Tranquei a porta do banheiro atrás de nós e o barulho da festa se
tornou abafado. Estava escuro ali dentro. As luzes do lado de fora passavam por
uma frestinha no batente e a Mia encostou numa das paredes, me olhando
atentamente. Caralho, senti o meu
coração subindo pela garganta, é agora.
As minhas mãos tremiam e ela não tirava os olhos de mim, meu deus. Estava
nervosa, ela também. Conscientes demais do que estava prestes a acontecer. Suspirei
e dei um passo em sua direção, ela hesitou:
_S-só porque eu te falei aquilo, n-não quer dizer que...
Me aproximei do seu corpo, a interrompendo.
_É só você me pedir, Mia... – encostei a testa suavemente na sua, fechando
os olhos – ...que eu paro.
Podia sentir a sua respiração, a milímetros de distância de mim. O meu braço tocou o seu sutilmente, deslizando os dedos sobre a sua pele. E senti a minha ansiedade sumir, aos poucos. Todas as dúvidas e as nossas conversas e as brigas e a Clara e a festa, de repente, sumiram. Abri os meus olhos e os dela me olhavam de volta, aqueles olhos castanhos grandes. Tão perto que bastou um movimento na sua direção.
A beijei.
Contra a parede – puta que pariu.
Aquele, sim, era um beijo bem diferente do nosso primeiro. Era o beijo com o qual
eu tinha sonhado um milhão de vezes. Nos encaixamos. A sua língua encostou
na minha e eu perdi a força no corpo inteiro, numa vontade desnorteante de não
desgrudar minha boca da sua até a festa acabar do lado de fora. Meu
deus, essa garota. Agora fazia sentido. Todas as babaquices românticas que passei
a vida ridicularizando, de repente, faziam sentido. Nunca nada foi assim, tão gostoso.
Tão nosso. Mas eu sabia que tinha que ir com calma –
as mãos dela não se moviam, coladas contra os ladrilhos. Soltei a sua
boca, como quem volta à superfície para respirar. Dei um passo para trás,
tentando recuperar o fôlego a cabeça os batimentos cardíacos. E a
Mia tirou a franja do rosto, a segurando em cima da cabeça por um instante.
“Caralho”, sussurrou.
E nos contemplamos por um breve momento. Ela mordia a boca, processando
o que acabara de acontecer, mas sem desviar o olhar do meu. Senti meu estômago congelar, em que merda estamos nos metendo, garota? E foi quando um sorriso escapou, escondido,
no canto da sua boca. Movi na sua direção, na mesma hora – colocando o braço ao
redor da sua cintura, a puxando para mim. A pressionei na parede e a Mia segurou
o meu rosto com ambas as mãos, me beijando de volta. E aí, sim, os
beijos de verdade começaram.
Que se
foda o autocontrole. Desci as mãos para as suas coxas, afundando
os dedos na sua pele. A Mia me segurava pela nuca, me trazendo para perto dela,
entrelaçando os dedos no meu cabelo nuns amassos, assim, de foder a cabeça. Meu
deus. Acho que nunca segurei uma mulher com tanta vontade.
_S-só porque eu te falei aquilo, n-não quer dizer que...
Podia sentir a sua respiração, a milímetros de distância de mim. O meu braço tocou o seu sutilmente, deslizando os dedos sobre a sua pele. E senti a minha ansiedade sumir, aos poucos. Todas as dúvidas e as nossas conversas e as brigas e a Clara e a festa, de repente, sumiram. Abri os meus olhos e os dela me olhavam de volta, aqueles olhos castanhos grandes. Tão perto que bastou um movimento na sua direção.
4 comentários:
Uhuuulll
já tava na hora :)
Adorei
;*
brilhante!!!
E aqui Napoleão perdeu sua segunda guerra! Uau... como havia me esquecido deste post! :)
Banheiros...
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