Olhei no relógio da televisão e já eram mais de 2 da manhã. As
garotas estavam deitadas ao redor de uma panela de brigadeiro feita dez minutos
antes, num clichê que transparecia o outro lado das suas personalidades,
fofocando sobre um cara que eu desconhecia. Uma delas saiu com ele por um tempo
na faculdade. Tagarelavam todo tipo de baixaria e eu observava a conversa de
cima do sofá, fumando perto da janela. Os meus olhos se direcionavam obsessivamente
à Mia, pensando no que disse horas antes.
“Talvez”.
A possibilidade me consumia, numa fixação que ocupava cada segundo
da minha presença naquele apartamento. Precisava descobrir o que diabos a Mia quis
dizer com “talvez”. E precisava descobrir logo. A minha estratégia era
infalível. Isso tem que dar certo, implorei mentalmente. Esperei que
ficasse sozinha e casualmente puxei assunto, sem as suas amigas por perto. A
Mia estava colocando a panela suja na pia e eu me aproximei, me apoiando na
bancada.
_Sabe, eu tô com um problema...
_Eeeiiita – ela falou prolongadamente, bêbada, distraída com a torneira – O que é?
_Bom, como você sabe, o metrô já fechou...
_É.
_E também não tem ônibus...
_Não.
_E não tenho como voltar até a Paulista a pé, né...
_Ai! Quer que eu veja se alguma das meninas pode te dar carona?
Não, Mia.
Obviamente que não.
_Na verdaaade... e-eu estava pensando se eu não podia... – ela
levantou as sobrancelhas, finalmente percebendo as minhas intenções – ...sei
lá, dormir aqui, talvez?
_“Talvez”?
A Mia riu.
_É. Talvez.
_Sei.
_E aí, que cê acha?
_Olha, você até pode, o problema... – ela me olhou, contendo um sorriso – ...é só que... – segurou suavemente na barra da minha camiseta – ...você não foi a primeira a pedir.
_Cê tá zoando – ri.
_Não. Eu e você... – continuou, puxando a minha camiseta de leve – ...vamos ter que dividir o quarto com a Laura... e a Gi... e a Mi também.
Merda. Não
consegui esconder minha decepção. E a Mia se divertiu com a frustração que
rapidamente tomou o meu rosto – é disso que cê gosta, né, desgraça?, pensei.
De me ver sofrer. E não que eu me orgulhe das minhas intenções ali. Mas, inferno, precisava virar a porra da festa
do pijama?
_Eeeiiita – ela falou prolongadamente, bêbada, distraída com a torneira – O que é?
_Bom, como você sabe, o metrô já fechou...
_É.
_E também não tem ônibus...
_Não.
_E não tenho como voltar até a Paulista a pé, né...
_Ai! Quer que eu veja se alguma das meninas pode te dar carona?
_“Talvez”?
_Sei.
_E aí, que cê acha?
_Olha, você até pode, o problema... – ela me olhou, contendo um sorriso – ...é só que... – segurou suavemente na barra da minha camiseta – ...você não foi a primeira a pedir.
_Cê tá zoando – ri.
_Não. Eu e você... – continuou, puxando a minha camiseta de leve – ...vamos ter que dividir o quarto com a Laura... e a Gi... e a Mi também.
8 comentários:
Fico encantada toda a vez que leio um post seu ;) a história só fica mais viciante. Queremos ler mais, babyy! ;*
Pior notícia nos últimos 23 anos da sua vida?? Ri horrores aqui =D
Confesso, já quis te bater muitas vezes por parar na melhor parte da história!
Hehehe... xD
É AGORA QUE VAAAI! (yn)
muito bom,muito mesmo. :)
hauahuahauah coisinhas num quarto onde vc n pode fazer o MINIMO barulhooooo é sempre mto loko!
posta posta posta logooo!rs
Caalma, meninas. Já vou postar, já vou postar... Aguardem! ;)
E obrigada pelos comentários!!!
PUTA QUE PARIU! Joga a Laura e a Michelle pela janela :@
"Aquilo era a Pior notícia nos últimos 23 anos da minha vida" kkkkkkkkkkkkkkkkk
Postar um comentário