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maio 01, 2010

Circo, circo

Graças a deus. 

Às vezes, o Universo ajuda. E por alguma razão divina, as minhas preces foram atendidas – isto é, não que a minha cara de pau ateia tenha efetivamente rezado... alguma vez... na minha vida... inteira... argh, que seja. A questão aqui é que, pouco após voltar ao quarto, a Débora estava subindo os shorts pelas suas pernas e lamentando o quanto “precisava mesmo ir”.
 
A acompanhei até a porta e nos despedimos com um beijo atrapalhado. No rosto. A Dani havia ficado no quarto, se trocando, e a situação toda pareceu um pouco constrangedora. Sem álcool e com a luz do dia na cara, nenhuma de nós soube direito como se despedir – se rolava ou não rolava e o quanto – e o resultado foi um tanto quanto desajeitado. Um daqueles meio-beijos, meio na bochecha e meio no canto da boca, sabe. Observei a Débora caminhando na direção do elevador, uma última vez. Sabia que não a veria mais.
 
É estranha essa sensação, não é, o dia seguinte. Essa percepção do que se compartilhou com uma completa desconhecida. A conta fechada da balada, das suas escolhas. Logo seria a vez da Dani de sair por aquela porta. Ela vinha anunciando que precisaria voltar no máximo até segunda à noite e eu entendia. Exceder uma semana de convivência era perigoso para a gente. Nós duas sabíamos disso – após anos de idas e vindas intensas. Entretanto, o domingo já começava a anoitecer e até aquele momento a Dani não havia dado sinal algum de que iria a qualquer lugar.
 
Menos ainda até Campinas, que ficava a 100 km de estrada dali.
 
Um pouco mais tarde naquela noite, diante da nossa geladeira monótona, o Fer nos convenceu a pedir esfihas. Desejos grávidos masculinos. A ressaca tinha me roubado toda a fome, mas assim que aquele pacote árabe quentinho aterrissou na sala, todo mundo se amontoou ao redor da mesinha de centro. Quatro esfomeados. E só quando metade das esfihas já tinham ido, foi que eu percebi que estava dividindo o cômodo com a Mia... o Fer... e a Dani. Bem no meio da arena do circo. A primeira olhada que eu dei para a Mia, logo que minha ficha caiu, transpareceu o meu incômodo. E inevitavelmente, a contagiou. Digo contagiou, porque olhares são uma praga – quando você percebe que alguém tá te observando, por mais que você se esforce, não consegue evitar senão olhar de volta.
 
E então, deu-se início a um ciclo vicioso.
 
Eu olhava para a Mia, abaixava a cabeça. Ela me olhava, depois virava para a televisão. Aí eu a olhava de novo, então ela. Daí eu. Em seguida, ela; depois eu. E logo quem reparou foi a Dani. Inferno. Aí era a Mia, eu, a Dani, a Mia, eu, a Dani, a Mia, eu, a Dani, a Mia... Argh. Aquilo começou a me irritar. O próximo a entrar na roda é o Fer, me desesperei. E eu precisava interromper aquela ciranda comprometedora antes que isso acontecesse. Não era nem mais uma questão de desconforto: se o meu melhor amigo entrasse no jogo, a situação ia se tornar perigosamente óbvia. E eu não podia permitir isso.
 
Sem dar muita bandeira, me levantei e disse que ia para o quarto. A Mia percebeu, o Fer por sorte não. Levei o meu copo para a cozinha, deixando-o na pia. Mas assim que o coloquei sobre o monte de louças, a Dani passou pela porta. Se aproximou de mim, colocando o seu copo ao lado do meu numa estupidez estrondosa. E se virou a meio milímetro da minha cara, me encarando puta da vida.
 
Não faz isso, Dani.

17 comentários:

matt. disse...

O trechinho ''...desejos grávidos masculinos'' super me define. Viajei!

Anônimo disse...

o fer nunca perceberia, é hoooomem ;D

dani vai fazer barraco, adooro (h)
ela vai ser sempre a melhor *-*'

Bruna disse...

Goodbye Debbys, hello barraco! Arraza Danii!! =D HAUSHAUSHasu

mabernardii disse...

hahahahaha, só quero ver no que vai dar esse barraco *-*

PriscieAraujo disse...

A Dani agora vai querer dar um de louca e surtar. O TeamDani que me perdoe, mas ela não tem motivo algum. Desde o primeiro dia lá no Santa Augusta ela percebeu que já tinha uma coisa entra a Devassa e a Mia. O pior de tudo é que se a Dani fizer barraco lá mesmo o Fer pode ouvir e ai ferra tudo.

A conversa com a Mia horas antes, a deixou mais tranqüila, pois percebeu que a Mia continuaria por perto. Chego até a pensar se não há aí uma confusão de sentimentos. Elas gostam muito uma da outras, sempre conversaram e se divertiram muito daí veio à proximidade e a vontade de se pegaram, por parte da Devassa porque faz parte do modo de vida dela e da Mia por curiosidade mesmo, mas eu acho que no fundo tudo está ligado a amizade.
Às vezes a pessoa tem um amigo que gosta tanto que chega ao ponto de pensar que esta apaixonada e quer namorar aquela pessoa. Mas na maioria das vezes é apenas o enorme desejo de querer ter aquela pessoas sempre por perto. Já vi isso acontecer algumas vezes.

RaahXD disse...

*--------* mia mia mia T1
Tchau Debs,volte logo T1
aah eu nem acho que a Dani va fazer barraco,ia perder mtos pontos, mais ela podia ser mais inteligente e se atracar com a Devassa ai na cozinha HAUAH vão fazer bebês (666) HAUHAH
Cara tem que saber jogar que nem a Mia T1T1

IPC : Boi arrasou no comentario T1

Ana Zamur disse...

Ah, nããão.. merda rs.

Sabrina disse...

Eu voto num barraco na cozinha mesmo. Quem já passou por um desses sabe que nunca mais na vida tu esquece hehehehe

P . disse...

ai ai, voto tb no barraco na cosinha! haha

parabeens,tá mto bom viu?!

beeijos

Hell disse...

Morra Dani ¬¬

Brubs disse...

Eita...
Curiosidade sem igual pela continuação!

Barraco ou amasso na cozinha?
Tá caminhando mais pro barraco né?!

Anônimo disse...

Ai que agonia ficar esperando pela continuação!!
hehehe

parabéns pela escritora, cada vez se superando ainda mais

Lud disse...

DANI ..

\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/

Anônimo disse...

parabéns PARA a escritora*

Na_bgs disse...

Acho que a Dani devia pegar a Mia. Uma tensão meio à lá Almodovar. rsrs.

Na_bgs disse...

A Dani tem que pegar a Mia. E pegar o Fer tbm. Sou sempre a favor da pegação generalizada rsrs

Lu disse...

Humm... essa foi boa, já imaginou a Dani dando em cima da Mia?!?! Cara, ia ser o bicho!! :)))