Graças a deus.
Por alguma razão divina misteriosa, as minhas preces foram
atendidas. Isto é, não que a minha cara de pau ateia tenha efetivamente rezado...
alguma vez... na minha vida... inteira... que seja. A
questão aqui é que, pouco tempo após eu voltar ao quarto, a Débora já estava
subindo aqueles shortinhos jeans pelas suas pernas e lamentando que “precisava
mesmo” ir embora. Que pena,
pensei, insincera.
Acompanhei ela até a porta e nos despedimos com um beijo
atrapalhado. No rosto. A Dani havia ficado no quarto, se trocando, e a situação
toda pareceu um pouco constrangedora. Sem álcool e com a luz do dia na cara, nenhuma
de nós soube direito como se despedir – se rolava ou não rolava e o quanto – e
o resultado foi um tanto quanto desajeitado. Um daqueles meio-beijos: meio na
bochecha e meio no canto da boca, sem encostar direito.
Observei a Débora caminhando na direção do elevador, uma última
vez. Sabia que não a veria mais – e é estranha essa sensação, não é, o dia
seguinte da balada, essa percepção do que se compartilhou com uma completa desconhecida.
Logo seria a vez da Dani de sair por aquela porta. Ela vinha anunciando já há
alguns dias que ficaria no máximo até segunda-feira de manhã e eu entendia.
Exceder uma semana de convivência era perigoso para mim e para a Dani. Nós duas
sabíamos disso – após anos de idas e vindas intensas, geralmente seguidas por
brigas mais intensas ainda.
O domingo, todavia, já começava a anoitecer e até aquele momento a
Dani não havia dado sinal algum de que iria a qualquer lugar. Menos ainda até Campinas, que ficava a 100 km dali. Mais tarde
naquela noite, diante de uma geladeira monótona, o Fer nos convenceu a pedir
esfihas. Desejos grávidos masculinos.
A ressaca tinha me roubado toda a fome. Mas assim que aquele pacote árabe
quentinho aterrissou na sala, todo mundo se amontoou ao redor da mesinha de
centro – inclusive eu. Os quatro esfomeados.
A conversa de horas antes com a Mia tinha mudado um pouco as
coisas. Mas só quando metade das esfihas já haviam se esgotado, foi que eu percebi
que estava dividindo o mesmo cômodo com a Mia... o Fer... e a Dani. Eita. Assim que a minha ficha caiu, de
repente passei a sentir um certo desconforto de ficar ali sentada. Bem no meio
da arena do circo. A primeira olhada que eu dei para a Mia, após me dar conta,
transpareceu o meu estado de espírito recém-alterado. E inevitavelmente, a
“contagiou”. Digo contagiou, porque olhares são como uma praga – uma vez que
você percebe que alguém está te observando, por mais que você se esforce, não
consegue evitar senão olhar de volta.
E então, deu-se início a um ciclo vicioso. Eu olhava para a Mia,
abaixava a cabeça; ela me olhava, depois virava para a televisão; aí eu a
olhava de novo; então ela; daí eu; em seguida ela; depois eu. E logo quem
reparou foi a Dani. Inferno. Aí era a
Mia, eu, a Dani, a Mia, eu, a Dani, a Mia, eu, a Dani, a Mia... Droga. Aquilo começou a me irritar. Argh. O próximo a entrar na roda é o Fer, me desesperei. Eu precisava
interromper aquilo antes que isso acontecesse. Não era nem mais uma questão de
desconforto: se o meu melhor amigo entrasse naquele joguinho, a situação ia se
tornar perigosamente óbvia. E eu não podia permitir isso.
Levantei, sem dar muita bandeira, e comentei casualmente que ia
para o quarto. A Mia percebeu e, por sorte, o Fer não. Levei o meu copo para a
cozinha. Mas assim que o coloquei sobre o monte de louças, a Dani passou
bruscamente pela porta. Puta comigo. Lá
vem merda. Se aproximou de mim,
quase atropelando o meu corpo, e colocou o seu copo de forma realmente estúpida
na pia. Bem de propósito, é. A meio
milímetro de distância, ela me encarou mordida de raiva.
Ai,
Dani... Por favor, aqui não.
17 comentários:
O trechinho ''...desejos grávidos masculinos'' super me define. Viajei!
o fer nunca perceberia, é hoooomem ;D
dani vai fazer barraco, adooro (h)
ela vai ser sempre a melhor *-*'
Goodbye Debbys, hello barraco! Arraza Danii!! =D HAUSHAUSHasu
hahahahaha, só quero ver no que vai dar esse barraco *-*
A Dani agora vai querer dar um de louca e surtar. O TeamDani que me perdoe, mas ela não tem motivo algum. Desde o primeiro dia lá no Santa Augusta ela percebeu que já tinha uma coisa entra a Devassa e a Mia. O pior de tudo é que se a Dani fizer barraco lá mesmo o Fer pode ouvir e ai ferra tudo.
A conversa com a Mia horas antes, a deixou mais tranqüila, pois percebeu que a Mia continuaria por perto. Chego até a pensar se não há aí uma confusão de sentimentos. Elas gostam muito uma da outras, sempre conversaram e se divertiram muito daí veio à proximidade e a vontade de se pegaram, por parte da Devassa porque faz parte do modo de vida dela e da Mia por curiosidade mesmo, mas eu acho que no fundo tudo está ligado a amizade.
Às vezes a pessoa tem um amigo que gosta tanto que chega ao ponto de pensar que esta apaixonada e quer namorar aquela pessoa. Mas na maioria das vezes é apenas o enorme desejo de querer ter aquela pessoas sempre por perto. Já vi isso acontecer algumas vezes.
*--------* mia mia mia T1
Tchau Debs,volte logo T1
aah eu nem acho que a Dani va fazer barraco,ia perder mtos pontos, mais ela podia ser mais inteligente e se atracar com a Devassa ai na cozinha HAUAH vão fazer bebês (666) HAUHAH
Cara tem que saber jogar que nem a Mia T1T1
IPC : Boi arrasou no comentario T1
Ah, nããão.. merda rs.
Eu voto num barraco na cozinha mesmo. Quem já passou por um desses sabe que nunca mais na vida tu esquece hehehehe
ai ai, voto tb no barraco na cosinha! haha
parabeens,tá mto bom viu?!
beeijos
Morra Dani ¬¬
Eita...
Curiosidade sem igual pela continuação!
Barraco ou amasso na cozinha?
Tá caminhando mais pro barraco né?!
Ai que agonia ficar esperando pela continuação!!
hehehe
parabéns pela escritora, cada vez se superando ainda mais
DANI ..
\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/
parabéns PARA a escritora*
Acho que a Dani devia pegar a Mia. Uma tensão meio à lá Almodovar. rsrs.
A Dani tem que pegar a Mia. E pegar o Fer tbm. Sou sempre a favor da pegação generalizada rsrs
Humm... essa foi boa, já imaginou a Dani dando em cima da Mia?!?! Cara, ia ser o bicho!! :)))
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