Olhei no relógio da televisão e já eram mais de 2 da manhã. As
garotas estavam deitadas ao redor de uma panela de brigadeiro, fofocando sobre
uma menina qualquer que eu desconhecia. Observava a conversa de cima do sofá,
enquanto fumava. Os meus olhos se direcionavam ininterruptamente à Mia,
pensando na nossa conversa de algumas horas antes.
“Talvez”.
A possibilidade me consumia, já completamente obcecada pela ideia.
Àquela altura, estava tarde demais para pegar o metrô ou ônibus e o meu plano
era dar um jeito de dormir lá mesmo. Isso
tem que dar certo, implorei para a
Nossa Senhora do Brejo e as deusas sáficas. De um jeito ou de outro, queria
descobrir o que diabos a Mia quis dizer com “talvez”. E a minha estratégia parecia
perfeita: esperei que ela ficasse sozinha e fui casualmente conversar, sem as
amigas por perto. Ela estava colocando a panela suja de brigadeiro na cozinha e
eu me apoiei na pia, usando todo o meu charme cafona.
_Cara, eu tô com um problema... – disse, segurando o riso – ...e
talvez você possa me ajudar.
_Mas é claro – ela falou prolongadamente, bêbada, quase como se cantasse – O que é?
_Bom, como você sabe, o metrô já fechou...
_É.
_E também não tem ônibus...
_Não.
_E eu não tenho como voltar até a Paulista a pé, né...
_Eita, verdade! Quer que eu veja se alguma das meninas pode te dar carona?
Não, Mia.
Obviamente que não.
_Na verdaaade... E-eu estava pensando se eu não podia, sei lá, sabe...
– ela levantou as sobrancelhas e começou a rir, finalmente percebendo minhas
intenções – ...dormir aqui, talvez.
_”Talvez”? – ela riu.
_É. Talvez.
_Sei...
_O que cê acha?
_Hum. Você pode, sim... – ela me olhou, contendo um sorriso – ...o problema é que... você não foi a primeira a pedir.
_Como assim?
_Eu e você... – ela puxou a minha camiseta, de leve, se insinuando – ...vamos ter que dividir o quarto com a Laura... e com a Gi... e com a Michelle também.
Merda. Não
consegui esconder minha decepção, embriagada demais para disfarçar. A Mia se
divertiu com a frustração que rapidamente tomou o meu rosto. Saco. Eram raros
os momentos em que eu ficava sozinha assim com ela, fora do apartamento, o que
tornava aquela ocasião única. Seria a primeira vez que íamos poder dormir tão
perto uma da outra – e tão longe do Fernando. E não que eu me orgulhasse das minhas intenções. Mas precisava virar a porra da festa do
pijama? Inferno.
Por outro lado, talvez fosse o Universo me mandando sinais de que
eu não deveria trair o meu amigo assim tão facilmente? Não sei. Tudo
parecia conspirar para que a gente não tomasse más decisões. Mas obviamente,
contra todo bom senso, como sempre, logo recuperei a confiança:
_Não tem problema... – pisquei para a Mia, fazendo graça – ...pra
tudo dá-se um jeito.
_Mas é claro – ela falou prolongadamente, bêbada, quase como se cantasse – O que é?
_Bom, como você sabe, o metrô já fechou...
_É.
_E também não tem ônibus...
_Não.
_E eu não tenho como voltar até a Paulista a pé, né...
_Eita, verdade! Quer que eu veja se alguma das meninas pode te dar carona?
_”Talvez”? – ela riu.
_É. Talvez.
_Sei...
_O que cê acha?
_Hum. Você pode, sim... – ela me olhou, contendo um sorriso – ...o problema é que... você não foi a primeira a pedir.
_Como assim?
_Eu e você... – ela puxou a minha camiseta, de leve, se insinuando – ...vamos ter que dividir o quarto com a Laura... e com a Gi... e com a Michelle também.
8 comentários:
Fico encantada toda a vez que leio um post seu ;) a história só fica mais viciante. Queremos ler mais, babyy! ;*
Pior notícia nos últimos 23 anos da sua vida?? Ri horrores aqui =D
Confesso, já quis te bater muitas vezes por parar na melhor parte da história!
Hehehe... xD
É AGORA QUE VAAAI! (yn)
muito bom,muito mesmo. :)
hauahuahauah coisinhas num quarto onde vc n pode fazer o MINIMO barulhooooo é sempre mto loko!
posta posta posta logooo!rs
Caalma, meninas. Já vou postar, já vou postar... Aguardem! ;)
E obrigada pelos comentários!!!
PUTA QUE PARIU! Joga a Laura e a Michelle pela janela :@
"Aquilo era a Pior notícia nos últimos 23 anos da minha vida" kkkkkkkkkkkkkkkkk
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