_Nossa! – a Clara riu, conforme eu me aproximava da bancada – Pegou
“um pouco” de chuva aí, gata?
Sorri, meio sem jeito, me sentindo um cachorro molhado. Sentei ao
lado dela – aquela deusa – e pedi uma dose de vodka enquanto era
apresentada à sua amiga, uma tal de Luciana. Apenas acenei com a cabeça, logo voltando
os meus olhos para a Clara. Caralho, mulher, a admirei, pega um
tanto de surpresa. Tinha sentido falta de estar com ela e, momentaneamente,
esqueci do meu caos emocional.
_E então... – brinquei, usando todo o meu charme cafona – ...você
sempre se veste assim para ir trabalhar ou isso faz parte de um plano para me
matar?
_Besta – ela riu, me zombando – Nenhum dos dois. É que hoje é sábado...
_...e?
_E eu e a Lu sempre emendamos quando trabalhamos de sábado, então já trazemos trocas de roupa – explicou.
_Hum, e cês emendam onde? – virei a minha dose e fiz graça, a olhando ali – Lá pela Augusta, talvez, num apartamento minúsculo-meio-bagunçado no fim da Frei Caneca, quem sabe?
_Não... – a Clara riu, me dando um tapa no braço – Larga de ser tonta.
_Quê?! – sorri na pilantragem – Só uma sugestão...
_A gente vai no Glória. E aí quando vi sua mensagem pensei que, de repente, cê podia ir junto...
Diz que cê tá brincando, a encarei. Mas a Clara
continuou imóvel, sorrindo para mim. Não?, implorei mentalmente, nenhuma
piada? Ela não se mexia, satisfeita com a sua proposta de rolê. Merda.
Eu? No Glória, hoje?, agonizei. Lá ia eu torrar todo o dinheiro que
eu não tinha na da pista mais cara da sapataria. Como fui cair nessa?
_Linda, e-eu não sei... Olha, eu... e-eu tô cansada – Céus, essa
é a melhor desculpa que eu consigo dar? Quantos anos eu tenho? 93?! –
E fora que eu tô encharcada. Olha pra mim! Não dá para eu ir no Glória assim...
Não vão nem me deixar entrar!
_Hum... – ela pensou – ...você tem bebida no seu apê?
Sorri, aliviada.
_Nossa, aos montes – garanti, certa de que tinha me livrado – Cês
não querem ir pra lá?
_Sim. Perfeito! – a Clara sorriu de volta – Vamos no carro da Lu, aí você se troca e nós fazemos o esquenta lá ao invés de enrolar aqui... Que cê acha?
Maldição. Como eu poderia dizer “não” após ter me
colocado naquela sozinha? Dez minutos depois e nós estávamos no carro da amiga,
indo em direção à Frei Caneca. Droga, droga. A única boa
notícia ali era que, com a chuva e o trânsito, eu e a Clara tivemos tempo suficiente
de aproveitar bem o banco de trás. Quem não gostou muito foi a tal
da Luciana, que ficou sozinha na frente dirigindo, mas, né? Paciência.
Chegamos no prédio com o maior fogo, como já era de se esperar. Fui
me agarrando com a Clara insistentemente do carro ao elevador, com o intuito de
fazê-la dispensar logo a amiga e passar a noite comigo. Em vão. Quando chegamos
na frente do meu apartamento, a amiga continuava lá – de vela. Mas não
desisti. Abri a porta do apartamento com uma mão na chave e a outra em volta da
Clara, estava tão concentrada em fazer ela desistir da balada que inicialmente
não percebi. Foi só alguns segundos depois, quando tirei a boca de cima dela e
olhei para frente, ao entrar, que vi o Fer esparramado no sofá, vendo qualquer
coisa na televisão. E ao lado dele, óbvio, a Mia.
Droga.
Tirei as mãos da Clara imediatamente – da mesma forma que faria,
aos 15 anos, caso entrasse em casa com uma garota e desse de cara com o meu
pai. Mas os olhos da Mia já estavam fixados em nós duas. Visivelmente decepcionada. Como
eu sou burra, porra. Idiota, idiota, idiota. Me odiei na mesma hora.
Senti que era a pior pessoa do mundo, arrependida de ter sequer pensado em me
encontrar com a Clara. Inferno. O meu coração acelerou, vendo-a
pela primeira vez desde o beijo. E a Mia continuou ali, parada, sem tirar os
olhos de mim. Por que concordei em vir para cá?
_Besta – ela riu, me zombando – Nenhum dos dois. É que hoje é sábado...
_...e?
_E eu e a Lu sempre emendamos quando trabalhamos de sábado, então já trazemos trocas de roupa – explicou.
_Hum, e cês emendam onde? – virei a minha dose e fiz graça, a olhando ali – Lá pela Augusta, talvez, num apartamento minúsculo-meio-bagunçado no fim da Frei Caneca, quem sabe?
_Não... – a Clara riu, me dando um tapa no braço – Larga de ser tonta.
_Quê?! – sorri na pilantragem – Só uma sugestão...
_A gente vai no Glória. E aí quando vi sua mensagem pensei que, de repente, cê podia ir junto...
_Hum... – ela pensou – ...você tem bebida no seu apê?
_Sim. Perfeito! – a Clara sorriu de volta – Vamos no carro da Lu, aí você se troca e nós fazemos o esquenta lá ao invés de enrolar aqui... Que cê acha?
7 comentários:
Murphy é foda :/
more, more, more please! *-*
puuutz!! proximo capitulo pls! :P
Mais ,postando pouco haha
Acabo de ler todos os posts de uma vez só.. Muito bom!
Mas.. Por favor! O próximo capítulo logo!!! xD
Essa da Mia estar lá foi fdp, heim..
"Mil vezes merda!" pq não tem mais post.. hehehe
;**
Continua ta ótimo!
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