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janeiro 10, 2010

Glória!

_Nossa! – a Clara riu, conforme eu me aproximava da bancada – Pegou “um pouco” de chuva aí, gata?
 
Sorri, meio sem jeito, me sentindo um cachorro molhado. Sentei ao lado dela, aquela deusa, e pedi uma dose de vodka enquanto era apresentada à sua amiga, uma tal de Luciana. A garota me olhou como se já tivesse ouvido todo tipo de história sobre mim. Apenas acenei com a cabeça, logo voltando os meus olhos admirados para a Clara. 
 
_E então... – brinquei, numa cafonice deliberada – ...você sempre se veste assim para trabalhar ou isso faz parte de um plano para me matar?
_Besta – ela riu, revirando os olhos – Cala a boca. É que hoje é sábado...
_...e? 
_E eu e a Lu sempre emendamos quando trabalhamos de sábado, então já trazemos uma troca de roupa – explicou.
_Hum, e emendam onde? – virei a minha dose e fiz graça, a olhando – Lá pela Augusta, talvez? Num apartamento minúsculo, meio bagunçado no fim da Frei Caneca, quem sabe?
_Não... – a Clara riu, me dando um tapa no braço – Larga de ser tonta.
_Quê?!
_A gente vai no Glória.
 
Cê só pode tá brincando, né, a encareiMas a Clara continuou imóvel, sorrindo para mim. Não? Ela não se mexia, satisfeita com a sua proposta de rolê. Eu? No Glória, hoje?, agonizei. Lá ia eu torrar todo o dinheiro que eu não tinha na pista mais cara da sapataria. Como diabos fui cair nessa furada?
 
_Linda, e-eu não sei... Olha, eu... e-eu tô cansada – mal conseguia me escutar dizer aquilo, céus, quantos anos eu tenho? 93?! – E fora que eu tô encharcada. Olha pra mim! Não dá para eu ir no Glória assim... Não vão nem me deixar entrar!
_Hum... – a Clá pensou rapidamente – ...cê tem bebida lá no apê?
 
Sorri, aliviada.
 
_Nossa, aos montes! – garanti, certa de que tinha me livrado – Não querem ir pra lá?
_Sim! – a Clara sorriu de volta – Vamos no carro da Lu, aí você se troca e fazemos o esquenta lá ao invés de enrolar aqui... Que cê acha?
 
Maldição. Como eu poderia dizer “não” depois de ter me colocado naquela sozinha? Dez minutos depois e nós estávamos no carro da amiga, indo em direção à Frei Caneca. Droga, droga. O bom é que, com a chuva e o trânsito, a Clara e eu tivemos tempo suficiente de conhecer o banco de trás. Quem não gostou muito foi a tal da Luciana, que ficou sozinha na frente, fazendo as vezes de taxista. Mas, né? Paciência.
 
Chegamos no prédio e fomos literalmente do carro ao elevador nos agarrando. Parte de mim talvez torcesse para a Clara dispensar logo a amiga e passar a noite comigo. Em vão – quando chegamos na frente do meu apartamento, a amiga continuava lá. De vela. Abri a porta do apartamento com uma mão na chave e a outra em volta da Clara. Estava tão concentrada em fazer ela desistir da balada que inicialmente não me dei conta. Foi só uns segundos depois, quando finalmente tirei a boca da sua e olhei para frente, que vi o Fer esparramado no sofá assistindo qualquer coisa na televisão e, ao lado dele, a Mia.
 
Droga. 
 
Tirei as mãos da Clara imediatamente. Da mesma forma que faria aos 15 anos, caso entrasse em casa com uma garota e desse de cara com o meu pai – mas os olhos da Mia já estavam fixos em nós duas. Como eu sou burra.

7 comentários:

Mikaylla disse...

Murphy é foda :/

Anônimo disse...

more, more, more please! *-*

Anônimo disse...

puuutz!! proximo capitulo pls! :P

Anônimo disse...

Mais ,postando pouco haha

cris f santana disse...

Acabo de ler todos os posts de uma vez só.. Muito bom!
Mas.. Por favor! O próximo capítulo logo!!! xD

Noelly Castro disse...

Essa da Mia estar lá foi fdp, heim..
"Mil vezes merda!" pq não tem mais post.. hehehe

;**

Anônimo disse...

Continua ta ótimo!