…e um humor fantástico pra caralho.
Me espremi entre os outros assalariados que enfrentavam a
superlotação insuportável do metrô naquela segunda-feira de manhã. O aperto me
obrigava a entrar em contato físico direto com cinco ou seis completos
desconhecidos, além de me causar aquela claustrofobia matinal desprezível. Argh. A situação toda era
mais do que suficiente para me deixar rabugenta a manhã inteira – mas a Mia queria me comer. E isso
melhora o dia de qualquer uma. Sorri o trajeto todo.
Devo esclarecer que nunca acreditei muito nesse papo de ativa ou
passiva. Sempre achei isso uma puta mentalidade heterossexual – e portanto, um
tanto quanto limitada. Eu gostava mesmo era de mina participativa. Tem certa
subversividade inerente em transar com alguém do mesmo gênero que você e
sinceramente nunca vi sentido em limitar isso. Quando ia para a cama, não queria
ir por um lado só; preferia garotas que me acompanhassem pela porra do perímetro
inteiro. E mais ainda, as que me levam para fora dele. Para o chão. Para a
parede. Para o corredor. Para onde for. Queria destruir todos os padrões. Desrespeitar
todas as regras.
E aquela disposição toda da Mia estava me deixando louca desde a
noite anterior. As tais aulas transbordaram a minha cabeça de sacanagem até eu
conseguir pegar no sono. Sozinha no quarto e com aquela vontade desgraçada dela,
caralho. E o pior nem era isso: era a
ausência completa de cansaço – para quem acordou às cinco da tarde no domingo,
não havia chance de eu dormir tão cedo. A minha tortura se arrastou por horas.
Cheguei no trabalho na segunda de manhã, atrasada e nitidamente
destruída depois de um fim de semana interminável, seguido por uma madrugada
inteira de auto-tortura. Ainda assim, não conseguia evitar aquele sorriso tonto
de um lado ao outro da cara – não pensava em outra coisa que não a Mia. E nem
queria. Ficava revivendo os nossos beijos na noite anterior em pensamento e me
lembrando inúmeras vezes de como a boca dela pronunciou cada palavra na porta. Existem vários tipos de maldade nessa vida e,
ah, aquele era o melhor deles.
_Pelo jeito, você continua casada... – a mina da recepção zombou,
ao me ver entrar feliz no estúdio – ...é um recorde, hein?!
A memória indesejada da minha semana com a Dani, àquela hora da
manhã, me fez querer retrucar a piadinha e mandar a recepcionista à merda.
Entretanto, eu não ia deixar que qualquer comentáriozinho insignificante
alterasse o meu humor. Sorri de volta, ironicamente, e isso bastou.
Passei na cozinha e descolei um café, antes de dar de cara com o meu
chefe dentro do estúdio. Ele estava furioso. Me puxou imediatamente para um
canto e deu uma bronca daquelas por ter chegado atrasada num dia de sessão. Moda, revirei os olhos, quem se importa? As palavras dele
atravessaram batido pelos meus ouvidos e a única coisa que continuava na minha
cabeça era ela – a Mia.
Mil vezes
a Mia.
Perambulei de um canto a outro do set, obedecendo tudo o que me era requisitado, a fim de manter meu emprego – mas sem prestar muita atenção em nada. Tudo o que eu conseguia pensar, mesmo que com muita imaginação, era em sair dali às 18h e ir direto para a casa dela. E dar umas aulas bem dadas para aquela mulher.
Perambulei de um canto a outro do set, obedecendo tudo o que me era requisitado, a fim de manter meu emprego – mas sem prestar muita atenção em nada. Tudo o que eu conseguia pensar, mesmo que com muita imaginação, era em sair dali às 18h e ir direto para a casa dela. E dar umas aulas bem dadas para aquela mulher.
8 comentários:
E eu não vejo a hora de ler o próximo post! >< TENSO!
GLÓRIA À DEUS NAS ALTURAS.........
Pior é q eu conheço esse sentimento
muuuuuuito bom meu!!!!
Mel..............parabéns, ainda bem q vc postou no oh-bay-coffee, jah estava morrendo de saudade...
Mano, maaaano, que tortura! Esse jeito de torturar da Mia vem direto da criadora dos textos, hein Mel! Deixa todo mundo enlouquecido esperando e se torturandoooo...
Devassa é das minhas. Ativa? Passiva? Participativa! =x
E esses pensamentos... ai como eu sei o que é isso. E odeio saber. O-D-E-I-O!
>.<
Odeiio São Paulo...Mas a mia quer me comer (66
tah eu odeio e a mia nao quer me comer e ai? u.u
Claaaaaaaara venk (66'
Daalmatas venk (66'
Mia, Mia, Mia, acho que você é passiva. :x
Se esse negócio de ativa(o)-passiva(o) não é coisa de lésbica, nem de hétero, então...?
Devassa ficou OBCECADA, sai da frente manoo! :)
cabeça na lua.. ou melhor: na Mia.. uahauuahuaha mto booom, pelo jeito é um dia que ela não vai render nada no trabalho ;p
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