“Laaast niiiiiight, she saaaaid…
Ohh, baby, don’t feel so dooown!”
Os gritos do Casablancas no rádio atravessavam a porta e o meu
quarto inteiro, enquanto eu corria enlouquecida de um lado ao outro. Todos os
meus amigos indiscretos e barulhentos anunciavam aos berros a sua chegada ao
meu apartamento – um por um – e eu ainda não havia colocado uma maldita roupa.
Todo o meu plano de “tô nem aí pro que vou vestir” havia ido por
água abaixo graças à recente confissão da Mia. Ainda não havia processado toda aquela
informação a mim sussurrada, mas estava explodindo de felicidade e medo e
ansiedade e nervosismo e alegria e impaciência e... enfim. Estava
surtando. O Fer batia na porta de cinco em cinco minutos, avisando que a festa
estava começando sem mim – como se não fosse possível ouvi-los a cinco quadras
dali – e eu garantia repetidamente que já estava saindo.
Inferno,
inferno, inferno. Provavelmente ele estava pensando que a minha
demora era alguma forma de sabotagem – mas não era. Não desta vez. O
fato é que eu continuava seminua e mergulhada no meu armário, sem saber o que
vestir. Naquele estado catatônico que se fica quando se está ansiosa demais
para pensar. Diabos. Após incontáveis surtos e quase duas
horas depois, eu estava finalmente pronta. E a minha saída do quarto aumentou
ainda mais o volume no qual as pessoas falavam naquela festa.
Aquilo era o caos absoluto – no melhor sentido possível.
Percorri o nosso modesto apartamento por pelo menos uns 20 minutos,
tropeçando pelas latinhas vazias que já se acumulavam no chão, até conseguir
cumprimentar quase todo mundo. Debaixo duma marofa desgraçada e com os ouvidos
estourando de tão alta que estava a porra da música. Meu deus. Encontrei a Mia
somente algum tempo depois, em meio à confusão na cozinha, conversando com um
amigo do Fer. Tentei chegar perto assim que a avistei, mas fui interrompida por
1.57m de águas passadas bloqueando o meu caminho. Era a Aninha. E toda a sua
empolgação em me ver novamente – quem foi
o imbecil que convidou ela?
Eu vou matar o Fernando.
_Nossa, parece que não nos vemos há anos... Você sumiu! – ela se
jogava na minha direção, mentindo descaradamente, já que foi ela quem
desapareceu para voltar com a ex um ano antes.
_Pois é... – respondi, sem tirar os olhos da Mia e tentando escapar dali.
_E você não vai me cumprimentar, não?
Voltei meus olhos para ela e a vi ali, flertando, parada na minha
frente à espera de alguma atitude minha. Mas
que saco. Suspirei, sem paciência, e dei-lhe um beijo amigável no rosto.
Queria sair o quanto antes da sua vista e do alcance das suas mãos. Assim que
desgrudei do seu rosto, ela me olhou desapontada e eu a ignorei, desviando dela
para seguir o meu caminho.
_Olha... – ela me puxou pela mão, sugestiva, e eu me virei
novamente em sua direção – Se você quiser, mais tarde talvez a gente podia...
_Claro – respondi, indiferente, interrompendo-a.
Tornei a olhar para onde a Mia estava, mas ela já havia deixado o
amigo do Fer sozinho. Comecei a xingar a droga da Ana Luiza na minha cabeça e, bem, todo o
resto do mundo. Caralho. Então me
dirigi à geladeira. Uma dose de tequila era a minha segunda melhor opção ali,
calculei, uma vez que a primeira havia passado pela porta atrás de mim sem que
eu sequer percebesse.
5 comentários:
Meus parabéns!!!!
Vc escreve muuuito beem
Eh viciante
Escreve mais to muito curiosa :)
Eh! Escreve mais, amooor!
Pq mesmo tendo prévias qnt mais eu leio mais eu quero que elas se peguem logo hahahaha
deus do céu, isso ainda foi só o comecinho! essa festa vai durar pooosts e mais posts! ♥
(adorei o "caos absoluto no bom sentido", e "a capital inteira resolveu aparecer", foi a descrição da festa dos meus sonhos... olha a responsabilidade nos próximos capítulos! hahahahah)
Hhuahauahuaha MTO bommm!!!
Bjussss =***
Todo dia vejo se já atualizou... tbm tô viciada na Mia!!!!
Virei fã!!!! ♥
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