Combinamos de nos encontrar na porta às
23h e, sem atrasar quase nada, eu apareci. De bermuda, jaqueta
jeans e com uma blusa larga do L7 por baixo, já que ia tocar anos 90 no Vegas. Eu
e o Gui juntos éramos quase uma Parada do Orgulho fora de época – ele dava
tanta pinta quanto eu. Era alto, com olhos cor-de-mel e o cabelo bem curto, enroladinho.
O sotaque pernambucano causava entre os boys do teatro com
quem ele costumava sair. Era aspirante a ator e um dos meus maiores confidentes
– o mesmo para quem confessei meu amor pela Mia uns meses antes.
Naquela noite, o Gui apareceu mais gato
do que nunca. Ia encontrar um cara agendado para discotecar no Vegas e que ele
me jurou incansavelmente ao telefone que era “tão bonito que podia morrer feliz”
depois. Duvido muito, pensei ao entrar na balada, após enfrentar
uma pequena fila. Mas ok. A pista estava consideravelmente cheia para uma quarta-feira. No escuro, sob as batidas ensurdecedoras
do som, o meu olhar vagou de um lado para o outro à procura do tal DJ
misterioso, enquanto o Gui vomitava descrições empolgadas e possivelmente
exageradas sobre o cara e como eles se conheceram e tudo mais.
Mal havíamos passado da porta, no
entanto, quando meus olhos se depararam com um rosto familiar em meio à
multidão. Um que eu não esperava encontrar. E sem conseguir dar um passo a mais,
fiquei parada encarando – num canto junto ao palco, se amassando com uma babaca
alternativa de merda, a Clara.
Filha-da-puta.
6 comentários:
xiiiii :/
tá, né.. "filha da puta".. uhn.. olha quem fala..
Quanto pior, melhor!! (6)
;**
agora ela vai ficar triste e Mia vai dar um pouco de colo :D
Quanto pior, melhor!! (6) [2]
muuuuito bom \õ/
Então quer dizer que você pode pegar todo mundo e as suas peguetes só podem pegar você? Hahahahhahaha
Igualdade para todas õ/
Adoreiiii...Eu já tava começando a gostar muito da Clara.
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