora!!!
o que é um pontinho amarelo tocando violão? :)
HAUHAUHAU Cara fico louca como a Devassa é cagona, tinha tudo pra ser uma merda a noite,bom o fim de noite neah rs pq convenhamos começou bem rs, e ai Dani,( só penso nela quem é ela o nome dela...) ressurge como a fenix, u.ú chata! HAUHUA
#voltaclara x3
Dali Dani...Rolo é promissor e Ex é encrenca, na heterolândia ou na lesbolândia. Não?
Uma mais filha da puta que a outra, shauishuiahsuihaus...
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