O sol se levantou e eu não havia sequer fechado os olhos. Continuava
deitada ali, ocupando obsessivamente meus pensamentos com o que rolou no sofá. Foi mesmo real? Parte de mim não
conseguia acreditar. Todas as meninas já tinham acordado àquela altura, falando
aqui e ali ainda deitadas. A Mia era a única que seguia dormindo. Fiquei
esperando, esperando que acordasse. Ansiosamente. Como se precisasse de um sinal
de que não fora um sonho ou apenas imaginação – algum delírio bêbado de
madrugada.
Depois de inúmeros resmungos e uns bocejos preguiçosos, as outras finalmente
se levantaram. E antes de saírem para a sala, tentaram acordar a Mia – já eu fiquei
no quarto. Com saudade de estar sozinha com ela. Apoiei os meus braços
no seu colchão e encostei a cabeça de lado. Sonolenta, desperta pela
movimentação toda, a Mia enrolava para abrir de vez os olhos e eu a observava.
Tinha os cabelos castanhos caídos sobre as bochechas e o nariz. E uma das mãos
no rosto. Três pequenos pontinhos tatuados em um dos seus dedos, entre o do
meio e o indicador. Ah, garota, suspirei.
_Oi... – ela despertou, ainda sonolenta.
_E aí, bonita... – cochichei de volta e sorri, ela afundou o rosto no travesseiro.
Sem a bebida e o véu da madrugada, todavia, algo agora me
incomodava por dentro. O que diabos eu
vou dizer para o Fer, senti o meu peito doer. Foi quando a tal da Laura nos
interrompeu, entrando no quarto novamente para ver se a Mia já tinha levantado.
Ela e a Michelle estavam com fome, disse. Empata-foda.
Saí de lá, deixando as duas, e fui até o banheiro lavar o rosto – já emburrada.
Sem esperanças de ter mais um segundo sozinha com a Mia. Me olhei no espelho,
com o cabelo amassado e a raiz por fazer debaixo daquele descolorido tosco,
e tive a certeza de que a ausência de horas dormidas naquela noite não poderia
ser disfarçada. Estava estampada na minha cara, com duas olheiras enormes.
Deus. Quem
come croissants de café-da-manhã?, me surpreendi, instantes depois,
entrando na cozinha e encarando a cesta de pães em cima da mesa. Aquilo parecia
cena de novela. Na verdade, a casa inteira da Mia parecia ter saído do horário
nobre da Globo. Desviei o meu olhar dos pães e dos talheres bonitos e notei que,
do outro lado da mesa, a Mia me olhava. O meu coração disparou na mesma hora.
Me esforcei para conter um sorriso e não revelar às outras o nosso pequeno e
fantástico delito daquela noite.
Após o café, descemos para parte de trás do pátio do prédio para fumar um e a Laura precisou ir embora. A tal da Gi disse que ia junto. Elas iam para o centro de São Paulo, passando quase do lado do meu apartamento, mas insisti que não precisava de carona. Mentira. Tudo o que eu queria era ficar mais um tempo com a Mia antes de ser jogada de volta à realidade. No final, restamos só nós e a outra amiga. Não via a hora de me livrar da Michelle, mas a garota parecia obstinada a não ir a lugar algum. Nossa ressaca estava insuportável. Expulsamos umas crianças do parquinho do prédio e ocupamos as balanças que ficavam no pátio. A Michelle sentou no chão para bolar um. O tempo todo, a Mia dava um jeito de me espiar e eu a olhava de volta, sem falar nada. Apenas sorríamos.
Mas a porra da amiga continuava lá.
_E aí, bonita... – cochichei de volta e sorri, ela afundou o rosto no travesseiro.
Após o café, descemos para parte de trás do pátio do prédio para fumar um e a Laura precisou ir embora. A tal da Gi disse que ia junto. Elas iam para o centro de São Paulo, passando quase do lado do meu apartamento, mas insisti que não precisava de carona. Mentira. Tudo o que eu queria era ficar mais um tempo com a Mia antes de ser jogada de volta à realidade. No final, restamos só nós e a outra amiga. Não via a hora de me livrar da Michelle, mas a garota parecia obstinada a não ir a lugar algum. Nossa ressaca estava insuportável. Expulsamos umas crianças do parquinho do prédio e ocupamos as balanças que ficavam no pátio. A Michelle sentou no chão para bolar um. O tempo todo, a Mia dava um jeito de me espiar e eu a olhava de volta, sem falar nada. Apenas sorríamos.
13 comentários:
Menina chata da porra! ahahah Maaais, maaais! ;*
Ri mto com o golpe do bau hetero kkkk mtoooooooo bom..
amo seu blog!
"Se nada der certo, engravido e exijo pensão" melhor plano ever! xD
Adoooro!
E falando em identificação! Puts Grila! Eu bem sei o que é ter uma amiga empata f**a na vida! xD
Ai ai.. =x
Beijo.
vaaza michelle u.u rs
aah eu li tudo snif ;(
Agora quero mais...
posta mel T1
IPC; pararei de ler pra nao virar lesbica tbm lixa' HAUHAUHA
mosa,pq vc não falou nada ainda da protagonista, qual é o nome dela, a aparência e outras coisitas?
Posta mais.
O nome não vai aparecer mesmo, mas já dei indicações de como ela é, sim... leia atentamente ;)
Cabelo cumprido, loira, acidentalmente feminina, gosta de vestir skinny jeans, camiseta e all star... entre outras, que não me lembro! hehe
Ai ai!!Cada vez que leio um post seu solto ou uma gargalhada, ou um suspiro ou fico até sem ar! MTO bom!!!E o golpe?!Só vc mesmo hauahuaha!!!
Qdo to lendo aki nao posso ta fazendo nenhuma outra coisa junto pq qro sentir o gostinho d cada palavrinha... de cada acontecido!!!!!Adoro isso! Q se torne livro já!
Bjaum!!!
E realmente golpe do baú só servir para heteros, é deprimente. :P
Q se torne livro já! +1
Vou usar esse golpe com alguem!o/
Qualquer coisa eu falo assim:
Vc diz q não tem,mas eu senti o seu junior,ok?
ahahahahahhah 'Q
Ninguem merece essas amigas empata foda e o pior é q td mundo tem!u.u'
Ah,pq vc não quer da um nome pra loirinha?
Pra ficar na intenção de ser qq uma de nós?
Na verdade, não consegui me decidir por um nome que representasse exatamente o que eu queria... Comecei a postar, fui levando e acabou ficando sem! Mesmo que escolhesse, colocar algum agora ficaria estranho :P
Mas eu gosto da possibilidade de ser qualquer uma de nós... Como é em primeira pessoa, facilita. E um nome poderia vir a limitar isso, cortar a imaginação :) :)
Mel,
A Michelle tá afim da Mia ou é falta de desconfiometro mesmo?
Lu
Falta hétero de desconfiômetro, hahaha
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